Tarifa variável, imposta pela ERSAR, faz
“explodir” fatura da água
Os novos tarifários de Abastecimento de
Água, Saneamento de Águas Residuais Urbanas e Gestão de Resíduos Urbanos no
concelho da Mealhada, por forma dos normativos legais, entraram em vigor no dia
1 de janeiro de 2016 e, por isso, os munícipes só sentiram o aumento nas
faturas processadas durante este mês de março. Rui Marqueiro, presidente da
autarquia, garante ter sido “mal elucidado pela ERSAR (Entidade Reguladora dos
Serviços de Águas e Resíduos)” e a população “exigiu” explicações e fez filas
no Setor das Águas, na semana passada, em busca de respostas.
“Costumava pagar doze, treze euros e este
mês tenho uma fatura de trinta e cinco euros”, declarou, ao Jornal da Mealhada,
João Aguiar, residente na Quinta da Nora, na cidade da Mealhada. “É muito
dinheiro e sei de colegas que residem em outros municípios e não sentiram
isto”, acrescentou ainda o munícipe, que se dirigiu à Câmara Municipal no
passado dia 14 de abril e nos garantiu: “Estava uma fila tremenda de pessoas a
querer saber o que se passava”.
O mesmo nos disse um proprietário de um
negocio local, aberto ao público, que viu a fatura da água passar “de trinta
para setenta euros”.
Ao Jornal da Mealhada, o presidente da Câmara
explicou que as faturas da água dependem não só da autarquia, mas também da
ERSAR, “entidade que nos exigiu ter uma tarifa variável e não apenas a fixa”.
Na prática, a água, o saneamento e os resíduos são faturados sobre uma taxa
fixa, mas, a partir do passado dia 1 de janeiro, passou também a estar munida
de uma variável, que se altera, para maior, quanto mais água o munícipe,
comerciante e /ou empresa gaste.
E segundo o edil “o Município da Mealhada
tem a taxa estipulada abaixo do que o valor que a ERSAR recomenda” e “a da água
até está mais baixa do que era”. O autarca assume, contudo, que “em alguns
casos há um pequeno agravamento das faturas porque o programa informático
baseia-se nos valores estimados e não nos reais”.
“Este é outro problema que temos porque a
leitura real é feita de dois em dois meses. De cada vez são lidos 1.250
contadores e em alguns casos é muito difícil porque as pessoas não estão nos
prédios durante o dia. Até já andamos a ‘estudar’ com os condomínios ter chaves
dos prédios para poder fazer esse serviço com mais liberdade”, disse ainda Rui
Marqueiro.
Mostrando-se incomodado com o assunto, o
autarca não o esqueceu e, na Assembleia Municipal comemorativa dos quarenta e
dois anos do “25 de Abril”, declarou: “Fomos mal elucidados e hoje os
tarifários da água estão mais caros. Há matérias que não podemos ultrapassar,
mas podemos melhorar um ou outro ponto e fica aqui o meu compromisso para que
isso aconteça”.
Noticia de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 970, de 27 de abril de 2016.
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