terça-feira, 29 de abril de 2014

...JM na comitiva aveirense que visitou Parlamento Europeu...



“Hoje, estou mais convencida do que quando entrei de que não podemos prescindir deste projeto global”, referiu a eurodeputada do Partido Social Democrata, Regina Bastos, na receção a uma comitiva de cidadãos do distrito de Aveiro, que convidou para uma visita ao Parlamento Europeu e da qual o Jornal da Mealhada fez parte. Acerca das eleições europeias, que se realizam a 25 de maio, a parlamentar social-democrata considera que será uma campanha eleitoral “difícil”.
Regina Bastos disse-se acérrima defensora do projeto europeu, entendendo que “devemos continuar a falar da Europa como um espaço de solidariedade e de paz”. Na mesma linha, o presidente da Distrital do PSD, Ulisses Pereira, deu como importante que na próxima campanha eleitoral “se fale, realmente, da Europa” e elogiou o trabalho de Regina Bastos. “Excelente deputada não só na defesa das causas dos distrito de Aveiro, mas de todos os interesses nacionais. Gostaria muito que tivesse continuado. Tenho gratidão e admiração pelo seu trabalho”, disse.
Falando para um grupo de quarenta portugueses, na cerimónia de receção no Parlamento Europeu, a eurodeputada deu nota de que o próximo orçamento da União Europeia dedicará especial atenção ao crescimento da economia e ao emprego, para os quais estão destinados vinte e oito mil milhões de euros, a circular já a partir de junho na economia portuguesa. “Vamos apostar no desenvolvimento da competitividade das nossas empresas e dedicámos um grande envelope financeiro para combater o desemprego jovem”, sublinhou Regina Bastos.
“Combater o desemprego é a prioridade das prioridades. Devemos centrar-nos na criação de emprego sólido, com salário justo”, preconizou Regina Bastos, desejando que os sinais dados pelos indicadores económicos possam ser “sólidos e duradouros”.
“Garantia Jovem” será uma das medidas que entra em vigor este ano. “Garante uma oferta de emprego, educação contínua, oportunidades de aprendizagem ou estágio, nos quatro meses seguintes à perda do emprego ou à saída da educação formal. Em Portugal, trezentos e setenta e oito mil jovens, dos quinze aos trinta anos, poderá beneficiar da ‘Garantia Jovem’ até 2015”, explicou Regina Bastos, que ainda falou do Portal Europeu da Mobilidade Profissional, onde existem “1,4 milhões de ofertas de empregos”. “Um trabalhador português tem que ter os mesmos direitos dos de qualquer outro país. Pertencemos à União Europeia para isto mesmo, para termos mobilidade. Por exemplo, em Portugal temos muitos enfermeiros e o Reino Unido tem falta deles”.
A eurodeputada do PSD referiu-se ainda aos portugueses como “um povo extraordinário, que, apesar de fustigado pelas circunstâncias, vai buscar forças para superar as dificuldades”.
Carlos Coelho, eurodeputado do PSD, dissertou sobre a presença portuguesa na União Europeia, já posta em causa por partidos extremistas. “O ‘orgulhosamente sós’ de outros tempos já não faz, hoje, sentido, neste mundo global. Nem a Alemanha que é forte, consegue gerir os seus desafios sozinho”, referiu o eurodeputado, lamentando que Portugal detenha uma taxa de votação para o Parlamento Europeu abaixo da média europeia. “Em 2009 foram 43,2% os que votaram na Europa. Em Portugal, só 36,8% dos portugueses foram votar e tenho receio que esta percentagem continue a baixar”, lamentou.
A comitiva aveirense teve oportunidade de visitar o Parlamentarium, um espaço que narra, em diversas estações, a história da União Europeia, usando, para isso, meios multimédia e convidando à interação dos visitantes. No fundo, uma forma lúdica de colocar os visitantes em contacto com a União Europeia de hoje e de outros tempos. 

Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, de 16 de abril de 2014.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

...Campanha para ajudar criança da Pampilhosa que sofre de doença rara...



