Idosos do Lar Cânova Ribeiro, da
Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, passaram algumas tardes, da semana
passada, a “triturar” papel da instituição que foi, posteriormente, remetido
para o quartel dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa. O destino seguinte? Uma
empresa de Coimbra que paga três cêntimos por cada quilograma de papel,
dinheiro que, neste caso, reverte para os tratamentos de um menino
pampilhosense de doze anos que sofre de uma doença ainda não diagnosticada, que
lhe afeta movimentos e a capacidade de falar.
Todo o tipo de papel e de tampas
de plástico podem ser entregues nos Bombeiros da Pampilhosa, na Escola Básica
2,3 da Pampilhosa e no Centro de Saúde da Mealhada. “Recolho papel, cartão, mas
o que faz mesmo peso são os jornais e revistas”, explica Helena Lopes, mãe do
João Daniel, que teve que “abandonar” um plano de tratamentos na Casa dos
Marcos, clínica especializada em doenças raras, situada na Moita, por não suportar
a despesa. “Em seis meses eram necessários sete mil euros”, lamentou ao Jornal
da Mealhada.
Mas com a ajuda de “muitos”, a
progenitora não baixou os braços e procurou alternativas. Neste momento, o João
Daniel frequenta o Ensino Especial na EB2,3 da Pampilhosa e na Caritas em Coimbra
tem Terapia Ocupacional (a única paga pela Segurança Social) e Hidroterapia. Na
vila do Luso, usufrui de Psicomotricidade e, numa clínica em Anadia, de
Fisioterapia. “Estou ainda a tentar colocar o João na Terapia da Fala no
Hospital da Misericórdia da Mealhada. Todos estes tratamentos são pagos e se
não fossem as ajudas, nunca conseguiria”, explica Helena Lopes.
Esta mãe apenas trabalha quatro
manhãs por semana, das 7h 30m às 13h 30m, porque durante as tardes tem que “estar
livre para acompanhar o João a todas as suas atividades”, acrescenta Helena
Lopes, que “sente” melhorias aos níveis de comunicação e motoras. “O João pouca
coisa diz, mas através dos gestos ‘fala’ muito”, garante.
Concerto solidário “angaria” 800
euros
E a população do concelho da
Mealhada está disposta a colaborar. A prova disso foi o concerto solidário, que
se realizou, no passado mês de outubro, no Cineteatro Municipal Messias,
organizado pela Filarmónica Pampilhosense, com o apoio da Câmara Municipal da
Mealhada e Junta de Freguesia da Pampilhosa. “Let’s Groove Big Band” subiu ao
palco, num evento que “rendeu” perto de oitocentos euros (cada entrada tinha um
custo de quatro euros).
Noticia de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 933, de 26 de novembro de 2014.
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