quinta-feira, 5 de maio de 2016

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Carta Educativa da Mealhada “prevê” menos 400 alunos em 2021

O Conselho Municipal de Educação aprovou, por maioria, a Carta Educativa do Concelho da Mealhada, na tarde do passado dia 20 de abril, em sessão, aberta ao público, que se realizou na Câmara. “A única abstenção registada foi a da representante da DGEstE - Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, que não quis votar favoravelmente sem a opinião dos restantes colegas de equipa”, declarou, ao Jornal da Mealhada, Guilherme Duarte, vice-presidente da autarquia.
O decréscimo da natalidade nos últimos anos e a previsão para os próximos anos de uma taxa ainda maior são a grande preocupação registada na Carta Educativa do Concelho da Mealhada. “Prevemos para 2021 uma grande descida e quase que vamos ter os mesmos valores de 1959”, declarou António Rochette, professor na Universidade de Coimbra, que garantiu que “a tendência é a de menos nascimentos”. “O ano de 2016 será o melhor de nascimentos, a nível nacional, mas a tendência não se vai manter, a não ser que haja uma alteração na politica central”, acrescentou ainda.
Para o “líder” da equipa que elaborou a Carta Educativa da Mealhada “em 2031 teremos (no município) mais cinco mil seniores, com mais de sessenta e cinco anos, do que agora, e teremos menos mil e quarenta crianças”. “Em 2021, que é já amanhã, vamos ter menos quatrocentos alunos”, enfatizou ainda.
Mas António Rochette assume que, a nível nacional, “o quadro previsto para o município da Mealhada é dos melhores”. “Estamos perante um problema gravíssimo a nível nacional. Não há escolas e professores a mais, há sim alunos a menos. Em dez anos houve um aumento significativo do índice de envelhecimento”, disse.
Os principais responsáveis pela Educação no concelho da Mealhada, perante as previsões, mostraram-se preocupados, mas António Rochette foi perentório: “É melhor sabermos a doença agora, para poder tratá-la. Até porque da mesma maneira que não falhámos antes, não devemos falhar muito agora. E se isso acontecer que seja pela positiva”.

Antes e Casal Comba “decidirão” encerramento, ou não, das EB1

A Carta Educativa do Concelho da Mealhada não sofrerá, para já, qualquer alteração na rede de escolas, contudo, “há uma clara atualização de dados e um alerta para algumas preocupações”. “Vamos ver como o Centro Escolar da Mealhada (parte dele já a funcionar desde o início do ano letivo 2015/2016) vai dinamizar e/ou alterar esta Carta”, declarou o professor catedrático, referindo-se ao caso específico do primeiro Ciclo do Ensino Básico na Antes e Casal Comba. “O problema de Casal Comba foram os alunos terem ido para o Centro Escolar da Pampilhosa, numa lógica de proximidade. Mas tanto neste caso, como no da Antes, se os alunos se quiserem manter, as escolas não encerrarão”, acrescentou.
Esta preocupação foi logo manifestada, no inicio da reunião, por Guilherme Duarte, também responsável pelo pelouro da Educação, que informou que “Manuel Cardoso, presidente da direção do Centro Social da Freguesia de Casal Comba, enviou uma carta para a autarquia a manifestar lamento se a escola da localidade vier a encerrar”. “Eles inauguraram recentemente uma infraestrutura que dá resposta a valências de Infância, que certamente perderiam com o encerramento da EB1”, disse o autarca.

Sede do município regista nascimentos, mas alunos vão estudar “para fora”

Mas o Centro Escolar da Mealhada poderá também resolver outro tipo de questões, como a ida por exemplo dos alunos para o Colégio de Famalicão. “A freguesia sede do concelho – Mealhada – tem mais nascimentos do que frequência dos alunos no primeiro ciclo, porque as crianças vão para instituições de ensino de Anadia e até de Bustos, no caso de parte da população de Ventosa do Bairro. Isto é caso raro a nível nacional, mas presumo que seja resolvido com este ‘novo’ Centro Escolar”, afiançou António Rochette.

“Nota-se uma melhoria nos locais onde há Centro Escolares”

Já sobre o sucesso escolar, o professor catedrático garante que “se nota uma melhoria nos locais onde há Centros Escolares”. “Verificamos também, e em todo o país, que os alunos que repetem de ano têm sempre valores muito baixos. Provavelmente vamos ter que repensar as retenções”, concluiu António Rochette.

Documento vai a votos na Câmara e Assembleia Municipal

Depois de aprovada em Conselho Municipal de Educação, o documento será alvo de votação pelo executivo da Câmara e remetido, para o mesmo efeito, à Assembleia Municipal da Mealhada.

Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 970, de 27 de abril de 2016

1 comentário:

Anónimo disse...

Enquanto isto, eles aí estão de novo, o SOS (fascismo)!
Se querem ter os vossos meninos nos colégios enquanto as escolas públicas estão a ficar vazias, paguem do vosso bolso e não se financiem nos impostos que os outros pagam.
Espero que o actual Governo não ceda, já bastaram quatro longos anos de saque!