segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

...Santa Casa da Misericórdia da Mealhada...



Aprovação, por unanimidade, Orçamento para 2016

O Plano de Atividades e Orçamento, para o exercício de 2016, da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada foi aprovado por unanimidade, na manhã do passado dia 27 de dezembro, na assembleia-geral ordinária da instituição. Algumas obras necessárias, em prol do crescimento de alguns dos serviços; o novo acordo na área da Gastrenterologia entre o Hospital e o Serviço Nacional de Saúde; as comemorações dos trezentos anos da Capela de Sant’Ana; o voto de louvor a Braga da Cruz, ex diretor do Jornal da Mealhada, cargo agora ocupado por João Pega; e a apresentação do novo “Compromisso da Irmandande” da Misericórdia da Mealhada foram outros assuntos abordados.
Nas perspetivas orçamentais, a instituição “estima (no próximo ano) atingir um volume total de prestação de serviços de 7.952.239 euros e registar em subsídios, doações e legados à exploração a quantia de 1.180.302 euros. As principais rubricas de gastos registarão em Fornecimentos e Serviços Externos -3.294.933 euros e em Gastos com Pessoal -3.444.563 euros”, lê-se no documento apresentado aos “irmãos” da Misericórdia da Mealhada, que acrescenta que “o Resultado liquido previsional ascenderá ao montante de 817.359 euros (isto é, saldo positivo da instituição previsto para 2016), sendo que “o EBITDA (resultado antes de gastos de financiamento, impostos, depreciações e amortizações) ascenderá a 1.406.435 euros”.
João Peres, provedor da Misericórdia da Mealhada, começou por falar no “pessoal”: “Tivemos um crescimento muito rápido em todas as áreas, principalmente na da Saúde, e não paramos para pensar no quadro de funcionários. Vamos tentar admitir pessoal qualificado em alguns serviços. A instituição é muito grande e é difícil a sua governação. Cada vez é preciso mais pessoas qualificadas e que cada uma esteja no lugar certo, porque os serviços necessitam de segurança”.

Infância gera preocupação

Nas três valências da instituição – Infância, Saúde e Terceira Idade – é a primeira a que mais preocupação gera. “A tendência na Infância é a de diminuição das crianças por dois motivos: A taxa de natalidade está baixa e estão a ser construídos novos equipamentos públicos. Esta valência terá que ser reestruturada”, declarou João Peres.

Novo Lar continua a estar “em cima de mesa”

Outro dos assuntos abordados foi o da possível mudança dos Serviços do edifício sede da instituição, que se situa na Rua Doutor Costa Simões, na cidade da Mealhada, para outro edifício ao lado “já adquirido pela instituição”. “Temos orçamentos na ordem dos duzentos e cinquenta mil euros para reestruturação do prédio, contudo, não contávamos gastar tanto. Ou voltamos atrás na nossa intenção ou pedimos mais orçamentos”, explicou o provedor da Misericórdia da Mealhada.
Outra obra, novamente falada, é a da construção de um novo Lar, que albergue cento e vinte utentes, em substituição dos atuais e situado no local onde hoje se realiza o Mercado. “Não sabemos o que esperar do programa ‘Portugal 2020’, mas se houver fundos comunitários, iremos projetar um edifício, que terá como envolvência todo o terreno, desde o local onde se realiza a Feira até à Estrada Nacional 1, inserindo também a Capela”, explicou João Peres, que alertou, contudo, para o facto de terem o constrangimento da antiga Escola Primária da Mealhada (onde hoje se situa o Pré Escolar da Câmara Municipal) estar ‘encravada’ nos terrenos da Misericórdia”. “Se por qualquer eventualidade a Câmara precisar daquele edifício, o nosso projeto não pode andar porque o acesso para aquele espaço é somente pedonal. Vamos projetar o edifício e depois contactaremos a autarquia”, acrescentou o provedor.

