quarta-feira, 20 de março de 2013

...Despedimentos (?) na SAL podem levar a encerramento?...

A decisão da administração da Sociedade das Águas de Luso de despedir alguns funcionários nas áreas administrativa e de contabilidade está a preocupar funcionários da empresa e o executivo da Câmara Municipal da Mealhada que, na voz do presidente da autarquia, Carlos Cabral, neste momento, a empresa se remete apenas a “um apartado”. Da parte da SAL, e contactado pelo Jornal da Mealhada, Nuno Pinto Magalhães, diretor de comunicações e relações institucionais da Sociedade Central de Cervejas, confirma alterações em alguns serviços, o que levou a cinco rescisões de contratos por mútuo acordo, mas garante que “o Luso continua com todas as suas valências”. Recorde-se que a marca Luso integra a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, que por sua vez é detida pelo grupo Heineken, que tem sede na Holanda e serviços na Polónia.
“A política que esta administração tem encetado leva à perda de postos trabalhos, primeiro fabris, agora administrativos”, declarou Mário Silva, funcionário nas Águas de Luso e representante dos trabalhadores, na passada reunião pública da Câmara da Mealhada, que acrescentou: “Outrora esta empresa era os olhos desta região e agora reduz-se a quatro paredes. É com pena que vejo tudo aquilo desmoronar-se”.
“Aquela empresa está a deixar de ser um potencial empregador. Uma riqueza que é nossa, está a gerar riqueza noutro sítio!”, lamentou ainda Mário Silva.
Atento ao exposto, Carlos Cabral começou por dizer: “A Câmara e seus vereadores estão incondicionalmente ao lado dos trabalhadores da SAL que, neste momento, se resume a um apartado no Luso”. Para o edil a empresa “tem sede social no concelho da Mealhada, mas não tem cá nenhum serviço e apenas enche garrafões. Isto é de bradar aos céus”.
António Miguel Ferreira, vereador da autarquia eleito pelo Partido Social-democrata, dirigindo-se ao representante dos trabalhadores da SAL, afirmou: “Hoje olhamos para a SAL e vemos uma empresa fantasma. O senhor está aqui a representar uma comunidade e esperamos que atrás de si, venha um exército!”.
Sobre a forma como os despedimentos estão a ser efetuados, Mário Silva declarou: “Ao despedirem os trabalhadores, que têm direito ao subsídio de desemprego, remete-se a um despedimento coletivo, mas como a empresa não quer isto, tem chegado a acordo e dado uma compensação a cada trabalhador. As pessoas têm aceitado e com isto, na prática, a SAL ainda não fez nenhum despedimento”. “Um dia, a negociar com todos os trabalhadores, a fábrica fecha e não há nenhum despedimento”, retorquiu Carlos Cabral.
Contactado pelo Jornal da Mealhada, Nuno Pinto Magalhães explicou: “Estabelecemos que vamos partilhar serviços, nomeadamente nas áreas da contabilidade, tesouraria e compras, entre o Luso e a Polónia”. “Estamos a falar de cinco funcionários, num universo de 120. A direção da SAL conversou com eles e propôs-lhe irem trabalhar para Cracóvia, contudo, nenhum quis ir, como era de se esperar. Houve então rescisão de contratos, por mútuo acordo, que só têm efeito a partir do segundo semestre deste ano. Quatro deles já aceitaram e falta apenas um”, esclarece Nuno Pinto Magalhães, que garante: “Tudo o que na SAL existia, mantém-se. Continuam todas as valências, excetuando os três serviços, que já expliquei, que passam a ser partilhados”.
Questionado sobre uma suposta descentralização da empresa, o representante da SAL afirma: “Só por brincadeira e por ironia é que se pode dizer isso. A concessão não permite encher nenhum produto Luso, fora do Luso, até porque a água do Luso é um recurso natural que não pode ser deslocalizado, como é óbvio”.  

Texto de Mónica Sofia Lopes publicado no quinzenário Jornal da Mealhada de 20 de março de 2013.

4 comentários:

Anónimo disse...

