sexta-feira, 16 de março de 2018

... ter lúpus e ser mãe....



Ter lúpus é como ter que tratar de um filho para o resto da vida....
É ter disciplina, responsabilidade, optar por mudanças no estilo de vida e essencialmente ter doses de paciência...
Paciência para ter dezenas de consultas por ano, rotinas de colheitas tão intensas que já são isso mesmo... uma rotina...
Paciência para ao fazer isto tudo, o mundo ter que parar em filas intermináveis e precisar de períodos de repouso “forçado”....

Mas a vida leva-se e pode até levar-se bastante bem, como é, até agora, o meu caso...
Não sinto o lúpus de forma nenhuma, não penso nisso se quer.
Estão intrínsecas as horas da toma de toda a medicação e na agenda não falham nunca as datas das consultas e das análises ...
Já lá vão 12 anos...

É fácil! Sem ironias, é mesmo fácil! Pelo menos para mim é fácil!
É fácil por mim, mas também por todos os que estão à minha volta, que me fazem ver que neste mundo louco, e se olharmos para o lado, vamos ver coisas, situações, pessoas bem piores!
Não falamos se quer sobre o assunto e não é porque a doença seja tabu, é porque também a família e os amigos se esquecem que o tenho! Eu própria a esqueço!

Mas esta é também aquela doença, que faz com que não posso tratar da “menina dos meus olhos”, que tem pontinhos no corpinho, aos quais lhe chamam varicela...
A Maria está com os avós e, a bem da verdade, tratarão dela até melhor do que eu o faria, entre emails, saídas em reportagem e a vida do dia-à dia, do trabalho e de casa, que de rotineira tem muito pouco e que peca por horários turbulentos....
Não tenho dúvidas do quão bem tratada será, nos próximos dias... mas a verdade é que eu e a Maria estamos afastadas uns (intermináveis) dias.... e isso fez-me lembrar uma doença chamada Lúpus....

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