terça-feira, 30 de outubro de 2012
domingo, 28 de outubro de 2012
sábado, 27 de outubro de 2012
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
domingo, 21 de outubro de 2012
...Para onde vão os residentes do concelho da Mealhada nas férias de Verão?...
Apesar de muitos portugueses optarem por viajar em qualquer
mês do ano, o de Agosto continua
a ser aquele que se associa a férias, a viagens, a descanso, a praia, a sol e a
mar. Também
pelo concelho da Mealhada, muitos são aqueles que tiram férias neste mês.
Percorremos as oito freguesias e descobrimos, com as pessoas com quem falámos,
que, por questões monetárias, as férias de muitas famílias se resumem a simples
idas diárias às praias mais próximas, sem ser necessário gastar dinheiro em
alojamento. Um responsável por uma instituição bancária do concelho também
garantiu que os créditos para férias estão a reduzir, uma vez que as pessoas
têm outras prioridades. Da parte das três agências de viagens da Mealhada, o
assunto é visto com optimismo e os responsáveis garantem mesmo que os pacotes
de viagens se têm vendido bem, tanto para Portugal, como para o estrangeiro.
“As pessoas procuram viagens para o Algarve, para as costas
portuguesa e espanhola, para Cabo Verde e Caraíbas, essencialmente. O Brasil
teve uma queda mais acentuada em relação a anos anteriores”, afirmou Rui Rocha,
da agência de viagens Caravelatur. Também Cláudia Pinto, da Halcon Viagens,
concordou: “Caraíbas, Norte de África, ilhas espanholas e costa portuguesa,
desde Peniche até ao Algarve, são os destinos mais procurados. As zonas do
norte e do interior de Portugal também estão a ser solicitadas. O Brasil teve
uma quebra, pois os clientes começaram a comparar a qualidade e o preço”. “A
procura continua a reflectir-se mais para as Caraíbas, para a República
Dominicana, Cuba e México, mas também há muitos clientes que procuram as ilhas
espanholas, como é o caso de casais com filhos. A procura de viagens para o
Algarve e para a Madeira também se mantém”, disse Tânia Santos, da
Multiviagens.
“Vou tirar cinco dias de férias, no final de Agosto, mas
ainda não sei o destino. No ano passado, com este espírito, eu e a minha esposa
fomos parar a Viana do Castelo. Não vou para fora do país porque, nos tempos
que correm, é mais seguro ficar por cá. O nosso país tem sítios maravilhosos e
lindos!”, afirmou Augusto Mamede, residente em Casal Comba.
Alguns destinos, em Portugal, são escolhidos pelo facto das
pessoas terem alojamento gratuito nos locais para onde se deslocam. “Tenho casa
no Algarve e, por isso, vamos para lá quase todos os anos. Contudo, ano sim,
ano não, faço sempre uma viagem ao estrangeiro”, afirmou Paula Castela,
residente na Mealhada. “Já fui uma semana em Julho, com o meu marido, para o
Algarve. Todos os anos vou para lá e fico em casa de uma amiga, assim não tenho
custos de alojamento. Gosto muito de lá ir, pois o tempo é bom e podemos estar
na praia de manhã à noite. Os oito dias de férias são muito bem aproveitados”,
disse Helena Lebre, da Lameira de São Pedro, do Luso. “Normalmente, vou para a
Costa Nova, com a minha família. Costumo ir para o apartamento de um familiar”,
acrescentou Carla Almeida, do Luso.
Para aqueles que foram emigrantes, o destino de férias acaba
por ser o país que os acolheu durante anos. “Este ano, vou de férias para a
Austrália porque ainda lá tenho casa. As viagens são acessíveis. Há trinta anos
pagava pelas viagens quase o mesmo que pago agora”, afirmou Rui Dias, residente
na Ferraria, em Barcouço. Opinião contrária tem Carlos Nogueira, ex-emigrante
dos Estados Unidos da América e residente em Ventosa do Bairro, que garantiu:
“As viagens têm vindo a aumentar muito. Agora, em Agosto, vou voltar aos
Estados Unidos para visitar a família e as viagens, nesta altura, que é
considerada a época alta, são muito caras”.
Muitos escolhem os parques de campismo para as suas férias.
“Vou para o campismo da Figueira da Foz, passar uns dias. Costumo sempre fazer
férias com o meu namorado e os meus sobrinhos”, afirmou Elsa Santos, residente
na Pampilhosa. Também Sílvia Gonçalves, residente na Póvoa da Mealhada, disse:
“Todos os anos passo uma semana no Algarve, com os meus amigos. Fico sempre no
campismo de Albufeira”. “O ano passado, fui para um parque de campismo em
Espanha. O sistema de campismo de lá é bem diferente do de cá. Vale mesmo a
pena”, acrescentou Vitor Pedrosa, do Carqueijo.
