quinta-feira, 15 de outubro de 2015

...Nuno Alegre descobre “achados arqueológicos nas ‘Pedras Negras’”...

É lusense, gestor hoteleiro há uma década (ligado à área há muitos anos devido a raízes familiares) e prepara-se para apresentar uma obra intitulada “De Luso – antiguidade googalizada”. Um livro que começou com o objetivo de procurar o significado da palavra “Luso”, mas que culminou na descoberta e identificação oficial por parte do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) de mais um local arqueológico, no concelho da Mealhada, aumentando, assim, o “património” português.
 “Esta obra começou há dez anos e tinha o objetivo de se tornar um livro técnico sobre hotelaria, com base no significado do termo Luso, que se procurarmos na internet, também significa ‘português’”, começou por explicar o autor, Nuno Manuel Gouveia Alegre, gerente do Alegre Hotel.
Mas o trabalho de pesquisa de uma década, “só podia culminar num livro”. “Deixou de ser um livro sobre otimização de um termo na internet, para se basear nas origens do Luso, do Bussaco e da Vacariça”, continua Nuno Alegre, que confessa ter “obtido mais informação do que aquilo que estava há espera”.
E ao longo dos últimos anos, o autor foi compilando diversas informações, só parando no sitio, onde julga ter estado o Mosteiro da Vacariça (também conhecido por Mosteiro Bubulense), a poente do Luso, datado do final do primeiro milénio.
Um local denominado de “Pedras Negras”, “muito rico em ferro”, e que mereceu a visita de técnicos da Direção Regional de Cultura do Centro, em maio deste ano. No passado mês de setembro, Nuno Alegre, que fez parte da visita, recebeu o ofício da entidade citada, a confirmar os “achados arqueológicos nas ‘Pedras Negras’”.
“Este investigador (Nuno Alegre) identificou, numa área situada na margem direita da Ribeira da Vacariça, um chão onde ocorre muita escória, alguns materiais cerâmicos e um ordenamento do parcelário algo dissonante quando comparado com o que se observa na sua periferia. Trata-se de terras que não obedecem à morfologia das leiras alongadas, dispostas perpendicularmente à Ribeira, parte das quais tem cota superior às demais”, lê-se no documento que, contudo, não garante que no local tenha estado o Mosteiro, que Nuno Alegre “sugere”, com base na sua investigação.
“As tentativas de localização do mosteiro de São Vicente da Vacariça passam por estudo interdisciplinar, que conjugue os dados colhidos em documentos históricos e aplicação de metodologias de investigação arqueológica”, acrescenta o documento, que propõe que seja dado conhecimento do “achado” à “Câmara Municipal da Mealhada para efeitos de aplicação do disposto no PDM (Plano Diretor Municipal)”.
E com esta descoberta, Nuno Alegre ganhou ainda mais vontade de publicar a obra, o que tenciona fazer, “ainda antes do natal”. “Os objetivos foram cem por cento atingidos, tendo em conta que fui ainda mais longe do que aquilo que imaginava”, afirma Nuno Alegre que, com mais duas pessoas, já pensa na próxima obra. “Queremos criar um livro que se destine a turistas, com bases na recriação de uma série de espaços, acompanhado de detalhe arqueológico… Um trabalho que sirva para as pessoas levarem para casa…”, conclui o autor, que deixa no ar a existência de mais lugares que devem ser investigados, nomeadamente, em Vila Nova de Monsarros, no Bussaco e no Luso.

Curiosidades do livro

A obra “De Luso – antiguidade googalizada”, com duzentas e setenta páginas, teve a supervisão e revisão de Maria Alegria Marques (Professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra – Departamento da História da Arte) e a colaboração crítica de Jorge de Alarcão e Silva (Professor aposentado da Universidade de Coimbra e uma das maiores autoridades nacionais no campo da arqueologia).

Como chegar às “Pedras Negras”?

Segundo o oficio da Direção Regional de Cultura do Centro: “Estacionar a viatura perto do Cemitério da Vacariça. Tomar caminho que desce para a Ribeira da Vacariça, atravessar o pontão. Terras agricultadas sob linhas de alta tensão, contidas em propriedades cujas extremas são delimitadas por pedra, numa disposição ‘grosso modo’ paralela ao curso de água”.


Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 956, de 14 de outubro de 2015.

2 comentários:

Luiz Melo disse...

Luso, Bussaco, Vacariça!
Parabéns!
Fico à espera de continuidade aprofundamento.

:)

Manuel Carvalho disse...

Nunca li tanta asneira e tanta baboseira