
A onda, considerada uma das melhores do mundo para a prática do surf, está ameaçada devido às obras no molhe do porto comercial da Figueira da Foz, segundo os surfistas que protestaram ontem contra o que consideram ser os efeitos nocivos da obra.
O protesto juntou 215 surfistas, num mar que estava "flat", o que possibilitou a criação do maior logótipo humano na água, cujo record tinha sido alcançado pela presença de 101 surfistas em Carcavelos.
O SOS humano foi desenhado pelas pranchas no mar do Cabedelo perto das 18 horas de ontem e teve a presença de diversos campeões nacionais dos desportos das ondas como Miguel Ruivo, Patrícia Lopes, Justin Mujica e João Antunes.
"Esta é a primeira de uma série de iniciativas que vamos fazer, estando previsto para Novembro a realização de um seminário sobre o impacto do surf na sociedade actual", disse Eurico Gonçalves, porta-voz da Comissão SOS Cabedelo.
O movimento defende a implementação imediata de um "bypass" no molhe, com recurso a uma bomba semelhante à das dragas e um "pipeline", para bombear a areia de norte para sul, uma solução que é habitualmente utilizada para manter o transporte natural dos sedimentos, interrompido por molhes, em países com tradição no surf, como a Austrália.
O movimento, segundo Eurico Gonçalves está preocupado com o eventual desaparecimento da onda do Cabedelo, tal como aconteceu no Cabedelinho, praia situada entre os molhes norte e sul da barra do Mondego.
"Esta onda é um bem precioso e estou aqui solidário com a causa", desabafou ao JN, Miguel Gravato, um apaixonado pelo desporto das ondas, e que como praticante de bodyboard já alcançou 24 vitórias. "É uma onda muito boa e as obras que já foram feitas no molhe já começaram a estragá-la", disse, lembrando que o Cabedelo já foi palco de quatro etapas do circuito mundial de surf.
"Esta praia já perder muita areia, é a praia mais segura da Figueira que vai desaparecer com o tempo", diria por seu turno João Nunes, de Coimbra e "amigo da causa". "O melhor é necessário para salvar o porto, mas tem que se fazer algo para salvar a onda", acrescentou.
"O surf é hoje um nicho económico muito importante, não é uma actividade sazonal e nem movimenta 30/40 pessoas como há 40 anos. Nos desportos das ondas aos fins de semana estão aqui pessoas de todo o lado para praticarem desportos das ondas, muitos deles estrangeiros", recordou.
A iniciativa de ontem denominada Dia das Ondas juntou centenas de pessoas das escolas de surf de manhã e teve ainda um convívio com porco no espeto (80 quilos) e uma festa com dj's pela noite.
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