quinta-feira, 13 de março de 2014

...opinar sobre o CARNAVAL LUSO BRASILEIRO DA BAIRRADA...



Hoje estou de folga…. e sinto-me mesmo de folga…sinto tanto que até me esqueci que sou jornalista…

E portanto vamos cá dar opinião sobre aquele que considero o maior evento do concelho da Mealhada… o CARNAVAL LUSO BRASILEIRO DA BAIRRADA.

Às vezes pergunto-me: Se o Sambódromo Luís Marques fosse em Cantanhede teríamos um Carnaval de cinco dias, gerido por uma empresa “Inova” (ou lá como se chama a empresa que gere a Expofacic) e seriamos visitados por milhares de visitantes?
A Câmara da Mealhada é igual à de Cantanhede, talvez melhor, porque dá oitenta e tal mil euros (julgo que no passado mais de cem mil) e só se interessa em que as contas sejam justificadas, não se intromete na escolha do rei, do príncipe e de todo o resto…
Mas se calhar devia… Devia meter-se, devia criar uma entidade para gerir o Carnaval e remunerar um, dois, ou os necessários, profissionais…
Um trabalho pago, mas de muita qualidade!

Este Carnaval (no corso de domingo, dia 9 de março de 2014) conheci uma família inteira de Pombal… Uns pela primeira vez, outros já cá tinham estado….
Eles assistiram ao desfile inteiro, mas assistiram porque eu lhes pedi para assistir.
Eu explico: Ao fim de mais de uma hora do início do corso (marcado para as 15 horas), lá passa a Imperatriz e lá passa mais um outro grupo (que já nem me recordo…devia ser algum grupo contratado de fora)… a família arrumou as cadeiritas e iam para se ir embora a dizer coisas do género: “Pronto, ao menos viemos dar uma volta à Mealhada”.
Não fui capaz de ficar calada e alertei-os que ainda só tinham visto 25% do que seria o corso. A matriarca da família, pensando que eu era de longe e a olhar para a estrada (tudo isto junto à Escola Profissional Vasconcellos Lebre) disse-me: “Ó menina, olhe que não… Não vem lá ninguém”.
Expliquei-lhe que tinha que aguardar mais um pouco e ela (a família) acabou por ficar. Eu tive o privilégio de fazer “conhecidos”, o que gosto bastante, eles tiveram o privilégio de assistir ao corso inteiro (foi por isso que vieram de Pombal à Mealhada) e no fim a matriarca ainda me disse: “Que coisa linda!”.

Aqui faço um aparte: Alguém da entidade que organiza o Carnaval convidou/contratou associações concelhias para darem espetáculo no corso? Pergunto porque não sei mesmo e podem tê-lo feito e ninguém ter aceite…
Mas eu acho que gostava de ver uma performance da CADES, um momento teatral da Casa Rural Quinhentista, sei lá, tanta coisa….
Eu gostei do Ginásio de Cantanhede, gostei muito… mas os do concelho não quiseram, foi isso?

E por falar em Casa Rural Quinhentista… os dois colaboradores fotográficos que “tenho” no Jornal da Mealhada, por coincidência, são da Pampilhosa. Pisaram pela primeira vez, em anos distintos, o Carnaval da Mealhada pelas "mãos" do JM…
Alguém me explica como é que as pessoas da Pampilhosa não têm interesse por vir assistir a um evento que passa na televisão e fica a cinco quilómetros das suas casas?
Algo se passa com este evento…

Também na bilheteira tenho uma história engraçada para contar…
Enquanto colaboradora de um diário regional, também fui a responsável pelas notícias publicadas sobre o Carnaval da Mealhada em 2014 para este título… No corso de domingo, enviaram uma fotógrafa estagiária para fazer a cobertura fotográfica, mas esqueceram-se de a credenciar… obviamente, e muito bem, a Associação de Carnaval da Bairrada barro-lhe a entrada…
Fui ter com ela à Bilheteira (do lado do Cardal) para tentar que a deixassem entrar, não o tinham que fazer porque ela não cumpriu as regras!
O “segurança”, depois de eu lhe explicar a situação, disse-me que só a deixaria entrar com um tutor do estágio. Eu apresentei a minha Carteira Profissional de Jornalista (ainda bem que a tenho porque não sei se me deixariam entrar no Carnaval da Mealhada para trabalhar. Poucos me conhecem!) e ele, com má cara, deixo-a entrar para então fazer o seu trabalho (que chega a casa de milhares de pessoas da região Centro diariamente), mas ainda me disse:
"Como é que para um evento destes trazem uma estagiária????"
 