“Desde muito cedo que me apercebi da diferença do meu filho”. É assim que Helena Lopes, mãe de João Daniel Lopes de Almeida - residentes na Pampilhosa -, descreve a doença rara de que a criança, de onze anos, sofre. Em prol disso, a população do concelho da Mealhada “uniu-se” e quer ajudar, contribuindo para o custo dos tratamentos que a família não consegue suportar.
“Com um mês de idade, o João não segurava a cabeça e só o começou a fazer com seis meses de vida, sendo que só com doze se sentou pela primeira vez. Sempre o achei uma criança sem forças, muito ‘mole’”, explicou, ao Jornal da Mealhada, Helena Lopes sobre o filho, que aos dois anos começou a gatinhar, com quatro a andar e só aos dez deixou a fralda, “após muitas tentativas falhadas”.
“Atualmente o João pouco ou nada diz, comunica por gestos, adaptados por ele, e sons. Apenas consegue verbalizar ‘vó’, ‘ma’, ‘pe’ e ‘ca’. De dia para dia, cansa-se cada vez mais e mais rápido, perdendo o equilíbrio. Com o cansaço, a perna e pé direitos começam a tremer”, acrescenta esta mãe, que frequenta o Hospital Pediátrico de Coimbra, com o filho, desde muito pequeno. “Todos os exames - ressonâncias, electroencefalograma, análises genéticas e metabólicas -, que ele fez até ao momento, dão todos normais”, lamenta.
Na procura de mais respostas, Helena Lopes pôs-se a caminho da SIC e mostrou ao “mundo” a história do João, num programa de entretenimento. “Consegui uma consulta na Casa dos Marcos – na Moita (Lisboa) -, onde ele foi no passado dia 20 de março. A médica achou que o João necessita de um Programa Intensivo de Reabilitação”, explicou-nos Helena Lopes, que apela “a colaboração de todos”, uma vez que “não tem fundos financeiros para os suportar”.
Assim, estão a ser recolhidas tampas de plástico e papelão, no concelho da Mealhada, “para que, com a sua venda, todo o dinheiro reverta para os tratamentos do João”. A entrega deve ser feita nas Escolas Básicas 1, nos Jardins-de-infância, na Delegação do concelho da Mealhada da Cruz Vermelha Portuguesa, nos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa e na Clínica Peso Saudável, na Mealhada.
Para os interessados em contribuir financeiramente para a tentativa de reabilitação do João, que frequenta a Sala de Multideficiências na Escola Básica 2 da Pampilhosa, o número da conta bancária, da Caixa de Crédito Agrícola, é o 0045 3402 4026370980780.
“Todos os dias pergunto a mim própria a razão da diferença do João. Hoje pelo meu filho amanhã por vós!”, apela Helena Lopes, que teve que “abandonar” a sua atividade profissional, numa fábrica, para ter “todo o tempo do mundo para lutar pelo e com o João”.

Texto de Mónica Sofia Lopes publicado na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada,
de 16 de abril de 2014.

domingo, 27 de abril de 2014

...contar a história de uma neta com o seu avô...




Cumpriu-se parte da “lei natural da vida”… a de uma neta fazer o funeral do seu avô…
E por mais cruel e duro que nos possamos sentir, esta é a lei natural da vida!
Já não é tão natural o de acompanharmos o sofrimento da sua luta pela sobrevivência, mas também acontece… e aconteceu ao meu avô Basílio.
Lutou pela vida durante meses, sempre, sempre em sofrimento! Mas foi vencido e julgamos nós, porque temos sempre que arranjar algo que nos faça sentir mais “aliviados”, de que foi o melhor!

