terça-feira, 25 de agosto de 2015

..."20 anos de Desporto no concelho da Mealhada"...

O “senhor Simões”, como é conhecido, tem setenta e seis anos, vinte dos quais “enfiado” na redação do Jornal da Mealhada e nos campos de futebol das freguesias do concelho da Mealhada. “Viciei-me nisto…”, responde Afonso Simões, colaborador desportivo do JM, quando questionado sobre a sua permanência há duas décadas…
Também conhecido pelo “Sargento Simões”, devido à sua vida profissional ligada à Guarda Nacional Republicana, Afonso Simões reformou-se em 1995, altura em que começou a escrever para o JM. “Na época, eu era diretor do Grupo Desportivo da Mealhada e responsável pela equipa de Juvenis e fazia o texto do jogo que disputávamos semanalmente. Escrevia-o à máquina, em casa, e depois entregava na redação”, começou por explicar o “senhor Simões”, que acrescentou: “Um dia fui entregar um texto e a dona Isabel, que trabalhava no jornal sozinha, convidou-me a escrever os textos no computador porque lhe dava menos trabalho estar ela depois a passá-los… Assim foi. Apesar de nunca ter trabalhado com o computador, com o auxilio da dona Isabel, numa semana estava a fazê-lo e bem!”.
E a partir desse momento nunca mais parou. “Tudo passava pelas minhas mãos. Redigia o desporto, transcrevia as escrituras e por ai fora. Entretanto, o senhor padre Abílio (um dos diretores do Jornal da Mealhada) incentivou-me a escrever outros textos que não fossem só os da Mealhada…”, continuou Afonso Simões, que confessa: “Viciei-me nisto!”.
Um vicio, que assume também ter sido incutido pelos diretores que foram passando pelo jornal, que insistiam na sua permanência. “Para além dos desporto, durante muitos anos era eu quem ia buscar os jornais à gráfica e os distribuída nas Papelarias e até dava uma ajuda na angariação de publicidade”, explica o colaborador desportivo do JM, que agradece “tudo o que a dona Isabel ensinou”. “Chegámos a fazer dois jornais na semana do Natal, cheios de publicidade. Foram anos muito bons e, nesta altura, o jornal sobrevivia praticamente só com voluntários”, garantiu.
Sobre o trabalho que tem, principalmente aos fins-de-semana, de inverno e verão, faça chuva ou faça sol, Afonso Simões explica: “Os emigrantes dão muito valor às páginas dos resultados e classificações. Não preciso que me mandem fazer nada. Ao sábado e domingo já sei que tenho jogos para fazer e sempre com a preocupação de ir ao Luso, à Mealhada, ao Carqueijo e à Pampilhosa, pelo menos uma vez por mês, com o intuito de agradar a toda a gente!”.

E quinzenalmente lá estão garantidas três das vinte e quatro páginas da edição impressa do Jornal da Mealhada para o “senhor Simões”. “Enquanto tiver forças fico cá, mesmo criticado por muitas pessoas!”, concluiu.

Artigo de Mónica Sofia Lopes publicado na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 952, de 19 de agosto de 2015.

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