segunda-feira, 21 de março de 2016

... CPCJ no concelho da Mealhada...



CPCJ tem vindo a diminuir número de novos casos referenciados

De 2014 para 2015, diminuíram, de cento e catorze para setenta e seis, o número de processos acompanhados pelos técnicos da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Mealhada. O relatório anual foi apresentado, por Paula Andrade, presidente da CPCJ, aos deputados da Assembleia Municipal da Mealhada, na noite do passado dia 26 de fevereiro.
No balanço documental pode ver-se que “de 2014 para 2015, transitaram cinquenta processos, foram reabertos quatro e instaurados vinte e dois novos”. Divididos por oito “freguesias”, “por ser mais fácil de analisar”, é na Mealhada que está o maior número de casos, com trinta e oito por cento; a Vacariça tem zero; a Antes baixou o número e em Ventosa do Bairro houve um aumento. “Temos uma diminuição de instauração de novos processos e também de abandono escolar”, declarou Paula Andrade, que, contudo, lamenta “que tenha acontecido um caso de abuso sexual a uma criança”.
Este caso levou Daniela Esteves, presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, a questionar “o grau de certeza do abuso”. “Quando recebemos uma denúncia partimos sempre do principio de que é verdade e, simultaneamente, remetemos para as entidades competentes, que têm capacidade para certificar se é, ou não, verdade”, explicou Paula Andrade, que acrescentou: “Neste caso concreto, a criança não tinha sido abusada por um adulto, mas por um jovem de catorze anos. O processo seguiu para Tribunal”.
Para a presidente da CPCJ “a formação que têm com a Policia Judiciária ajuda muito nestas situações”.
A percentagem do número de processos do sexo feminino é de trinta e nove por cento, sendo o sexo masculino o restante. O escalão que tem mais casos é o da faixa etária dos quinze aos dezassete anos.
“Apesar da CPCJ trabalhar com crianças e jovens dos zeros aos dezoito anos, podemos em alguns casos fazer o acompanhamento até aos vinte e um (de processos já abertos anteriormente), altura em que temos mesmo que encerrar o processo”, explicou Paula Andrade.
As entidades sinalizadoras por ordem de maior número de casos são os estabelecimentos de saúde, estabelecimentos de ensino, mães que pedem ajuda, outros familiares, anónimos, autoridades policiais e autarquia.
A CPCJ da Mealhada funciona desde 1993 e “sentiu” um pico, com um maior número de casos, em 2011, quando registou cento e quarenta e quatro. “Os anos de 2007, 2011 e 2014 foram os que tiveram maior número de novos casos, sem que haja uma explicação para esse facto”, explicou a presidente da CPCJ.
Em 2015, Paula Andrade lamenta: “Foi um ano muito difícil, porque os ‘colaboradores’ da comissão acabam por sair deste programa e não cumprir com os requisitos que são exigidos”.
De 2015 para 2016, a CPCJ da Mealhada transitou com vinte e um processos.

Noticia de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 967, de 16 de março de 2016.

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