quinta-feira, 13 de agosto de 2015

...festas em honra de sant’ana...

Meio milhar de pessoas participou na procissão

O cheiro a alfazema e alecrim, as ruas enfeitadas com flores e as colchas às janelas fizeram da tarde do dia 26 de julho um autêntico “mar de pessoas” nas ruas da cidade da Mealhada e da Póvoa da Mealhada. E tudo em prol das festas religiosas em honra de Sant’Ana, que contou com a colaboração da população.
Foi a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada quem fez o apelo, no início de junho, e a população superou todas e quaisquer expetativas. O número de flores feitas em papel, cedido pela instituição, ultrapassou as cem mil. “Durante um mês, eu mais quatro vizinhos, passámos as noites a estudar o projeto e a fazer flores”, começou por dizer Fátima Figueiredo, residente na Rua Dr. Costa Simões, situada na cidade da Mealhada, que acrescentou: “Achei muito gira esta iniciativa. A Misericórdia deu o papel e a população deu o trabalho e a criatividade. Gostei muito das ruas, com passadeiras de flores e verduras, na Mealhada e na Póvoa. Toda a gente colaborou no que era pedido”.
E foi na tarde de domingo do dia 26 de julho, onde nem o sol faltou, que o trabalho de dois meses se viu refletido. A festa religiosa começou com a missa, na Capela de Sant’Ana, propriedade da Misericórdia da Mealhada, celebrada pelo vigário geral da Diocese de Coimbra, Pedro Miranda, que contou com os elementos do Coro da Paróquia da Mealhada e da Filarmónica Lyra Barcoucense. O espaço foi pequeno para as centenas de pessoas que não quiseram perder o momento. De seguida, deu-se a procissão solene, que foi acompanhada pelas irmandades da Misericórdia da Mealhada e de São Sebastião, pelos Bombeiros Voluntários e Agrupamento de Escuteiros da Mealhada e “abrilhantada” pela Filarmónica de Barcouço. Ao todo estima-se que estiveram presentes meio milhar de pessoas.
“Gostei muito da procissão e estava o quíntuplo das pessoas que estiveram em outros anos”, elogiou Olga Dinis, residente na Rua Nobre Araújo, na Póvoa da Mealhada, mais conhecida como “a rua do Pau do Fio”. “Na nossa rua fomos quatro vizinhos a enfeitar. Fez-me lembrar a Póvoa do passado onde todos se juntavam nas ruas”, acrescentou ainda a munícipe, que apenas lamentou: “Julgo que devia haver mais interligação entre as pessoas. Deve deixar-se o ‘bairrismo’ de lado…”.
Também Alexandra Roseiro, residente na cidade da Mealhada, elogiou a procissão: “Esteve tudo muito bonito e bem organizado. As ruas enfeitadas estavam lindas e notei que iam muito mais pessoas”. Também Catarina Paiva, residente na Póvoa, concorda: “A participação da comunidade foi como há muito não se via. Não me lembro de uma participação tão significativa na Festa da Sant'Ana no centro da cidade! Creio que o empenho na decoração das ruas trouxe o entusiasmo necessário para participar na festa. Foi muito bom ver vizinhos a colaborar para um mesmo fim…”.
E pelo sucesso da iniciativa, a população e os comerciantes pedem mais para os próximos anos. “Adorei a ideia de trazer novamente à ribalta os festejos de Sant’Ana. É uma ideia que tem ‘pernas para andar’. Dou os parabéns aos impulsionadores desta iniciativa”, declarou Victor Moniz, gerente da “Papelaria Peninha”, situada na cidade da Mealhada e que também contou com a montra enfeitada. “Para o ano desejo que se supere e que se tente fazer ainda mais festa para que venham mais pessoas de outros concelhos e de todo o país”, acrescentou. E Catarina Paiva aplaude a ideia: “Parabéns a todos os que participaram e que para o ano a Festa da Sant'Ana coloque novamente a comunidade unida e em festa”.

Também Fátima Figueiredo é da opinião “que a festa não deve acabar por aqui e devia ser como antigamente com grupos musicais”. “A juventude devia participar e empenhar-se em desenvolver esta festa. As entidades têm que participar e dar donativos para que se faça um grande evento com grupos musicais nacionais. Este ano foi o arranque que devia não parar e ultrapassar o patamar da festa religiosa”, defendeu a munícipe, que apenas ressalva uma maior divulgação nos anos vindouros: “Para o ano deve colocar-se cartazes nas paredes e panfletos nas mesas dos cafés. Porque, apesar de ter havido muita divulgação, ainda houve pessoas que não souberam da iniciativa da feitura de flores “.


Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário do Jornal da Mealhada, número 951, de 5 de agosto de 2015.

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