Célia Ferreira, residente na Mealhada, opta pela ida diária
à praia, para não gastar dinheiro em alojamento. “Nos seis dias que tenho de
férias vou até à praia de Mira, diariamente. Não vou para mais longe porque
teria que lá dormir e ficava caro. Antes de pensar em ir para o estrangeiro, se
eu pudesse percorria Portugal, porque temos sítios muito lindos”, lamentou.
“Temos preços para tudo e ofertas para todo o tipo de
clientes. As pessoas limitam-se ao seu orçamento, mas apesar da crise estamos
num mercado que tende a crescer. Contudo, se antes sabíamos quem eram as
pessoas que viajavam, agora não, pois as viagens tornaram-se mais procuradas
por todas as classes sociais. Há cada vez mais pessoas a viajar”, explicou
Cláudia Pinto, da Halcon Viagens. “Todos os anos vou de férias para o estrangeiro.
Já dei a volta ao mundo quatro vezes. Adoro viajar e quase sempre faço-o com a
família”, Rui Dias, da Ferraria, Barcouço.
“Já fui de férias, este ano, para Peniche, com a minha
família. Estive numa casa particular, onde gastei muito pouco, em quinze dias.
Escolhi Peniche porque vou para lá todos os meses pescar. É uma zona que me
atrai pelo cheiro, o som do mar, a pesca, etc.”, declarou Vitor Pedrosa,
residente no Carqueijo.
Encontrámos também residentes do concelho que por motivos
diferentes não podem ir de férias. “Não fazemos férias porque estamos no lar,
no entanto, se organizassem viagens aqui, nós íamos”, lamentaram Lamartino
Costa e Cacilda Paiva, casal residente na Antes. Patrícia Godinho, residente no
Travasso, Vacariça, explicou: “Não vou de férias porque não posso encerrar o
estabelecimento comercial, do qual sou proprietária. Contudo, se tirasse
férias, ficava por Portugal, não ia para fora do país”.
Também obtivemos testemunho de um responsável de uma
instituição bancária do concelho. “Este ano, houve uma ligeira retracção nos
produtos de crédito de viagens. É perfeitamente natural, tendo em atenção o
rendimento líquido das pessoas, motivo que as leva a alterar as suas
prioridades”, garantiu.
Para fora do país, ficar em Portugal ou optando por simples idas às praias mais
próximas do concelho da Mealhada, ficámos com a ideia, da parte das agências de
viagens, que as férias são pensadas cada vez mais cedo. “As pessoas procuraram
fazer as reservas das viagens até 31 de Maio. Em geral, vêm com orçamento e
destino definidos, mas como não têm noção do mercado, o produto que procuram
não se enquadra nos mesmos”, garantiu Rui Rocha, da Caravelatur. Claúdia Pinto,
da Halcon Viagens, concordou: “Temos clientes que reservam as viagens com
antecedência. Este ano, alguns fizeram as reservas até 31 de Maio. Queremos
continuar a trabalhar assim pois é uma mais-valia”. “As viagens que,
normalmente, os clientes procuram são para os meses de Julho e Agosto, com
duração de sete noites, oito dias. Este ano, a procura não baixou e houve
reservas com muita antecedência”, concluiu Tânia Santos, da Multiviagens.
Mónica Sofia Lopes
Reportagem publicada no Jornal da Mealhada de 13 de agosto de 2008.
sábado, 13 de outubro de 2012
...Capitão José Ribeiro Relvas...
Piloto da força área competente e dedicado foi
condecorado pelo Governo da República Portuguesa, em 1974
José Ribeiro Relvas nasceu a 9 de Junho de 1929, em Sernadelo.
Estudou nos vários colégios fundados
pelo Padre
Breda, na Mealhada. Fez o sétimo ano numa escola pública, em Anadia. Com vinte
anos de idade ingressou na força aérea, como piloto, em Sintra. Em 1954,
casou-se, em Sintra, com Maria Teresa Relvas, do único casamento da sua vida
nasceram duas filhas.
