O “senhor Simões”, como é
conhecido, tem setenta e seis anos, vinte dos quais “enfiado” na redação do
Jornal da Mealhada e nos campos de futebol das freguesias do concelho da
Mealhada. “Viciei-me nisto…”, responde Afonso Simões, colaborador desportivo do
JM, quando questionado sobre a sua permanência há duas décadas…
Também conhecido pelo “Sargento
Simões”, devido à sua vida profissional ligada à Guarda Nacional Republicana,
Afonso Simões reformou-se em 1995, altura em que começou a escrever para o JM.
“Na época, eu era diretor do Grupo Desportivo da Mealhada e responsável pela
equipa de Juvenis e fazia o texto do jogo que disputávamos semanalmente.
Escrevia-o à máquina, em casa, e depois entregava na redação”, começou por
explicar o “senhor Simões”, que acrescentou: “Um dia fui entregar um texto e a
dona Isabel, que trabalhava no jornal sozinha, convidou-me a escrever os textos
no computador porque lhe dava menos trabalho estar ela depois a passá-los…
Assim foi. Apesar de nunca ter trabalhado com o computador, com o auxilio da
dona Isabel, numa semana estava a fazê-lo e bem!”.
E a partir desse momento nunca
mais parou. “Tudo passava pelas minhas mãos. Redigia o desporto, transcrevia as
escrituras e por ai fora. Entretanto, o senhor padre Abílio (um dos diretores
do Jornal da Mealhada) incentivou-me a escrever outros textos que não fossem só
os da Mealhada…”, continuou Afonso Simões, que confessa: “Viciei-me nisto!”.
Um vicio, que assume também ter
sido incutido pelos diretores que foram passando pelo jornal, que insistiam na
sua permanência. “Para além dos desporto, durante muitos anos era eu quem ia
buscar os jornais à gráfica e os distribuída nas Papelarias e até dava uma
ajuda na angariação de publicidade”, explica o colaborador desportivo do JM,
que agradece “tudo o que a dona Isabel ensinou”. “Chegámos a fazer dois jornais
na semana do Natal, cheios de publicidade. Foram anos muito bons e, nesta
altura, o jornal sobrevivia praticamente só com voluntários”, garantiu.
Sobre o trabalho que tem,
principalmente aos fins-de-semana, de inverno e verão, faça chuva ou faça sol,
Afonso Simões explica: “Os emigrantes dão muito valor às páginas dos resultados
e classificações. Não preciso que me mandem fazer nada. Ao sábado e domingo já
sei que tenho jogos para fazer e sempre com a preocupação de ir ao Luso, à
Mealhada, ao Carqueijo e à Pampilhosa, pelo menos uma vez por mês, com o
intuito de agradar a toda a gente!”.
E quinzenalmente lá estão
garantidas três das vinte e quatro páginas da edição impressa do Jornal da
Mealhada para o “senhor Simões”. “Enquanto tiver forças fico cá, mesmo
criticado por muitas pessoas!”, concluiu.
Artigo de Mónica Sofia Lopes publicado na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 952, de 19 de agosto de 2015.
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