segunda-feira, 18 de agosto de 2014

...Entrevista à comandante dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa...



“São os nossos sócios que nos ajudam a ajudar quem precisa”

É mulher, mãe e tem uma vida profissional. Há vinte e dois anos que é também bombeiro. “Abraçou” o quartel dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa e nunca mais de lá saiu. Em 2006 destacou-se na corporação como segunda comandante e, em 2011, foi nomeada comandante, papel que assegura até hoje. O Jornal da Mealhada conversou com Ana Paula Ramos e ficou a conhecer um pouco mais do seu trabalho, o de liderar uma equipa, maioritariamente constituída por homens.

Há quantos anos é bombeiro?
Sou bombeiro no corpo de Bombeiros de Pampilhosa desde 1 de junho de 1991, ou seja, há vinte e dois anos.

Esteve sempre na corporação dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa ou passou por outras?
Sempre no corpo de Bombeiros de Pampilhosa.

Há quantos anos é comandante? Como está a ser a experiência?
Estou a exercer as funções de comandante desde 26 de junho de 2011. Não considero que seja uma experiência pois, desde 2006, que exercia as funções de 2.º Comandante. Estava muito ciente do que aceitei e o que me esperava, que é trabalho e muita responsabilidade, mas com a confiança que deposito na minha equipa de trabalho, sobretudo na disciplina, nas qualidades humanas, técnicas e sociais dos Homens e Mulheres que compõem o corpo de Bombeiros de Pampilhosa é tudo mais fácil. E saliento as qualidades pois são para mim um sinal claro de que a minha missão é, em muito, facilitada.

Como se encontra o quartel aos níveis de corpo de bombeiros e de meios?
O corpo de Bombeiros de Pampilhosa encontra-se estável, com cinquenta e seis operacionais, que considero o número suficiente para as solicitações operacionais na área de atuação própria, bem como para apoiar áreas exteriores.
Os meios do corpo de Bombeiros, com o empenho dos órgãos sociais da Associação e com grande esforço, têm-se mantido operacionais embora com a carência de um veículo de comando operacional tático.
Este ano, com esforço, conseguimos colmatar uma lacuna com a substituição de um veículo tanque, pois já não oferecia condições de segurança aos operacionais, por um veículo de apoio logístico especial com capacidade para dezoito mil litros de água, que dará apoio a incêndio florestal e principalmente a incêndios urbanos e industriais. Esta é uma preocupação para com as duas Zonas Industriais afetas aos Bombeiros de Pampilhosa, a de Viadores e a da Pedrulha.

Estamos em pleno verão, estão assegurados os meios e recursos humanos necessários para os incêndios que, nesta altura, são o que normalmente mais preocupa?
Sim, o corpo de Bombeiros de Pampilhosa conta com dez operacionais em permanência, vinte e quatro horas por dia, e a Equipa de Intervenção Permanente (EIP), permite à corporação uma primeira de intervenção, musculada com quatro veículos operacionais que posso considerar, a nível estratégico, de excelente. 

Está também ligada ao Centro Distrital de Operações de Socorro de Aveiro. Há um trabalho diário de inter ajuda entre todas as corporações?
Sim. A Autoridade Nacional de Proteção Civil definiu ações operacionais que visam a primeira intervenção musculada para garantir o ataque inicial como uma intervenção organizada e integrada, sustentada por um despacho inicial, até dois minutos depois de confirmada a localização do incêndio, consistente e em triangulação, de meios aéreos, se disponíveis, e de meios terrestres de combate a incêndios florestais. Assim o corpo de Bombeiros de Pampilhosa efetua triangulação, em ataque inicial, com as corporações da Mealhada, Cantanhede e Brasfemes.
Em Ataque Ampliado, o corpo de Bombeiros de Pampilhosa integra também Grupos de Reforço para Incêndios Florestais (GCIF) que reforçam os teatros de operações a nível distrital A nível nacional integramos os Grupos de Reforço para Incêndios Florestais que reforçam os teatros de operações nos distritos adjacentes ou, não sendo adjacentes, em que o tempo de viagem não supere as três horas.

Como é “comandar” uma corporação de bombeiros, nos papéis de mulher, mãe e vida profissional?
Desgastante.

Que palavra quer deixar à sua corporação, aos sócios e aos elementos dos órgãos sociais?
Aos sócios, que tenham sempre presente o quanto são importantes para o corpo de Bombeiros da Pampilhosa e para a sociedade. Ser sócio é a forma mais eficaz de contribuir para a sua segurança e para a segurança dos seus, são os nossos sócios que nos ajudam a ajudar quem precisa. A todos os sócios do corpo da Pampilhosa, um obrigado.
Aos órgãos sociais, especialmente à direção do corpo de Bombeiros, tenho de elogiar a colaboração e ajuda na gestão e no excelente trabalho efetuado, ao nível financeiro. O relacionamento está a ser pautado pela proximidade e lealdade e estamos cientes dos projetos que temos de abraçar.
A todos os elementos que compõem o corpo de Bombeiros digo que somos nós que temos a responsabilidade de cada vez mais servir melhor. Tenho a certeza de que todos juntos, com o empenho que nos caracteriza, com a necessária lealdade, espírito de missão e sacrifício, vamos alcançar todos os nossos objetivos.
 
Entrevista de Mónica Sofia lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 925, de 6 de agosto de 2014.
Fotografia Arquivo JM.

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