Em 1955, o capitão Relvas, já com uma filha – Fátima Relvas
–, foi destacado para a zona de Aveiro, onde viveu com esposa durante cinco
anos. De seguida, passou para o destacamento de Águeda, onde nasceu, em 1958, a
segunda filha, Zélia Maria Relvas. Nesta altura, ainda voltou uns tempos para
Sintra, mas em 1960, José Relvas partiu com a família para os Açores, onde
estiveram dois anos. Quando saíram de lá, o José Relvas tirou uma
especialização na Ota, na Região Militar de Lisboa, e partiu, com a família,
para África. Em Moçambique, combateu na Guerra Colonial, como voluntário, e
organizou duas comissões que levavam e traziam feridos, comida e medicamentos
de uns locais para os outros. Durante seis anos serviu na 3.ª Região Aérea e
realizou centenas de missões de voo no Norte e Leste de Moçambique, onde
revelou coragem, espírito de sacrifício e bom senso como comandante de bordo de
aviões C-47. No tempo que passou em África, nos tempos livres, tornou-se exímio
pescador e chegou a participar e vencer diversos concursos.
Em 1973, aos 48 anos, passou à disponibilidade e voltou à
metropole. Foi viver, com sua família, para a sua terra natal, Sernadelo, onde
ficou até vir a falecer. Em 5 de Fevereiro de 1974, no Diário da República, foi
condecorado, por proposta do comandante-chefe das Forças Armadas de Moçambique,
com a medalha de prata de serviços distintos, com palma, a mando de Joaquim Silva Cunha, ministro da Defesa Nacional,
nesta altura. “Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro da Defesa
Nacional, louvar, por proposta do comandante-chefe das Forças Amadas de
Moçambique, o capitão piloto navegador José Ribeiro Relvas, porque durante
vinte e oito anos em que serviu na Força Aérea, como piloto de vários tipos de
aviões de caça a transporte médio, ao longo dos quais realizou cerca de 8500
horas de voo, prestando serviço em mais de dez unidades, demonstrou competência
e excepcional entusiasmo e dedicação pela carreira que escolheu, mantendo-se
qualificado em aviões C-47 para missões operacionais, até ter atingido a idade
limite para a situação de reserva em 9 de Junho de 1973”, podia ler-se no
Diário da República de 5 de Fevereiro de 1974.
Em 1979, José Ribeiro Relvas, já na disponibilidade em
termos de carreira militar, foi eleito vereador da Câmara
Municipal da Mealhada, pela lista da Aliança Democrática (AD), encabeçada por
Adriano Santiago, apesar de ter o estatuto de independente. No seguimento da
demissão de Adriano Santiago foi presidente da Comissão Administrativa até às
eleições intercalares de 1980. Neste acto eleitoral foi o cabeça de lista da
lista da AD. Não foi o vencedor — foi eleito presidente da Câmara Manuel
Joaquim Pires Santos, pela lista do Partido Socialista, mas exerceu as funções
de vereador até ao fim do mandato, em 1982.
Foi vogal na Santa Casa da Misericórdia da Mealhada e teve
sempre um papel ligado à igreja desta cidade. José Relvas fez também parte da
primeira direcção do Centro de Cultura do Concelho da Mealhada.
Devoto do coleccionismo foi sócio activo do Núcleo
Filatélico e Numismático do Concelho da Mealhada. Tem, em Anadia, no Museu
Luciano de Castro, uma sala com o seu nome onde está patente a sua colecção de
moluscos marinhos.
Em determinado momento, deixou todas estas actividades e
passou o resto dos anos, até adoecer, a escrever, a ler e a fazer jardinagem na
habitação que construiu em Sernadelo. O jogo de bridge foi a última actividade,
de lazer, que o capitão Relvas praticou com alguma frequência, na sede do
Centro de Bridge da Bairrada, na Mealhada.
Segundo Maria Teresa Relvas, esposa, a filosofia de vida de
José Relvas era “Primum philosophari; Deinde vivere”, o que significa “Primeiro
filosofar; depois viver”. “Falava muito pouco da sua vida profissional, mas era
um excelente marido e um excelente pai. Era um homem muito activo que andava
sempre com muita pressa. Nos últimos anos de vida, até para a faculdade pensou
em ir”, confessou, ao Jornal da Mealhada, Maria Teresa Relvas.
No início do ano de 2007, José Ribeiro Relvas adoeceu e
sofreu duas operações à bexiga. Capitão Relvas acabou por falecer, devido a
problemas no pâncreas, na tarde de 17 de Março, no Hospital de Cantanhede.
Mónica Sofia
Lopes
Nota: Para fazer este
trabalho tivemos a colaboração da esposa do capitão José Relvas, Maria Teresa
Relvas, que nos forneceu todas as informações, assim como, nos cedeu algumas
fotografias. Sem a sua ajuda não teríamos realizado este trabalho e, por isso,
agradecemos a sua disponibilidade.