Ficam as memórias…

Nos últimos dias, reavivei na minha memória tudo o que passei com o meu avô nesta vida… e foi tanto…
Não me lembro do meu batizado, obviamente, mas sempre vi fotografias… No funeral do meu avô dizia a minha madrinha Nela: “Tiveste um batizado que parecia um casamento!”.
Foi à grande, como em tudo o que o meu avô fazia. Se era para fazer, tinha que ser grande, de qualidade e bem feito! Foi sempre assim…

Conheci França de uma ponta à outra… passei verões inteiros em Paris… Muito passeie com o meu avô Basílio… Num fim-de-semana até fomos de TGV passar um dia a Londres… que grandes recordações…

E está tudo registrado… tenho filmagens minhas desde que nasci… vídeos inteiros da Sofia na piscina, da Sofia em Paris, da Sofia no Carnaval da Mealhada, da Sofia na Eurodisney, da Sofia a comer, da Sofia no sofá, da Sofia em todo o lado…
 
Tanto que o meu avô trabalhou para ter o que teve … Diz-me a minha avó e eu concordo: “O Basílio teve tudo o que quis!”. E teve mesmo…. trabalhou muito, mas conseguiu ter tudo o que quis…

Faltou-lhe apenas a saúde… e até nisso chegámos a partilhar “as coisas da vida”.
Quando fiquei doente quem me acompanhou na “descoberta” da minha doença (tirando a minha rica mãezinha) foi o meu avô… acompanhou-me nas consultas, nas análises e chegou-me a levar à porta de um exame na faculdade, crucial para que eu acabasse o meu curso… que ele tanto orgulha tinha, quando eu quase nem conseguia andar!
Ainda nem um ano fez que nos encontrámos nas análises dos HUC… o meu avô foi às 7 horas e tirou senha para os dois… eu dormi mais um bocado e quando lá cheguei, mais tarde, estava a minha senha guardada nos seus papéis, sempre muito organizados…
Nessa altura, estava o meu avô a ficar bastante doente…

Em poucos meses a doença provocou-lhe vários estados de espirito… revolta, força, aceitação e desespero…
Partiu em paz com o conhecimento de que teve sempre muita gente à sua volta a dar-lhe força.

Não concordei com o meu avô Basílio em todas as decisões que tomou na vida e ele, certamente, que não concordou com muitas das minhas… mas o balanço da relação que faço com este Homem é muito positiva…
Eu gostava que tivesse tido um fim de vida mais bonito, mas eu não escolho e como ouvi tanto nos últimos dias, parece que “é Deus que escolhe assim”… eu não sei, mas também não quero pensar muito nisso…

Bom… e apesar de ser a “lei natural da vida”, eu nunca imaginei (estas coisas nunca se pensam, eu acho), que um dia ia ter que escrever o texto do falecimento do meu avô na página da necrologia do Jornal da Mealhada…
Mas vou… e tudo porque… é, simplesmente, a vida! Dói, mas é “a lei natural da vida!”.

terça-feira, 22 de abril de 2014

...Vive no concelho da Mealhada e “viu” a fatura do gás aumentar? Saiba porquê...



Dezenas de munícipes do concelho da Mealhada disseram “sim” à sessão pública, promovida pelo executivo municipal, de discussão de análise de diversos assuntos, tais como, a localização do Centro Escolar da Mealhada, as construções do novo Mercado Municipal da Mealhada e do novo Edifício Municipal e a Taxa de Ocupação de Subsolo (rede de Gás). O “encontro”, que aconteceu na noite do passado dia 4 de abril, no auditório da Escola Profissional Vasconcellos Lebre, vem ao encontro da política participativa, defendida por Marqueiro, aquando da campanha eleitoral.

“Tenho medo de começar a pagar bem mais de taxa de subsolo, do que de gás”
 
