sexta-feira, 13 de novembro de 2015

...Assunção Cristas deixa “esperança financeira” à Fundação Bussaco...

Os técnicos da Fundação da Mata do Bussaco estão a trabalhar em dois grandes projetos, um com ênfase nacional, que pretende ajudar a tornar a entidade auto sustentável, e outro internacional, que pretende captar um maior número de turistas. A divulgação foi feita por António Gravato, presidente da Fundação Bussaco, na passada sexta-feira, aquando da visita de Assunção Cristas, Ministra da Agricultura e do Mar, ao que apelidou ser uma “Maravilha”.
Após uma breve reunião, onde não faltaram os vereadores da Câmara Municipal da Mealhada, coube a Rui Marqueiro, presidente da autarquia, e Assunção Cristas plantarem um cedro-do-buçaco, junto à Ermida de São José. No final, a Ministra da Agricultura e do Mar, mostrou-se surpreendida com a Mata Nacional do Bussaco. “Esta é uma riqueza única na área florestal, a nível nacional”, declarou Assunção Cristas, que ainda deixou no ar a ideia de que “o financiamento à Fundação tem que ser debatido e discutido num futuro próximo”.
Partindo do pressuposto que “nos dias de hoje, há uma melhor abertura e vivência para as questões e atividades ao ar livre”, Assunção Cristas, enfatizou: “O Bussaco está cada vez mais na agenda política nacional e internacional”.

Projeto ACACIAS pode vir a ser “lufada de ar fresco”

Foi depois da saída de Assunção Cristas, que António Gravato, aos jornalistas, quis falar sobre os novos projetos que estão a ser preparados pelos colaboradores da Fundação do Bussaco.
“Em março esperemos ver aprovado o projeto ACACIAS (“Active and Coordinated Assessment and Control of Invasive Alien Species”), que está muito bem feito e, tal como o BRIGHT (“Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats”), incide no combate às invasoras. Vamos procurar que a recolha desse material lenhoso, cerca de cinco mil toneladas por ano, seja transformado em energia e, para isso, contamos já com dois grandes grupos industriais como parceiros”, explicou o dirigente da Fundação Bussaco, garantindo que a base é “tentar criar sustentabilidade económica”. “Vamos virar as ‘invasoras’ para nosso benefício. Fazendo a recolha, entregando na empresa Soporcel, que transformará em energia”, acrescentou António Gravato, adiantando, que “a candidatura, através do Programa LIFE, será aprovada, ou não, em Bruxelas”.
O outro projeto, o internacional, incide nas “Rotas de Napoleão”, neste caso concreto, à “Batalha do Bussaco” que, em 2015, já foi comemorada numa parceria entre a Fundação e as Câmaras da Mealhada, Mortágua e Penacova. Nesta ideia que está a ser estudada entram ainda “os municípios de Santa Comba Dão e Coimbra; o Centro de Iniciativas Empresariais e Sociais (IEBA), de Mortágua; e o Turismo Centro de Portugal”. “Este é mais um projeto liderado pelo doutor Rui Marqueiro e no qual fiz questão de inteirar a senhora Ministra, que hoje veio cumprir uma promessa que me fez de nos vir visitar”, enalteceu António Gravato, acrescentando: “A Fundação é o meio para se chegar a um fim, que é unicamente o de dar a conhecer esta maravilha que é o Bussaco”.
Para além destes, o Bussaco tem ainda sinalizados dois projetos, por parte da CCDR (Comissão de Cordenação e Desenvolvimento Regional), no valor de oitocentos mil euros e que incide no Convento de Santa Cruz e Via Sacra. “Apesar do orçamento ser de quatro milhões de euros, sabemos que a sinalização da CCDR é de oitocentos mil euros”, explica António Gravato, que em resposta aos jornalistas garante que “é melhor do que não ter nada”.
Também em relação à candidatura da UNESCO há novidades. “No passado dia 6 de outubro, uma equipa pluridisciplinar da Fundação foi defender o projeto e agora estamos na lista indicada para apresentar a candidatura”, acrescentou o dirigente.
Por último, e uma vez que o Convento de Santa Cruz já está assinalado como imóvel de interesse público, António Gravato quer que seja “Monumento Nacional” e, para isso, tem já o processo em marcha”.

“Das 600 fundações que existem no país, somos a única sem verbas do Estado”

No final, e numa visão mais generalizada, aos jornalistas, António Gravato elogiou “o trabalho empenhado dos colaboradores da Fundação” e garantiu que o mais importante “é candidatarem-se a fundos comunitários”, até porque “das seiscentas fundações que existem no país, somos a única que não tem verbas do Estado”.
Apenas ao Jornal da Mealhada, o dirigente enalteceu o apoio, diário, da Câmara da Mealhada: “A Fundação tem uma ligação permanente e dependente, no bom sentido, com a autarquia. Para além do apoio financeiro, há uma grande colaboração em termos técnicos, logísticos,….”.

Leitão pode ser meio de levar turistas ao Bussaco

Para António Gravato, tornar o Bussaco na ordem do dia, nacional e internacional, passa por uma estratégia forte de marketing, que pode ser associada à gastronomia. “Segundo dados analisados, serão vinte mil as pessoas que diariamente se dirigem à Bairrada para comer leitão. Se deste número, dez por cento se interessarem por questões ambientais e lúdicas e visitarem o Bussaco, antes ou depois do almoço, em pouco tempo passaríamos de duzentas e vinte mil pessoas (em 2015 serão perto de duzentas e vinte mil) para um milhão de visitantes”, concluiu, ao Jornal da Mealhada, António Gravato.


Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 958, de 11 de novembro de 2015.

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