Trabalho publicado nas edições impressas do Jornal da Mealhada de 14 e 21 de maio de 2008.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
...ter terminado este livro...
"Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa.
E se ela não vem ter connosco, nós esperamos.
O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar.
E aprendemos a respirar na espera, a viver nela,
aperfeiçoando-nos um sonho como se fosse verdade.
A vida transforma-se numa estação de comboios
e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar.
O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a deseja-lo,
a organizar tudo para que ele seja possível.
E se calhar é por tudo isso que já aprendi a esperar,
confiando à vida tudo o que não sei, ou não posso escolher.
É mais fácil esperar do que desistir.
É mais fácil desejar do que esquecer.
É mais fácil sonhar do que perder.
E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver."
Margarida Rebelo Pinto
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
...Pampilhosa...
Fernando Correia, bió-logo – mestre em Ecologia Animal –,
ilustrador científico e designer, resi-dente na Pampilhosa, é um dos oitenta e
três ilustradores científicos, a nível mundial, que tem obra exposta no Museu
Estatal de Nova Iorque, até ao próximo dia 7 de Setembro.
Desde 1991 que Fernando Correia, resi-dente na
Pampilhosa, está inscrito na Guild of
Natural Science Ilustrators (GNSI). Todos os anos pode enviar dois trabalhos,
que seleccionados são expostos num congresso, a nível mundial. “Desde que estou
inscrito, apenas houve um ano em que não fui seleccionado”, afirmou Fernando
Correia. O biólogo e ilustrador científico acrescentou: “Também já escrevi
muitas vezes para a newsletter do GNSI. É como se fosse um correspondente deles
em Portugal”.
Neste momento, Fernando Correia tem um dos seus trabalhos
exposto no Museu Estatal de Nova Iorque, intitulada Sus Scrofa (Javali). A
exposição começou a 17 de Abril e terminará em 7 de Setembro. “A obra que está
exposta neste museu é a composição de um javali. É uma imagem que vai ser
lançada, em breve, numa obra com o professor Carlos Fonseca, da Universidade de
Aveiro. Na passada sexta-feira soube que esta obra tinha sido seleccionada para
ficar exposta neste museu, mas não vai poder ser adquirida, ou seja, não foi
seleccionada para a comprarem”, disse o ilustrador.
Também em 2004, o ilustrador fez um trabalho para a National
Geographic, que foi um crânio do Rato-cabrera ou Microtus cabrera e que recebeu
o prémio FON VIII, da Focus on Nature. “Faço parte também da Associação
Europeia de Ilustradores Médicos e Científicos. Está em exposição, em Itália,
um trabalho meu. Trata-se de uma ilustração do desenvolvimento embrionário da
charrela ou perdix perdix. Está no Museo
di Palazzo Poggi, em Bolonha. Esta obra foi usada pelo principal orador, na
abertura da exposição, a professora Marinella Pigozzi, que referiu que o
detalhe minucioso que consegui imprimir
às penas das aves que desenhei, faziam lembrar algumas obras de Ticiano, que é
um dos mais conceituados pintores italianos do Renascimento”, explicou Fernando
Correia.
Além das duas exposições que, presentemente, mantém em
Portugal, com cerca de quinze quadros em cada - uma na Quinta da Cerca, em
Nelas, e outra no Centro de Interpretação da Serra da Estrela, em Seia -, das
duas exposições internacionais, Fernando Correia, no mês passado, submeteu mais
uma obra sua à grande exposição internacional 2008 GNSI MEMBER’S EXHIBIT, que
se realiza todos os anos, em simultâneo com a 2008 National GNSI Conference.
Esta expoição, este ano, realiza-se em Ithaca, em Nova Iorque, nos Estados
Unidos da América. “Como o prazo de entrada/submissão das obras só terminou a
21 de Março, o júri da exposição ainda não reuniu para efectuar a escolha das
obras. Por este motivo ainda não sei se este ano também fui seleccionado, tal
como aconteceu em todos os anos, desde 1995, com excepção de dois anos”,
referiu Fernando Correia. O ilustrador
concluiu: “Este ano, para esta exposição internacional, concorri com uma
obra sobre a anatomia – interna e externa do macho e da fêmea - de um dos
tubarões da nossa costa - tubarão-anequim/Isurus oxyrinchu. Foi uma obra que
fiz para o Museu do Mar Rei D. Carlos I, em Cascais, que será publicada muito
em breve, e na qual deposito grande esperança”.
