sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

...Literatura...



Mealhadense apresenta, em livro, estudo “exaustivo” de fachadas bairradinas

Cláudia Emanuel Franco dos Santos, de 39 anos e natural da Vacariça, vai apresentar o livro da sua autoria “Artes decorativas nas fachadas da arquitetura bairradina. azulejos e fingidos (1850-1950)” no próximo dia 16 de janeiro, um sábado, às 15 horas, na Biblioteca Municipal da Mealhada. A obra é publicada pela Câmara Municipal da Mealhada e a apresentação estará a cargo de Eduarda Vieira, docente na Universidade Católica do Porto; Conceição Serôdio, diretora do Museu de Cerâmica de Sacavém; Luís Rocha, diretor do CEARTE - Centro de Formação Profissional do Artesanato; e Branquinho de Carvalho, mealhadense e colecionador de fotografias antigas da região.
“O livro é uma adaptação da minha tese de mestrado em ‘Património Artístico e de Conservação’, onde obtive dezanove valores”, começou por dizer, ao Jornal da Mealhada, Cláudia Emanuel, que atualmente é Conservadora de Património na Santa Casa da Misericórdia da Mealhada. “Uma obra que vem acompanhada de um DVD onde estão as fichas de inventário e dez catálogos de fábricas cerâmicas”, acrescentou ainda.
Todo o livro é fruto de um inventário realizado no ano de 2004 na região demarcada da Bairrada, onde se inserem todas as freguesias dos concelhos de Anadia, Mealhada e Oliveira do Bairro, algumas freguesias dos concelhos de Águeda, Cantanhede, Coimbra e Vagos e ainda a freguesia de Nariz, no concelho de Aveiro. “Por motivos pessoais e profissionais só agora foi possível a publicação da obra”, concluiu, ao nosso jornal, a autora do livro.
Uma publicação que contou com o total apoio financeiro da Câmara da Mealhada. Em nota no livro, Rui Marqueiro, presidente da autarquia, descreve o momento em que lhe foi apresentada a informação: “Percebi que a Cláudia se tinha documentado de forma conhecedora e exaustiva da matéria de que ia tratar, no qual tive oportunidade de ver alguns excertos do seu trabalho. Fiquei fascinado com a quantidade e qualidade da informação constante dos excertos (…)”.

Resumo da obra feito por Cláudia Emanuel:

“Acreditando que o conhecimento e a sua partilha é um instrumento fundamental para a conservação arquitectónica (e não só), estudaram-se as formas de ornamentação através de revestimento por azulejos e por pintura de fingidos, da arquitectura doméstica da região demarcada da Bairrada.
Realizou-se um Inventário sistemático dos imóveis onde existiam estas ornamentações e procedeu-se à avaliação do seu estado de conservação, para identificar os factores de degradação, ou causadores de anomalias.
Para incentivar a sua conservação e restauro, disponibilizaram-se conhecimentos sobre as técnicas de fabrico e de produção destes elementos decorativos, e as técnicas de produção/decoração que estiveram na base da produção azulejar. A investigação realizada sobre as técnicas azulejares só foi possível, com um estudo paralelo sobre as fábricas que estiveram na origem da sua produção. Isso permitiu o acesso a variados catálogos de fábricas, o que veio facilitar a identificação do local de produção de determinado azulejo.
A mesma recolha de conhecimentos e saberes desenvolveu-se sobre as técnicas de pintura mural (execução de fingidos e de azulejos fingidos), aqui procedendo à recolha dos saberes de um mestre pintor/fingidor da região, que executou alguns dos exemplares inventariados.
Procedeu-se adicionalmente ao estudo de outros elementos decorativos complementares que, tal como os azulejos e os fingidos, decoravam e valorizavam as fachadas da arquitectura bairradina.
Por fim desenvolveu-se um estudo de caso particular, os revestimentos decorativos da estância de Emídio Navarro (no Luso), dado o generalizado desconhecimento deste imóvel e sobretudo da importância dos elementos decorativos que caracterizam todo o seu interior”.

Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 962, de 6 de janeiro de 2016.

1 comentário:

Luis disse...

Cara Mónica, sabe dizer-me o nome e morada do Restaurante que a D. Conceição (SELAS) abriu na Mealhada, depois de ter fechado o "Selas" no Luso? obrigado
luis.cortereal.matias@gmail.com