Acordo entre Hospital e SNS na área da Gastrenterologia

Na área da Saúde, mais concretamente no Hospital da Misericórdia da Mealhada, a unidade “está carente de espaço em alguns serviços, nomeadamente, na Fisioterapia”. “Estamos em negociações com o proprietário do terreno ao lado e não sabemos ainda o que vai dar…”, explicou João Peres, que ainda informou que serão feitos outros investimentos em equipamentos, tais como, “na Radiologia, na Informática, nas Gastrenterologia e na Oftalmologia”.
No serviço de Gastrenterologia foi ainda divulgada a novidade de que o Hospital da Misericórdia da Mealhada ganhou um concurso, a nível nacional, promovido pelo Ministério da Saúde, ao qual concorreram cerca de duas dezenas de instituições de saúde. “Até agora os exames nesta área eram feitos pelos custos privados, em breve vamos poder fazê-los através do Serviço Nacional de Saúde”, explicou, ao Jornal da Mealhada, Sónia Coleta, gestora financeira do Hospital, que, contudo, não consegue prever uma data concreta, uma vez que “o concurso sofreu vários adiamentos desde o inicio do ano”. “Entregámos as propostas em junho e só soubemos os resultados em novembro”, garantiu Sónia Coleta, que ainda se mostrou satisfeita com o acordo: “A nível nacional há uma grande lista de espera na área da Gastro”.

Elogios aos realizadores da Gala de Natal

No período das “Informações”, João Peres quis, publicamente, dar os parabéns aos intervenientes da realização da Gala de Natal da Misericórdia da Mealhada. “Foi um momento de alegria, convivência e partilha. Obrigada a quem esteve no palco e a quem esteve na plateia também”, elogiou o provedor, que estendeu as palavras para o jantar oferecido pela instituição no mesmo dia da Gala: “Tivemos a maior afluência desde sempre neste encontro”.
O resultado da venda de bilhetes, mil euros, reverteu a favor do Fundo de Emergência Social da instituição que, em 2016, será regulamentado.

Voto de louvor, aprovado por unanimidade, a Braga da Cruz

A mudança de diretor no Jornal da Mealhada, um serviço da Misericórdia da Mealhada, foi também comunicada aos “irmãos”. “João Pega, que é o vice provedor da instituição, é o novo diretor do jornal”, informou João Peres, que explicou “que por motivos de saúde, o professor Braga da Cruz há muito tempo pedia para ser substituído”.
E foi “pelas mãos” do novo diretor do Jornal da Mealhada que foi votado um voto de louvor a Braga da Cruz, aprovado por unanimidade. “Este voto é mais do que justo pelo trabalho que desenvolveu na instituição e no Jornal da Mealhada. Braga da Cruz é um jornalista considerado por todos os jornalistas. Assumiu a direção de um jornal pequenino e pobre e vinha de Coimbra para servir as necessidades do jornal, por sua conta e risco. Este voto vai também acompanhado de um grande agradecimento”.
Também Jacinto Silva, presidente da mesa da assembleia-geral, proferiu algumas palavras: “Lembramos, e bem, o professor Braga da Cruz, que agora é substituído por um homem que também faz a diferença. Estamos aqui para o ajudar e obrigado por ter aceite este cargo”.
João Pega lembrou o seu progenitor, Armindo Pega, mas também Padre Abílio e Manuel Santos, antigos diretores do título já falecidos, e garantiu: “Tentaremos que o Jornal da Mealhada seja um poço de informação não só da atividade da Santa Casa, mas também dos eventos e informações do nosso concelho”.

300 anos da Capela de Sant’Ana estão a ser preparados

No final, foi ainda “discutido” os trezentos anos da Capela de Sant’Ana, propriedade da Misericórdia da Mealhada, assinalados a 26 de julho de 2016. “Iremos comemorar a data como a padroeira da Santa Casa, da cidade e dos Bombeiros Voluntários da Mealhada merece!”, declarou João Peres, que acrescentou: “Este ano correu bem, para o ano vamos partilhar as comemorações com os Bombeiros da Mealhada e pedir o apoio da população no enfeite das ruas”.
O assunto foi mote para o provedor da Misericórdia da Mealhada alertar para o facto da Capela necessitar de obras internas. “É uma obra bastante cara e que está orçamentada em mais de cem mil euros”, garantiu.
Alguns irmãos defenderam que “sendo Sant’Ana padroeira da cidade deveria ser pedida colaboração à Câmara Municipal e à Junta da União das Freguesias”.

Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 962, de 6 de janeiro de 2016.

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