quarta-feira, 29 de junho de 2016

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3 recolhas, 3 laboratórios, o mesmo resultado: água na Fonte de São João está «própria»

Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, realizou uma conferência de imprensa sobre a “polémica” em torno da qualidade da água da Fonte de São João, situada no centro da vila termal do Luso. No encontro foram apresentados documentos “para o esclarecimento público da situação na fonte onde diariamente são enchidos milhares de garrafões de água”.
O Jornal da Mealhada já tinha noticiado que, até ao final do ano corrente, a Câmara Municipal da Mealhada e a Administração Regional de Saúde do Centro, na pessoa da Delegada de Saúde da Mealhada, irão fazer análises conjuntas à Fonte de São João. O périplo começou, no passado mês de maio, os resultados já chegaram e são unânimes: nos dias em que as análises foram feitas, os coliformes fecais - bactérias indicadoras de contaminação – estão a zero, levando a que a água esteja própria para consumo.
Foi no passado dia 31 de maio que foram feitas as colheitas da água, por parte da Câmara Municipal da Mealhada e do Serviço de Saúde Pública da Mealhada e remetidas, respetivamente, para a CESAB – Centro de Serviços do Ambiente – e o Laboratório de Saúde Pública de Aveiro. Para além desta análise em conjunto, e uma vez que o assuntou tem vindo a preocupar o presidente da autarquia, foi pedida uma terceira análise ao Laboratório das Águas do Centro Litoral, tendo a recolha acontecido no dia 6 de junho. E não há como enganar: as três “ditam” a inexistência de coliformes fecais.
O assunto deixou o edil “aliviado”, mas não o descansa e, por isso, tal como o Jornal da Mealhada já escreveu, a “vigilância vai ser apertada”. A legislação portuguesa dita que a cada trimestre têm que ser feitas análises às águas das Fonte, mas para Marqueiro podem ser mais. “Até dezembro a Câmara da Mealhada e a Delegação de Saúde da Mealhada farão analises em conjunto, no mesmo dia, à mesma hora, no mesmo momento e, eventualmente, até da mesma bica”, esclareceu, aos jornalistas, Rui Marqueiro, que acrescentou que “se a Delegada de Saúde o permitir, até acho que se deve fazer isto para sempre”.

Análises dos últimos anos detetam coliformes fecais em meses de verão

A probabilidade que estes coliformes fecais apareçam em alturas de grandes enxurrados “é grande”, afiançou, há quinze dias e ao Jornal da Mealhada, o presidente da autarquia, baseando-se na opinião empírica dos serviços da Câmara, que quer agora perceber “se é possível que esta água não os tenha em nenhum período”. “Se aparece esta componente é porque há contacto com a unidade fecal e é a obrigação da senhora Delegada da Saúde de cumprir com as suas funções e divulgar os resultados, como o fez, até porque se este componente aparece é porque há contacto com a unidade fecal”, acrescentou na altura.
Mas agora, e depois de apresentados os resultados dos últimos anos, a “teoria” poderá “cair por terra”, uma vez que em 2014 os coliformes fecais são visíveis em julho e em 2011 e 2013 em agosto – alturas em que normalmente as chuvas são escassas. “Já em 2014 temos um ano completamente limpo”, garantiu Rui Marqueiro, preocupado com a “inconstância dos resultados”.
"Não sabemos as razões. Pode haver uma rutura, pode haver uma ligação ilegal à rede, ou pode ser que a contaminação ocorra no tanque que serve as bicas. Vamos fazer uma inspeção à rede e se for necessário iremos contratar uma empresa para desinfetar a água", garantiu ainda o edil.

Alegada água “imprópria” não retira “clientes” à Fonte de São João

Na conferência de imprensa, que contou com dois momentos – um no Grande Hotel e outro junto à Fonte de São João – Rui Marqueiro enfatizou que “embora fique situada a menos de cem metros da nascente da água do Luso, a fonte de São João não tem qualquer relação com a marca de água comercializada pela Sociedade Central de Cervejas, sendo um aquífero de superfície”.
Gerida pela Câmara Municipal da Mealhada, esta Fonte debita quarenta litros de água por segundo, o que representa cento e quarenta e quatro metros cúbicos por hora, e é um local onde diariamente centenas de pessoas enchem garrafões de água para consumo.
O que o Jornal da Mealhada comprovou no dia da conferência de imprensa, na manhã de 14 de junho, onde dezenas de pessoas por lá passaram num espaço de cerca de trinta minutos.

Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 974, de 22 de junho de 2016.

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