A Taxa Municipal de Ocupação do Subsolo, relativamente ao gás natural, aprovada na Assembleia Municipal da Mealhada no ano de 2000, foi o assunto mais “discutido”. “Essa taxa começou a ser liquidada pelo Município da Mealhada, à Lusitâniagás, concessionária de serviço público de distribuição de gás natural na Região Centro, a partir de 2005. Acontece que essa empresa contestou a sua exigência nos Tribunais Administrativos e, só depois de os mesmos darem razão à Câmara Municipal, os montantes liquidados começaram a ser pagos (a partir de 2011)”, lê-se num esclarecimento da autarquia, publicado no Jornal da Mealhada do passado dia 19 de março, que acrescenta: “Contudo, o que acontece neste caso é que a referida empresa repercute nos consumidores o custo das taxas pagas ao Município da Mealhada. E tem vindo a fazê-lo a partir de 2011 ou 2012, em resultado das ações que perdeu nos tribunais” e “ao abrigo da lei”, em “acordo com uma metodologia de ‘repercussão’ aprovada pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE)”.
“Este débito, no valor de um milhão e quatrocentos mil euros (que a Lusitânigás pagou à Câmara da Mealhada em 2013), vai ser repassado aos clientes da empresa. Em 2014, falamos de oitocentos e quarenta mil euros e nos dois anos seguintes em trezentos e sessenta e seis mil euros, em cada um”, começou por explicar Rui Marqueiro, presidente autarquia, que, indignado, acrescentou: “Um cidadão que hoje venha viver para a Mealhada vai pagar esta taxa. O melhor é os novos munícipes ligarem-se ao gás natural só em 2017”.
O edil confessou ter chegado a pensar “em pagar esta divida”, mas depois de se informar descobriu que no futuro poderia ter “problemas com uma inspeção”. “Tenho conhecimento de uma empresa concelhia que passou, este ano, de dois mil euros para dezassete”, lamentou o presidente da Câmara da Mealhada, mostrando aos munícipes a formula que a Lusitânigás está a utilizar para fazer os cálculos. “O cidadão comum, como eu, não consegue entender esta fórmula e se calhar alguns colaboradores da empresa também não a devem perceber”.
Questionado se há solução para se resolver o problema, o edil afirmou: “Julgo que seria melhor se a Lusitâniagás permitisse que o valor fosse repassado durante muitos anos, mas com os contactos que já fizemos não me parece que haja a abertura para negociação”. “Temos encarar como um sacrifício de três anos e acho que os consumidores vão perder se forem para Tribunal, porque não tenho dúvidas que a Lusitâniagás está a cumprir a lei. É muito melhor ter gás natural do que não ter”, garantiu.
Na sessão, muitos foram os munícipes que mostraram o seu descontentamento com os novos valores das suas faturas do gás. António Lousada, residente na cidade da Mealhada, afirmou: “Tenho medo de começar a pagar bem mais de taxa de subsolo, do que de gás”. “Durante três anos teremos um município muito menos atrativo”, acrescentou outro munícipe.
Sobre este assunto, e no comunicado da autarquia, lê-se ainda: “A Câmara da Mealhada propôs à Assembleia Municipal a redução da taxa de ocupação do subsolo municipal aplicável às empresas concessionárias do serviço público de gás natural, de 6,25 euros, por metro linear (ou Fração), e por ano, para um euro. Todavia, a redução foi aprovada na sessão da Assembleia Municipal de 27 de dezembro de 2013, pelo que só produziu efeitos a partir de 1 de janeiro de 2014. O que quer dizer que essa redução só se vai fazer sentir nas faturas dos consumidores quando tiverem sido repercutidos na sua totalidade os montantes relativos às taxas dos anos anteriores”.

“Não conheço nenhuma feira boa que não tenha um estacionamento”