Para os leitores que quiserem conhecer um pouco mais do
trabalho do biólogo e ilustrador cientifico, Fernando Correia, podem consultar
o sítio na Internet em www.efecorreia-artstudio.com.
Mónica Sofia Lopes
Trabalho publicado no Jornal da Mealhada de 23 de abril de 2008.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
...Parkour na Mealhada...
Já encontrou jovens a fazer acrobacias e saltos em parques e
urbanizações da cidade da Mealhada? Não são aprendizes de saltimbancos mas
praticantes de parkour, um desporto radical urbano, criado há cerca de dezoitos
anos e que há dois anos chegou a Portugal. Na Mealhada são seis os praticantes
da modalidade: João Portela, David Breda, João Luís, Jean Marques, Rui Duarte e
André Dinis.
O Jornal da Mealhada foi no seu encalço e, para perceber o
objectivo deste tipo de desporto, conversou com dois deles, David Breda e João
Luís, de quinze anos, que praticam parkour há um cerca de um ano.
“Descobri esta modalidade através do filme ‘Yamakasi’.
Depois, eu e o meu grupo de amigos, fomos a um sítio na Internet sobre parkour
e começámos a experimentar alguns exercícios”, afirmou David Breda. “O sítio
tem imensas informações desde vídeos até fóruns onde se podem marcar encontros
e onde se ensinam os movimentos”.
Estes traceurs, termo dado aos praticantes de parkour, olham
para os obstáculos da rua de maneira diferente dos comuns transeuntes. “Olhamos
para eles como uma via para praticar parkour”, declararam.
O objectivo essencial do parkour consiste em saltar do ponto
A para o ponto B, utilizando apenas o corpo. “Temos de ter agilidade. Por
exemplo, uma pessoa que tenha força, mas não tenha técnica, não o consegue
fazer. No fundo, o parkour acaba por ser uma filosofia de vida que toda a gente
pratica, sem pensar, no dia-a-dia. Quando se salta uma poça de água, saltamos
do ponto A para o ponto B, da forma mais rápida e fluida possível. Isto é
parkour”, explicou David Breda.
No que diz respeito ao vestuário usado neste desporto David
Breda afirmou: “É o mesmo que para ginástica: sapatilhas e um fato-de-treino.
Umas luvas podem também ser úteis em alguns exercícios”. A alimentação também
foi outro dos pontos em que, segundo nos confessaram, ambos os traceurs
passaram a ter mais cuidado.
A boa forma física, a técnica, a concentração e a dedicação,
são alguns requisitos necessários aos praticantes de parkour. “Para muitos é um
desporto perigoso mas exige, acima de tudo, responsabilidade. Normalmente, quem
começa quer logo fazer os exercícios mais complicados, como saltar telhados.
Isso é perigoso, se feito sem prática e sem treino”, disse David Breda. João
Luís acrescentou: “Devemos ser muito conscientes. Mesmo quem já tem alguma
técnica e prática pode magoar-se. Já estive parado um mês porque fracturei uma
costela”.
Nesta modalidade não existe competição e pode ser praticada
em qualquer lado, basta que existam alguns obstáculos. Na Mealhada os locais
preferidos pelos traceurs são a estação de caminhos-de-ferro, a urbanização da
Quinta da Nora, a zona desportiva e as imediações da capela de Sant’Ana, da
Igreja paroquial, do quartel dos Bombeiros. “Corremos estes locais todos de uma
só vez. Às vezes paramos num deles para treinar alguns exercícios”, declararam
os desportistas.
“É um desporto com
muita beleza”, declaram os traceurs mealhadenses que demonstraram três dos
saltos mais praticados no parkour. “Temos o monkey, que é passar um obstáculo
usando os braços e passando as pernas entre os braços na saída do obstáculo. Há
também o pk roll, que é o rolamento usado para dissipar o impacto. E ainda o
cat leap, que é um pulo com a recepção do salto feita com as mãos”, explicaram
aos repórteres do Jornal da Mealhada.
Em relação à aceitação das pessoas, David Breda afirmou:
“Nunca fomos abordados na rua, para tentarem saber o que é parkour ou o que é
que estamos a fazer”. “Algumas pessoas pensam que estamos a estragar as coisas
e não colocam a hipótese de estarmos a praticar um desporto”, acrescentou João
Luís.
Mónica Sofia Lopes
Reportagem publicada na edição impressa do Jornal da Mealhada de 4 de abril de 2007.
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