Ter lúpus é como ter que tratar de um
filho para o resto da vida....
É ter disciplina, responsabilidade, optar
por mudanças no estilo de vida e essencialmente ter doses de paciência...
Paciência para ter dezenas de consultas
por ano, rotinas de colheitas tão intensas que já são isso mesmo... uma
rotina...
Paciência para ao fazer isto tudo, o
mundo ter que parar em filas intermináveis e precisar de períodos de repouso “forçado”....
Mas a vida leva-se e pode até levar-se
bastante bem, como é, até agora, o meu caso...
Não sinto o lúpus de forma nenhuma, não
penso nisso se quer.
Estão intrínsecas as horas da toma de
toda a medicação e na agenda não falham nunca as datas das consultas e das
análises ...
Já lá vão 12 anos...
É fácil! Sem ironias, é mesmo fácil! Pelo
menos para mim é fácil!
É fácil por mim, mas também por todos os
que estão à minha volta, que me fazem ver que neste mundo louco, e se olharmos
para o lado, vamos ver coisas, situações, pessoas bem piores!
Não falamos se quer sobre o assunto e
não é porque a doença seja tabu, é porque também a família e os amigos se
esquecem que o tenho! Eu própria a esqueço!
Mas esta é também aquela doença, que faz
com que não posso tratar da “menina dos meus olhos”, que tem pontinhos no
corpinho, aos quais lhe chamam varicela...
A Maria está com os avós e, a bem da
verdade, tratarão dela até melhor do que eu o faria, entre emails, saídas em reportagem e a vida
do dia-à dia, do trabalho e de casa, que de rotineira tem muito pouco e que peca por
horários turbulentos....
Não tenho dúvidas do quão bem tratada será,
nos próximos dias... mas a verdade é que eu e a Maria estamos afastadas uns (intermináveis)
dias.... e isso fez-me lembrar uma doença chamada Lúpus....
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