quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

...Resultados de um fim de semana de mau tempo, tragédia e angústia...

Centenas de árvores e milhares de euros de prejuízo, na Mata do Bussaco

MATA DO BUSSACO No concelho da Mealhada, uma das zonas mais afetadas, pelo mau tempo do passado sábado, 19 de janeiro, foi a Mata Nacional do Bussaco, onde centenas de árvores centenárias foram derrubadas, resultando em milhares de euros de prejuízo. A avaliação dos estragos - tanto ao nível do património natural, como do património construído -, pela Fundação Mata do Bussaco, encontra-se em curso e prosseguirá ao longo dos próximos dias, dada a sua dimensão. Aquando do fecho da nossa edição os acessos à Mata – só possível através da Porta Rainha, junto ao Museu Militar - ainda eram reduzidos, com grande parte das estradas cortadas, e muitos são os voluntários que se deslocam ao local a fim de ajudarem nos trabalhos de remoção dos destroços levados a cabo pelos colaboradores da Fundação.
“Os danos apurados são já considerados da maior gravidade: entre muitos outros igualmente centenários, o cedro-do-Bussaco, o mais antigo do país, e o cedro de São José (de 1644 ou mesmo anterior), que apresenta agora apenas uma das suas ramadas. As restantes, tombadas sobre a Ermida de São José, destruíram por completo este importante elemento do património religioso da Mata”, lê-se num comunicado, enviado pela Fundação Bussaco, que acrescenta: “Também destruídas, incluindo as suas peças em terra cota, estão pelo menos duas das capelas dos Passos da Via Sacra, construída pelos Carmelitas, assim como o Pretório e Varanda de Pilatos, sob as quais tombaram cedros centenários. Com menos relevância histórica, são igualmente notórios os estragos na cobertura e telhado das antigas Garagens do Palace Hotel, edifício que atualmente constituía o ponto de referência para seminários e atividades de divulgação e que se perspetivava recuperar para funções de Centro de Interpretação”.
“Após um fim-de-semana de verdadeira calamidade, as equipas da Fundação Mata do Bussaco encontram-se a trabalhar a cem por cento no sentido de, desde já, permitir o restabelecimento das principais vias de acesso e infraestruturas de apoio. Sem água, luz e comunicações até ao final da manhã de segunda-feira, a dificuldade de contactos não impediu, desde já, a colaboração da Câmara Municipal da Mealhada, dos Bombeiros Voluntários da Mealhada, da Pampilhosa e de Penacova, que têm vindo a disponibilizar meios humanos e materiais para auxílio na tarefa prioritária que constitui a desobstrução de caminhos e trilhos”, continua o documento, onde a Fundação faz um apelo: “Sem prejuízo de uma avaliação mais cuidada, que terá de ser efetuada nos próximos dias, com equipas especializadas, a Fundação Mata do Bussaco considera fundamental a atenção e o apoio das mais diversas entidades, apelando ainda à solidariedade de empresas e população que estejam disponíveis para colaborar na recuperação de uma património que é único e é visitado por cerca de duzentos mil visitantes por ano. Neste mesmo contexto, e sobretudo no que diz respeito ao património construído, para o qual foi desenvolvido todo um projeto de recuperação que aguardava verbas há vários meses, se antes do temporal as necessidades eram já críticas, ao nível da manutenção e pequena recuperação, passaram agora a uma urgência absoluta de resgate e conservação”.
Apesar dos meios exíguos, a Fundação espera a partir de quarta-feira reabrir portas à visita de público, no sentido de assegurar tanto quanto antes a entrada de visitantes que constituem, desde a sua criação, a principal fonte de receita para todos os trabalhos que têm vindo a ser executados. “Na sequência dos alertas e contactos estabelecidos com as mais diversas instituições espera-se igualmente, a breve prazo, começar a contar com a colaboração e apoio para as necessidades extra que agora se colocaram”, lê-se ainda no documento.                 Mónica Sofia Lopes

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