A ultima Assembleia Municipal da
Mealhada antes das eleições autárquicas, e de fim de mandato para deputados
deste órgão e elementos do executivo camarário e das Juntas de Freguesia, realizou-se
na noite da passada sexta-feira, e ficou marcada pela ausência de um grande
numero de deputados, na sua maioria do Partido Socialista, bem como por
palavras de despedida a Carlos Cabral, atual presidente da autarquia, “por 34
anos dedicados ao Município da Mealhada”. Aprovada, por maioria, foi a sugestão
de ser dada, numa próxima Assembleia Municipal, uma Medalha de Mérito a Carlos
Cabral.
Foi Emídio Santos, antigo
presidente da Câmara da Mealhada e atual deputado na Assembleia Municipal pelo
Partido Social Democrata, quem “inaugurou” os discursos elogiosos feitos a
Carlos Cabral. “Quero dar os parabéns ao senhor presidente, pela paciência e
coragem, de todos estes anos dedicados ao Município. Que Deus lhe pague tudo o
que fez”.
Também Carlos Rodrigues, da
bancada do Partido Socialista, afirmou: “O senhor presidente vai deixar
saudades. Obrigada, Carlos Cabral!”.
“Trinta e quatro anos é muito
tempo e sei que Carlos Cabral vai sentir falta da sua segunda casa, até porque
a maioria das pessoas tem um carinho por si. Foi um grande autarca e este
concelho deve-lhe muito!”, declarou Jacinto Silva, deputado eleito pelo PSD,
que garantiu: “Se eu for eleito presidente da Assembleia Municipal da Mealhada
– pela coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada” - para o próximo mandato,
vou sugerir uma homenagem a Carlos Cabral com Medalha de Mérito”, – que na
mesma assembleia acabou por ser subscrita pelo presidente da Assembleia
Municipal e aprovada por maioria com a abstenção de Pedro Duarte, da bancada do
PSD. A pedido de Jacinto Silva foi dedicada uma salva de palmas ao presidente e
atuais vereadores da Câmara da Mealhada.
Delfim Martins, presidente da
Junta de Freguesia de Barcouço, depois de referir que, por motivos profissionais,
vai deixar a vida autárquica, dirigindo-se ao edil, apelou: “Continue por cá
porque precisamos de si!”.
Filomena Pinheiro, que esteve no
executivo municipal catorze anos e que nas próximas eleições não faz parte de
nenhuma lista, fez um balanço de todo o percurso. “Deixámos investimento e uma
estratégia bem definida. Ao próximo executivo desejo sucesso para que continue
os objetivos que nós semeamos”, afirmou a atual vice-presidente da autarquia,
que agradeceu “a todos os autarcas, à população e em especial ao senhor
presidente”. “Ensinou-me o espírito de missão e a olhar as pessoas. Cresci
muito com ele!”, continuou a autarca, que ainda garantiu: “Acredito que os
próximos podem ser muito responsáveis e competentes, mas não serão mais que
nós. Saio com o sentimento do dever cumprido”.
Depois de ouvir todos os
discursos foi dada a palavra a Carlos Cabral, que começou por dizer não lhe ter
custado nada ser autarca trinta e quatro anos. “Seria hipócrita se dissesse que
não me importo de ir embora, até porque já estou com saudades disto! Todos
estes anos, diariamente, faço um exame de consciência do que fiz pela população
da Mealhada e garanto-vos que me deitei sempre descansado”, declarou o edil,
que ainda garantiu: “Nos vinte e três dias que faltam para eu sair, continuarei
sempre a fazer o melhor pelo povo do meu concelho!”.
Agradecendo as palavras dos
deputados, Carlos Cabral remeteu o mérito para “um trabalho de equipa” que
sempre houve na Câmara e prometeu “continuar a estar atento”. “Se calhar farei
de público em futuras Assembleias
Municipais”, continuou o autarca, que terminou o discurso pedindo
“desculpa se alguma vez fui menos compreensivo”.
Falta de deputados à última
reunião, antes das eleições, alvo de criticas
O desagrado pela falta de
deputados na ultima Assembleia Municipal antes das eleições, tinha sido
manifestada por Jorge Carvalho - que substituiu, na reunião, Homero Serra, presidente
da Junta do Luso -, no período antes da ordem do dia, mas foi Jacinto Silva
quem mais criticou: “É reprovável que os elementos desta assembleia tenham
trocado a despedida de um homem, que teve trinta e quatro anos ao serviço do
Município, por um programa de rádio. Hoje, os elementos que faltaram estão só a
pensar nas próximas eleições e não nas gerações futuras!”.
Também Delfim Martins, presidente
da Junta de Barcouço, declarou: “Não concordo com o que o meu partido fez hoje
nesta assembleia”.
Para Miguel Felgueiras,
presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, a “não presença de muito
deputados representa falta de respeito para com este órgão”. Garantindo que
foram sugeridas três datas para esta assembleia, em meados de julho, e que
ficou estipulado que o melhor dia seria o de 6 de Setembro para que “os
autarcas que são canddiatos pudessem ter mais tempo para a campanha até às
eleições”, Miguel Felgueiras também “se despediu da assembleia”, explicando que
“recusou o convite do PS para continuar” e concluiu: “Andarei por ai. Farei a
minha militância cívica”.
Voto de louvor a funcionários
municipais
Miguel Felgueiras quis ainda que
fosse feito um voto de louvor aos trabalhadores da Câmara da Mealhada que dão
apoio às Assembleias Municipais, nomeadamente, Ana Cerveira, Laçalete Godinho,
Jorge, José Melo, Rodrigo Cruz, Rui Melo e muitos outros. O voto foi aprovado
por unanimidade.
“Câmara da Mealhada terá uma
situação financeira confortável nos próximos anos”
Antes da reunião terminar,
Filomena Pinheiro tornou público “o facto de todas as obras que estão em curso,
neste momento, terem garantias de financiamento. Em final de mandato fizemos
candidaturas e lutámos por elas. O próximo executivo irá receber oitenta e
cinco por cento do valor das obras em curso”. “A Câmara da Mealhada terá uma
situação financeira muito confortável nos próximos anos”, garantiu.
Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada no quinzenário Jornal da Mealhada de 11 de setembro de 2013.
1 comentário:
Um GRANDE Presidente!
Como eu gostaria de o ter no meu concelho, vosso vizinho!
Dizem que é uma terra muito rica, até tem ouro e praia, mas está afundado em dívidas, devido à má governação ao longo de vários anos de autarcas daquele partido que está a destruir o País!
Aqui no meu "rico" concelho, não temos cinema, não temos uma sala de espectáculos, as aldeias estão
desprezadas, aqui a cultura não existe. Ainda bem que estou perto da Mealhada!
Ah! mas já me esquecia, temos o Toni Carreira todos os anos!!!
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