“O Centro de Saúde da Mealhada
não há-de fechar por não ter quem tome conta dele”. Palavras de João Peres,
provedor da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, na assembleia de “irmãos”,
que se realizou na manhã de domingo, dia 30 de março, assumindo a
disponibilidade da instituição em gerir a unidade de saúde, em caso de
necessidade.
Há mais de um ano, que o Jornal
da Mealhada deu conta da aposentação de sete dos doze médicos existentes no Centro
de Saúde da Mealhada, motivo que levou a que a Consulta Aberta tenha reduzido o
seu horário de segunda a sexta-feira, o que acontece até hoje. Desde então
muito se especula sobre a situação desta unidade de saúde.
Por sua vez, com provas dadas de
uma boa gestão e crescimento na área da Saúde, está o Hospital da Misericórdia
da Mealhada, levando a que João Peres garanta: “A saúde é, neste momento, a
âncora desta instituição!”.
E este facto – o da boa gestão
financeira da instituição, em particular na área da Saúde – aliado ao aspecto
social que a Misericórdia da Mealhada sempre teve como prioridade, levou a que
João Peres tenha assumido perante a Administração Regional de Saúde do Centro
“estar disponível para assumir o Centro de Saúde da Mealhada”. “Já manifestámos
o nosso interesse, se houver necessidade disso, em não deixar, sem esta unidade,
a população do concelho da Mealhada”, garantiu João Peres, que informou que,
neste momento, “a lei ainda não permite que isso aconteça!”.
Também na mesma reunião, João
Peres mostrou-se preocupado com alguns acordos que tem com o Estado no Hospital
da Misericórdia. “No ano anterior (2012) o acordo com a ARS Centro para o
programa “Consulta a Tempo e Horas” (CTH) esgotou o ‘plafond’ que foi atribuído
logo no primeiro semestre e, em 2013, só foi possível chegar a acordo com a ARS
no último quadrimestre, período no qual também se esgotaram os serviços
contratados”, referiu o provedor, mostrando-se preocupado com este corte.
“Houve uma queda substancial no
número de cirurgias ao abrigo do SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de
Inscritos para Cirurgia) o que justifica grande parte da variação dos
resultados na área da saúde face ao orçamentado. Acreditamos que tal redução
advém de uma contenção na emissão de vales por parte do SNS (Serviço Nacional
de Saúde), através de uma gestão mais ou menos artificial dessa lista de
espera, com prejuízo evidente da saúde dos cidadãos”, lê-se no relatório e
contas referentes ao ano de 2013, uma das preocupações acentuadas também pelo
provedor.
“Temos que reforçar os acordos
com o Estado porque somos um hospital social, isto é, os que têm dinheiro
pagam, os que não têm que ser assistidos da mesma maneira”, disse ainda João
Peres, garantindo: “Somos a única unidade da Região Centro que tem todos os
acordos com a ADSE e, também por isso, somos procurados, essencialmente, por
utentes da Mealhada, mas também de Mortágua, Anadia, Oliveira do Bairro,
Cantanhede, Coimbra e de vários pontos do país”.
Após ouvir este balanço, Aloísio
Leão, diretor clínico do Hospital, saudou “a estratégia do senhor provedor na
aposta que fez”. “Temos profissionais muito competentes, generosos e dedicados.
Quando as coisas são feitas por profissionais assim, tudo parece simples!”.
Artigo de Mónica Sofia Lopes publicado no quinzenário Jornal da Mealhada, número 916, de 2 de abril de 2014.
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