Em três dias e meio foi
restabelecida a circulação ferroviária no troço Mortágua-Pampilhosa, da Linha
da Beira Alta, após o acidente que envolveu um comboio de mercadorias, ao
início da tarde do passado dia 15 de maio, e que destruiu a via da Ponte de
Várzeas (a original construída pela casa Eiffel, a atual construída pela
Krupps, na década de cinquenta).
Eram cerca das 12h 30m, de 15 de
maio, quando um, dos dezanove vagões, de um comboio de mercadorias, da Takargo
Rail, uma empresa do Grupo Mota-Engil, descarrilou na Linha da Beira Alta,
depois de passar o apeadeiro Luso/Bussaco, no sentido Guarda-Coimbra. A Ponte
de Várzeas ficou destruída e, na altura, a REFER – Rede Ferroviária Nacional –
não tinha uma previsão para a abertura do Troço Mortágua-Pampilhosa.
O descarrilamento começou em
Trezói (Mortágua), mas o maquinista, que saiu ileso do acidente, só se
apercebeu quando parte do comboio de mercadorias estagnou no Luso, pouco depois
do apeadeiro, cerca de seis quilómetros de via-férrea depois. “Tratou-se do
descarrilamento do rodado da frente de umas das carruagens, no meio do comboio,
e o maquinista não se apercebeu”, disse, ao Jornal da Mealhada, fonte das
autoridades, que garantiu estar a falar-se de um “transporte” com mais de mil
toneladas. “Rebentou com madeiras e peças metálicas da ponte e há muitos
parafusos soltos”, acrescentou.
No local, cerca das 15 horas do
dia do descarrilamento, estavam agentes do Posto da Mealhada da Guarda Nacional
Republicana, representantes da REFER e da Mota-Engil e técnicos da empresa de
averiguação dos estragos.
Uma hora mais tarde, chegou o
comboio de socorro para se iniciar os trabalhos de remoção dos vagões do
comboio.
Nesta altura, o acidente era
considerado grave e sem prazo para resolução, contudo, a linha voltou a estar
em circulação, a partir das 23 horas, do dia 18 de maio, um domingo. “Ainda que
a extensão dos danos, as excecionais características do troço afetado, e a
necessidade de consideráveis meios logísticos, operacionais e humanos tenham
colocado à REFER um grande desafio, tudo foi feito para que os trabalhos - sem
abdicar dos inalienáveis requisitos de segurança - evoluíssem de forma célere”,
lê-se numa informação da REFER, que acrescenta: “O modo positivo como estes
progrediram permitiu antecipar as primeiras expetativas da empresa, que
apontavam o restabelecimento da circulação para amanhã (segunda-feira, dia 19),
facto que certamente contribuirá para minorar os transtornos para os operadores
ferroviários e para os passageiros nesta importante ligação ferroviária”.
Durante o período de encerramento
da via, “a CP assegurou o transbordo rodoviário aos passageiros”, tendo o
“serviço de emergência” sido feito de Mortágua-Pampilhosa, para os comboios
regionais, e de Coimbra-Mortágua, para os inter-cidades.
Também a Estrada Nacional 235,
que liga Vila Nova a Várzeas, esteve fechada até que a ponte, com duzentos e
oitenta metros de comprimento, fosse arranjada. A circulação passou ser feita
de Vila Nova de Monsarros para Barrô e daqui para o Luso, ficando interdita a
estrada de acesso a Várzeas, com sinalização do caminho alternativo.
Noticia de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 920, de 28 de maio de 2014.
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