segunda-feira, 12 de agosto de 2013

...António Jorge Franco quer que Bussaco seja Património da Humanidade...



Pensada há anos, António Jorge Franco, presidente da Fundação Mata do Bussaco, que já tornou pública a sua decisão de deixar de o ser antes do fim do ano, não tem dúvidas que esta é a melhor altura para “a constituição de uma equipa de trabalho, promovida pelo Estado português, para se começar a preparar a candidatura da Mata do Bussaco a Património da Humanidade”. Mas segundo o presidente da Câmara da Mealhada, Carlos Cabral, em declarações à Lusa, o processo poderá ser “travado”, uma vez que a lei dos compromissos aliada à lei das fundações "impede as entidades públicas de apoiarem" a Mata do Bussaco.
“Penso que está na hora do estado português se envolver na constituição de uma equipa para se candidatar o Bussaco a Património da Humanidade”, afirmou, ao Jornal da Mealhada, António Jorge Franco, que acrescentou: “Já temos a Fundação, temos projetos feitos, tudo indica que seremos certificados a nível mundial e era importante começar-se a trabalhar uma equipa multidisciplinar, o mais rapidamente possível. O processo é muito complexo, mas temos condições para avançar com isso. Temos é que ter várias entidades unidas para que seja possível”.
Em contactos há ano e meio, o responsável pela Fundação Bussaco garante que “depois da Universidade de Coimbra, faz sentido pensar-se no Bussaco”. “A Mata do Bussaco tem condições para ser Património da Humanidade, haja vontade!”, garantiu ainda António Jorge Franco.


Mas para Carlos Cabral o processo poderá ser travado antes de começar. "A câmara pode ir bem longe no apoio. A Mata do Bussaco é a nossa jóia da coroa e temos capacidade para apoiar fortemente na recuperação de anos e anos de abandono. Foi feito mais nos últimos três ou quatros anos (desde a criação da Fundação Mata do Bussaco) do que nos anteriores vinte anos, foi restituída a dignidade à mata. A administração central, que foi incapaz de gerir a Mata do Bussaco, impede agora que esta seja apoiada por entidades municipais", disse à Lusa o edil, que acrescentou: “A Fundação Mata do Bussaco não pode ser apoiada por entidades públicas. Sei agora que existe um parecer da Secretaria de Estado da Administração Pública que diz que essa determinação não se aplica às câmaras. Das duas, uma: ou as câmaras não são entidades públicas e já foram privatizadas ou então há algo que esta mal. Esse parecer já foi recebido pela Fundação, mas a Câmara já insistiu no sentido de nos esclarecerem e nada dizem. Se nos enviarem parecer semelhante, serve perfeitamente”.

Texto de Mónica Sofia Lopes, publicado no quinzenário Jornal da Mealhada de 31 de julho de 2013.

Sem comentários: