sexta-feira, 29 de abril de 2016

...Concelho da Mealhada...



Tarifa variável, imposta pela ERSAR, faz “explodir” fatura da água

Os novos tarifários de Abastecimento de Água, Saneamento de Águas Residuais Urbanas e Gestão de Resíduos Urbanos no concelho da Mealhada, por forma dos normativos legais, entraram em vigor no dia 1 de janeiro de 2016 e, por isso, os munícipes só sentiram o aumento nas faturas processadas durante este mês de março. Rui Marqueiro, presidente da autarquia, garante ter sido “mal elucidado pela ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos)” e a população “exigiu” explicações e fez filas no Setor das Águas, na semana passada, em busca de respostas.
“Costumava pagar doze, treze euros e este mês tenho uma fatura de trinta e cinco euros”, declarou, ao Jornal da Mealhada, João Aguiar, residente na Quinta da Nora, na cidade da Mealhada. “É muito dinheiro e sei de colegas que residem em outros municípios e não sentiram isto”, acrescentou ainda o munícipe, que se dirigiu à Câmara Municipal no passado dia 14 de abril e nos garantiu: “Estava uma fila tremenda de pessoas a querer saber o que se passava”.
O mesmo nos disse um proprietário de um negocio local, aberto ao público, que viu a fatura da água passar “de trinta para setenta euros”.
Ao Jornal da Mealhada, o presidente da Câmara explicou que as faturas da água dependem não só da autarquia, mas também da ERSAR, “entidade que nos exigiu ter uma tarifa variável e não apenas a fixa”. Na prática, a água, o saneamento e os resíduos são faturados sobre uma taxa fixa, mas, a partir do passado dia 1 de janeiro, passou também a estar munida de uma variável, que se altera, para maior, quanto mais água o munícipe, comerciante e /ou empresa gaste.
E segundo o edil “o Município da Mealhada tem a taxa estipulada abaixo do que o valor que a ERSAR recomenda” e “a da água até está mais baixa do que era”. O autarca assume, contudo, que “em alguns casos há um pequeno agravamento das faturas porque o programa informático baseia-se nos valores estimados e não nos reais”.
“Este é outro problema que temos porque a leitura real é feita de dois em dois meses. De cada vez são lidos 1.250 contadores e em alguns casos é muito difícil porque as pessoas não estão nos prédios durante o dia. Até já andamos a ‘estudar’ com os condomínios ter chaves dos prédios para poder fazer esse serviço com mais liberdade”, disse ainda Rui Marqueiro.
Mostrando-se incomodado com o assunto, o autarca não o esqueceu e, na Assembleia Municipal comemorativa dos quarenta e dois anos do “25 de Abril”, declarou: “Fomos mal elucidados e hoje os tarifários da água estão mais caros. Há matérias que não podemos ultrapassar, mas podemos melhorar um ou outro ponto e fica aqui o meu compromisso para que isso aconteça”.

Noticia de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 970, de 27 de abril de 2016.

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