quarta-feira, 18 de maio de 2016

...Cineteatro da Pampilhosa...



Direção do GIR foi à Câmara dar uma “explicação oficial”

Os elementos da direção do Grémio de Instrução e Recreio (GIR) deslocaram-se à reunião pública da Câmara Municipal da Mealhada, que se realizou na manhã da passada segunda-feira, dia 2 de maio, com a finalidade de “explicar” à vereação “a situação oficial” do Grémio, entidade proprietária da obra do Cineteatro da Pampilhosa.
“Há treze anos que esta direção se tem empenhado em reabilitar aquela casa. Segundo os técnicos que têm acompanhado a obra, ela estaria completamente no ‘chão’ se não se tivesse feito uma intervenção”, começou por dizer José Luís Sequeira, presidente da direção do GIR, que lamentou: “Temos tido imensas dificuldades e muitas criticas destrutivas, que muitas vezes nos derrubaram, mas nunca ninguém nos perguntou se queríamos ajuda…”.
Contudo, e segundo o dirigente, “a situação mudou de há um ano para cá, em que apareceram muitas pessoas, mas que apenas têm dificultado a obra”, exemplificando “que prova disso é a impugnação da assembleia, onde foi aprovado o protocolo que seria oficializado com a Câmara da Mealhada (que se realizou em março)”.
Recordamos os nossos leitores, que a nova assembleia decorreu a 23 de abril e do encontro terá resultado a constituição de uma comissão que irá procurar junto da Câmara elaborar um novo protocolo (para o Cineteatro da Pampilhosa), com base num primeiro, realizado pela mesma autarquia.
“Protocolo que somos acusados de não termos apresentado”, enfatizou o presidente da direção do GIR, que ainda acrescentou: “Não queremos entregar o Grémio a duas ou três pessoas, até porque eu quis sair e não me deixaram e hoje vejo a minha saúde afetada com toda esta situação”.
E em nome da direção, José Luís Sequeira afirmou “estar totalmente de acordo com aquilo que a Câmara quer, até porque o protocolo já foi aprovado e se não terminarmos as obras teremos que devolver dinheiro ao Ministério do Ambiente, pelas comparticipações que nos deram”.
Para além da comparticipação da Câmara, no valor de cento e cinquenta mil euros, o dirigente garante que “ainda faltará verba para outros trabalhos, pois caso não se façam a entidade que regulamenta estes espaços não autoriza a sua abertura”.
Mas a comissão eleita, na última assembleia geral do GIR, com trinta e dois votos a favor e uma abstenção, está a “ajustar” um novo protocolo, que entregará à direção do GIR, no domingo, 8 de maio, que ficará encarregue de a passar à Câmara da Mealhada.
Rui Marqueiro, presidente da autarquia, declarou “aguardar por esse contacto”, mas confessou “custar-lhe entender toda esta situação”. “Estamos a falar de muito dinheiro e todo o executivo camarário quer que a obra seja definitivamente concluída”, acrescentou ainda o autarca.
Antes da reunião, e ao Jornal da Mealhada, Rui Marqueiro já tinha afirmado: “Os sócios do GIR têm que perceber que a Câmara não é uma casa do GIR. É sim uma casa que quer colocar o GIR ao serviço da Cultura”. “No Cineteatro da Pampilhosa estão muitos dinheiros públicos investidos, será que é ‘exigir’ muito que aquilo funcione?”, colocou ainda, mesmo que retoricamente, a questão.

Anualmente, Cineteatro Messias “custa” 40 mil euros

Na reunião camarária e na presença dos elementos da direção do GIR, o edil trouxe ainda ao discurso o facto de que manter um espaço cultural “custa dinheiro”. “O Cineteatro Municipal Messias (na cidade da Mealhada) tem um orçamento anual de quarenta mil euros. Isto não é brincadeira nenhuma. E agora teremos que fazer melhoramentos obrigatórios que nos vão ficar em dezoito mil euros”, alertou.

Inauguração do Cineteatro da Pampilhosa já tem livro pensado

Rui Marqueiro fez também questão de mostrar dois volumes de um estudo feito por Joaquim Carvalhão Santos intitulado “Da Sala de Estreia ao Espetáculo de Província” – O Cinema no Teatro do Grémio de Instrução e Recreio da Pampilhosa do Botão. “Estava a guardar isto até à conclusão da obra para trazer o assunto a reunião de Câmara e editarmos um livro para o dia da inauguração. Já tenho até uma entrevista agendada com o autor….”.
E sobre isto, o presidente da direção do GIR concluiu: “Essa informação não seria possível se esta direção não tivesse guardado toda a documentação do Grémio”. “Até agora esteve guardada religiosamente por nós, a partir daqui vamos ver o que acontecerá”, enfatizou o dirigente.

Comissão “aguarda” reunião com Rui Marqueiro

Contactado pelo nosso jornal, Mário Rui Cunha, elemento da comissão eleita na última assembleia do GIR - que conta ainda com Fernando Marinheiro Correia, Ana Maria Pires, Jorge Coimbra e Gil Ferreira -, na passada sexta-feira, garantiu-nos: “O protocolo está pronto desde o dia 1 (de maio) e já informámos a direção do GIR para marcar reunião com o presidente da Câmara. Aguardamos informação da data e hora da mesma”.

Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 971, de 11 de maio de 2016.

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