Ui… sou só eu que me sinto indignidade com estas palavras? Um porteiro, ou segurança, ou lá o que ele é, deve dizer isto a alguém, uma possível fotografa, que se está a licenciar e que, sem remuneração, a um domingo, abdica do seu tempo livre para vir fazer umas fotografias ao Carnaval da Mealhada?
Se ela não tivesse vindo, as fotografias iam ser tiradas da minha digital, da Sony, uma coisinha tão pequenina e que tanto jeito tem feito ao JM e ao DC… (exemplo nesta fotografia aqui ao lado)

Sobre o concurso ou concursos que avaliam as escolas de samba, só tenho uma coisa a dizer: Tenho muito respeito por quem implementou o Concurso de Escolas de Samba do Jornal da Mealhada. Ele não apareceu feito… tiveram que, algumas cabeças, desenha-lo, monta-lo e pô-lo em prática!
Este ano (2014) a Associação de Carnaval da Bairrada organizou um, em parceria com as escolas de samba. Não tenho nadinha contra… e nem omito opinião…
Mas como é que um mês antes do Carnaval eu recebi um telefonema de um elemento da direção da dita associação que estava a precisar da minha ajuda (enquanto jornalista do JM). “Estou aqui no site do JM a ver os regulamentos do concurso das escolas de samba (são públicos, é verdade!) e falta-me aqui uma coisita. Podes arranjar-me?”, disse.
Ainda bem que eu ando cá há muitos anos. Nessa altura eu não sabia que a Associação de Carnaval da Bairrada ia organizar um concurso, mas enquanto funcionária do JM, não disponibilizo nada que pertença à empresa…
Mas mais uma vez digam-me, por favor, isto não foi uma grande lata?????

Por último, quero dizer, a quem não sabe ou se esqueceu…
Sou sócia (se calhar desde que nasci) da escola de samba Sócios da Mangueira. Os meus pais são fundadores e o meu pai está hoje no ativo da escola… Quando era pequenina, as meninas da Mangueira vestiam-se na minha casa porque não existia sede…
Estive lá, também no ativo, até aos meus 24 anos de idade… até às saídas fora ia…
Hoje não estou no “ativo”, mas vou lá muitas vezes. Continuo a ser sócia. O meu pai paga-me as quotas e eu sei que lhe dá prazer fazê-lo! E até ele me dar esse "mimo" eu deixo… um dia quando se fartar, talvez eu continue a ser sócia da Mangueira... com as quotas em dia…

Mas vos garanto que também entro no Batuque como se na minha escola entrasse. Porque tenho lá amigas, porque me recebem bem e porque, por comodismo, muitas vezes está mais à mão da minha casa…
Adoro muitas pessoas que estão na Tijuca e também lá me recebem bem…
Na Imperatriz (Casal Comba) e no Samba no Pé (Sepins) sempre fui muito bem recebida e tratada, assim como no Paquetá, lá mais atrás…

É a todas as escolas de samba que eu bato palmas.
Por admirar as pessoas que passam horas enfiadas nas sedes a ter ensaios e a colar lantejoulas que eu acho que precisamos de mais, muito mais…

Ups, falta mais uma coisa: Ninguém concorda comigo… mas eu sou a favor de o REI se manter brasileiro. É a tradição. Não mexam nela! :)

2 comentários:

Cláudia Emanuel disse...

Adorei ... é verdade ... é mesmo preciso dar uma grande volta ao Carnaval da Mealhada. É preciso deixar de haver atrasos, é preciso haver mais pessoas a desfilar e é preciso melhorar o espectáculo pois só assim se vai conseguir ter o mesmo público que outrora vinha assistir aos desfiles. É preciso a própria população da Mealhada se envolver no Carnaval, é preciso voltara acordar com o som das baterias a ensaiar durante o Carnaval. Mas apesar de tudo isto ... o Carnaval foi fantástico, e só entende isto e o valoriza, quem já queimou as pontas dos dedos na pistola da cola quente :-)

Paulinha Gradim disse...

MUITO BOM MSL!!!!
Palmas!