Outro dos assuntos muito discutido foi o do Mercado Municipal. Em edições anteriores, o Jornal da Mealhada já deu conta de que a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, detentora do espaço, na Póvoa da Mealhada, onde se realiza a Feira semanal, deu um prazo à autarquia, até 2015, para estudar um novo local, uma vez que necessita do atual para a construção de um Lar.
“A direção da Misericórdia da Mealhada reuniu comigo quando tomei posse e colocou-me a par das suas pretensões. O Hospital da Misericórdia está a crescer e as instalações do Prolongamento do Lar vão ser necessárias para que esta unidade se saúde se expanda”, explicou Rui Marqueiro, que confessou: “Como sabem eu sou o defensor número um do Hospital da Misericórdia da Mealhada e entendo as razões da direção para alterar projetos que estão a crescer”.
Lançando o valor de “um milhão de euros” para a construção de um Mercado, o edil ainda explicou que a manutenção do espaço custará dinheiro para sempre. “O Mercado, até agora, era algo com o qual não tínhamos absolutamente despesa nenhuma!”, garantiu.
Pedro Costa, residente na Mealhada, defendeu “a filosofia de que a feira deve manter-se semanal”. “A manhã de sábado é um dia em que a Mealhada ‘ferve’. Qualquer localização que seja fora do centro da cidade da Mealhada é um tiro no pé”, disse.
Mas João Peres, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, garantiu: “O Mercado da Mealhada perdeu setenta por cento das pessoas que lá iam, bem como feirantes, desde a construção dos Bombeiros e da Igreja. Tudo porque se perderam os estacionamentos”. “Não conheço nenhuma feira boa que não tenha um estacionamento”, disse, enfatizando os números: “Tínhamos vinte e sete talhos ativos no passado, hoje nem metade; e tínhamos doze peixarias, por exemplo, e hoje temos apenas três”.

Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, de 16 de abril de 2014.

terça-feira, 15 de abril de 2014

...Convento do Bussaco já abriu, mas espaço da “Virgem do Leite” continua encerrado...



Um possível curto-circuito, na noite de Natal de 2013, no Convento de Santa Cruz no Bussaco, que provocou a destruição da tela da “Sagrada Família”, conhecida por muitos como “Virgem do Leite”, “encerrou” o espaço. Agora, e apesar da sala onde estava “a pintura mais valiosa” continuar interdita, o Convento do Bussaco já pode ser visitado (diariamente das 10h às 13 horas e das 14h às 18 horas), depois de pequenas intervenções que, Fernando Correia, o atual presidente da Fundação Mata do Bussaco, achou necessárias. “Não é nenhuma intervenção de fundo, mas procurámos que o espaço fique mais apresentável e digno para ser visitado”, garante.
À entrada do Convento de Santa Cruz a vista está “mais limpa”, após terem sido removidos dois “grandes cedros”, apostando numa melhor visualização do Convento para quem chega aquele local da Mata. Foram ainda limpas “a cobertura, os bancos e as escadas” da vegetação que vai crescendo com o passar dos anos.
Já no interior do Convento dá-se conta da renovação das portas, que as intempéries foram deixando “num estado lastimoso”. “É um trabalho que está a ser feito por uma carpintaria local, que fez com que não fosse oneroso para nós”, começou por explicar Fernando Correia, presidente da Fundação Bussaco desde o passado mês de janeiro, que também “intervencionou” a iluminação daquele espaço religioso, estando um estudante de Mestrado em Eficiência Energética dos Edificados a analisar o caso do Convento.
Na Capela da Família Sagrada foram ainda, superficialmente, feitas algumas pinturas interiores, em que as paredes foram caiadas. E é aqui que ainda se vê um lençol branco que tapa o espaço onde estava a “Virgem do Leite”. “Estamos aguardar autorização da Policia de Investigação Criminal para podermos seguir os trabalhos. Sabemos que as perícias de averiguação já acabaram, só nos falta a autorização”, garante o “dirigente” da Mata do Bussaco, que lamenta: “Não podemos tê-lo fechado muito tempo porque os recursos da Fundação são poucos e abri-lo é uma mais valia”.
Mas a intervenção mais necessária e que ainda não pode ser feita é a da cobertura de todo o Convento. “Pedimos uma análise ao Departamento de Engenharia da Universidade de Aveiro e já percebemos que ficará mais caro do que prevíamos”, afirma o presidente da Fundação Bussaco, que, ao Jornal da Mealhada, explicou o que pensa fazer: “Vamos intervir com madeiras das ‘nossas’ árvores que tombaram e antes da colocação da telha, colocar-se-á outro material para dar ainda mais segurança”.
Mas a data para início deste trabalho está dependente, não só das condições climatéricas estáveis, como também das financeiras. “Teremos que ter apoio de mecenas (patrocinadores de artes), instituições, empresas e até da própria Câmara da Mealhada”, apela Fernando Correia, que “gostava ainda este ano” de ver esse trabalho ter avanço, tentado evitar “outras tragédias semelhantes às do Natal passado”.
Depois da cobertura, Fernando Correia quer ainda alterar o percurso expositivo do Convento, para que “não seja necessário um monitor a guiar os visitantes”. “Queremos mostrar toda a história do edificado e dos quadros de uma forma fácil e visível”, concluiu.

Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, de 2 de abril.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

...Misericórdia disponível para assumir o Centro de Saúde da Mealhada...



“O Centro de Saúde da Mealhada não há-de fechar por não ter quem tome conta dele”. Palavras de João Peres, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, na assembleia de “irmãos”, que se realizou na manhã de domingo, dia 30 de março, assumindo a disponibilidade da instituição em gerir a unidade de saúde, em caso de necessidade.
Há mais de um ano, que o Jornal da Mealhada deu conta da aposentação de sete dos doze médicos existentes no Centro de Saúde da Mealhada, motivo que levou a que a Consulta Aberta tenha reduzido o seu horário de segunda a sexta-feira, o que acontece até hoje. Desde então muito se especula sobre a situação desta unidade de saúde.
Por sua vez, com provas dadas de uma boa gestão e crescimento na área da Saúde, está o Hospital da Misericórdia da Mealhada, levando a que João Peres garanta: “A saúde é, neste momento, a âncora desta instituição!”.
E este facto – o da boa gestão financeira da instituição, em particular na área da Saúde – aliado ao aspecto social que a Misericórdia da Mealhada sempre teve como prioridade, levou a que João Peres tenha assumido perante a Administração Regional de Saúde do Centro “estar disponível para assumir o Centro de Saúde da Mealhada”. “Já manifestámos o nosso interesse, se houver necessidade disso, em não deixar, sem esta unidade, a população do concelho da Mealhada”, garantiu João Peres, que informou que, neste momento, “a lei ainda não permite que isso aconteça!”.
Também na mesma reunião, João Peres mostrou-se preocupado com alguns acordos que tem com o Estado no Hospital da Misericórdia. “No ano anterior (2012) o acordo com a ARS Centro para o programa “Consulta a Tempo e Horas” (CTH) esgotou o ‘plafond’ que foi atribuído logo no primeiro semestre e, em 2013, só foi possível chegar a acordo com a ARS no último quadrimestre, período no qual também se esgotaram os serviços contratados”, referiu o provedor, mostrando-se preocupado com este corte.
“Houve uma queda substancial no número de cirurgias ao abrigo do SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia) o que justifica grande parte da variação dos resultados na área da saúde face ao orçamentado. Acreditamos que tal redução advém de uma contenção na emissão de vales por parte do SNS (Serviço Nacional de Saúde), através de uma gestão mais ou menos artificial dessa lista de espera, com prejuízo evidente da saúde dos cidadãos”, lê-se no relatório e contas referentes ao ano de 2013, uma das preocupações acentuadas também pelo provedor.
“Temos que reforçar os acordos com o Estado porque somos um hospital social, isto é, os que têm dinheiro pagam, os que não têm que ser assistidos da mesma maneira”, disse ainda João Peres, garantindo: “Somos a única unidade da Região Centro que tem todos os acordos com a ADSE e, também por isso, somos procurados, essencialmente, por utentes da Mealhada, mas também de Mortágua, Anadia, Oliveira do Bairro, Cantanhede, Coimbra e de vários pontos do país”.
Após ouvir este balanço, Aloísio Leão, diretor clínico do Hospital, saudou “a estratégia do senhor provedor na aposta que fez”. “Temos profissionais muito competentes, generosos e dedicados. Quando as coisas são feitas por profissionais assim, tudo parece simples!”.

Artigo de Mónica Sofia Lopes publicado no quinzenário Jornal da Mealhada, número 916, de 2 de abril de 2014.