Imprecisões do Sr. Nuno Pinto Magalhães:
1º Não existe partilha na Contabilidade/Tesouraria, pois para existir a mesma teria que ficar alguém deste lado (SAL/Luso)

2º Os funcionários efetivos, que podem ser alvo do mesmo tratamento, já são só 111 e se retirados os "só 5" 106 e não 120

3º A direção da SAL, seja ela quem for, não conversou com nenhum dos "só 5" quanto mais ter feito qualquer proposta para trabalhar na Cracóvia

4º Diz que tudo o que na SAL existia mantém-se, não é assim pois apesar de serem "só 5" são 100% do Departamento de Contabilidade e Tesouraria que assim é eliminado. E como vai ser com os serviços a montante e a jusante do anterior? E a correspondência que já foi reencaminhada (desviada) para a SCC e deixou de ser tratada e/ou digitalizada na SAL trabalho agora executado na SCC? O que vai acontecer a quem fazia este trabalho na SAL (ex: para serviços a montante do departamento eliminado)?

5º Quanto à descentralização da empresa e encher produto Luso fora do Luso que afirma, e muito bem, não ser permitido "coloco no ar" as seguintes interrogações: LATAS? LOCAL DE ENCHIMENTO DA NOVA EMBALAGEM/PRODUTO? SCC/VIALONGA? SANTARÉM?

Anónimo disse...

Imprecisões do Sr. Nuno Pinto Magalhães:
1º Não existe partilha na Contabilidade/Tesouraria, pois para existir a mesma teria que ficar alguém deste lado (SAL/Luso)

2º Os funcionários efetivos, que podem ser alvo do mesmo tratamento, já são só 111, se retirados os "só 5" passam a 106 e não 120

3º A direção da SAL, seja ela quem for, não conversou com nenhum dos "só 5" quanto mais ter feito qualquer proposta para trabalhar na Cracóvia ou outra

4º Diz que tudo o que na SAL existia mantém-se, não é assim pois apesar de serem "só 5" são 100% do Departamento de Contabilidade e Tesouraria que assim é eliminado.
Como vai ser com os serviços a montante e a jusante do anterior?
E a correspondência que já foi reencaminhada (desviada) para a SCC e deixou de ser tratada e/ou digitalizada na SAL sendo esse trabalho agora executado na SCC?
O que vai acontecer a quem fazia este trabalho (ex: de serviços a montante do departamento eliminado) na SAL?

5º Quanto à descentralização da empresa e encher produto Luso fora do Luso que afirma, e muito bem, não ser permitido, “coloco no ar", apenas para meditar pois não só não terão resposta adequada como serão desmentidas (apesar do que foi dito, em reunião geral aos trabalhadores, com o pedido de manterem a informação revelada em segredo) algumas interrogações, que são:
EM LATAS?
LOCAL DE ENCHIMENTO DESSA NOVA EMBALAGEM/PRODUTO?
SERÁ NA SCC/VIALONGA?
SERÁ EM SANTARÉM?

Manuel Tiago de Oliveira Salazar disse...

Concordo plenamente com o(s) comentário(s). Se fosse eu um dos envolvidos seria bem mais duro nas palavras dirigidas a esse pretenso senhor que, apesar de se julgar superior, não passa de um simples assalariado ao serviço do capital estrangeiro, enquanto ao mesmo isso for favorável e der jeito.

Sugiro à senhora jornalista que, a exemplo da notícia, também publique no Jornal da Mealhada, este 2º comentário, como um género de direito de resposta dos atingidos ao representante da SCC, que, valendo-se do seu poder/posição, se acha o dono da verdade, no direito de dizer e afirmar certas barbaridades como se fossem verdades indesmentíveis.

Já dizia alguém, que uma mentira muitas vezes repetidas e dita com convicção pode ser tomada como verdadeira, mas, tenham em atenção, nunca será verdade.

Ai, coitados destes simples, verdadeiros e honestos, trabalhadores do meio rural perante estes todos poderosos e maliciosos da cidade, do dito império e deste nosso atual mundo, se nada ou ninguém nada fizer para os ajudar/proteger.

Que pelo menos (apesar de anónimos, o que bem se compreende) tenham alguém que lhes dê voz, o direito a serem ouvidos, a terem possibilidade de resposta e a contradizer quando são vítimas de inqualificáveis ataques destes poderosos e donos da verdade e do mundo.

Já nem na nossa terra somos respeitados mas sim sugados. Parece que em Portugal nós é que somos os estrangeiros e eles os portugueses.

MSL disse...

Os direiros de resposta e/ou artigos de opinião a serem publicados no Jornal da Mealhada devem ser enviados para geral@jornaldamealhada.com ou msl@jornaldamealhada.com
Obrigada