Eram 19h 42m de quarta-feira, dia 24 de
fevereiro, quando os Bombeiros Voluntários da Mealhada foram acionados, pelo
CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes), para socorrerem duas vitimas,
por agressão, numa habitação, situada num beco sem saída, denominado de Lagoa
de Maria, transversal à Rua Mário Navega, na Mealhada. Já no local, e após
chegada do médico da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), foi
declarado, de imediato, os dois óbitos.
O casal - Jasmin Gonçalves Azenhas e Maria
Rita de Jesus Pascoal –, junto há vinte anos, tinha uma relação, e segundo a
população, “saudável, andando sempre abraçados pela rua e bem dispostos”. Ambos
tinham setenta e três anos. Ele geria os postos de combustível em Sernadelo e
outro no Luso. “Dona Ritinha”, como era conhecida, estava reformada da
repartição na Mealhada das Finanças e de outro casamento, teve um filho, que
foi assassinado há mais de duas décadas, na antiga Floresta, onde hoje se
encontra o Parque da Cidade da Mealhada. O “pobre gasolineiro”, como Jasmin se
autodenominava, tinha duas filhas, também de um anterior casamento, uma delas
trabalhava com ele nos postos que geria.
“Até parece mentira. Era um casal que se
dava super bem. Ele andava sempre bem-disposto e era uma ótima pessoa”,
declarou, ao Jornal da Mealhada, um funcionário do posto de combustível, em
Sernadelo, gerido por Jasmin Gonçalves Azenhas, o alegado autor da morte, com
uma arma de fogo, da sua companheira, tendo de seguida se suicidado.
Houve quem tivesse estado com ele no dia
da tragédia. “Encontrei-o eram 9 horas, no banco, e apesar de ele se rir e
brincar, como sempre fazia, achei-o meio ‘apagado’ e questionei-o. Ele disse-me
que há umas semanas se tinha aleijado na cabeça, acabando por levar alguns
pontos e que, de vez em quando, ainda se sentia meio estranho e com tonturas”,
declarou, ao nosso jornal, um conhecido da família.
Ao Jornal da Mealhada, Nuno João,
comandante dos Bombeiros Voluntários da Mealhada, declarou que quando os
elementos da corporação chegaram ao local, depois de acionados, “depararam-se
com duas vitimas, com ferimentos na cabeça, provocadas por arma de fogo”. “Iniciámos
logo as manobras de Suporte Básico de Vida e Reanimação, mas quando chegou o
médico da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) foi declarado, de
imediato, os dois óbitos”, concluiu ainda Nuno João.
No local da tragédia estiveram, para além
dos Bombeiros da Mealhada, elementos do Posto da Mealhada da Guarda Nacional
Republicana e agentes da Policia Judiciária de Aveiro.
Ambos os funerais se realizaram na passada
sexta-feira, dia 26 de fevereiro, com celebração de missa na Igreja da
Mealhada. As vitimas mortais foram sepultadas no Cemitério Novo da Antes.
Noticia de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 966, de 2 de março de 2016.
Fotografia de Ricardo Almeida
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