Meia centena de irmãos da Santa Casa da
Misericórdia da Mealhada (SCMM) reuniu em assembleia geral ordinária, na manhã
do passado dia 28 de dezembro. O principal ponto foi o da votação do Plano de
Atividades e Orçamento para o ano de 2015, aprovado por unanimidade, e que prevê
um resultado liquido positivo no valor de novecentos e oitenta mil euros (que
não representa lucro porque a instituição tem empréstimos na banca).
No documento apresentado aos sócios está patente
que os valores mais avultados de receita são na área da Saúde, seguindo-se a da
Educação. Na dos Idosos prevê-se um saldo negativo. Apesar disso, “as projeções
apresentadas indicam uma clara estabilização da condição financeira da SCMM. Contudo,
as responsabilidades ainda existentes perante a banca, fornecedores e
prestadores, os princípios da precaução e da sã gestão dos recursos bem como os
quadros conjuntural, politico e macroeconómico, recomendam a cabimentação de
investimentos moderada. Não obstante continuamos a propor o investimento em
projetos e estudos para diversas respostas sociais com o intuito de preparar o
futuro da instituição com tempo e fundamento”.
Começamos então por descrever alguns desses
investimentos. “Como é público o ‘Mercado Municipal’, que se realiza em
terrenos da Misericórdia na Póvoa da Mealhada, vai mudar de local. Felizmente
que assim é, até porque se aquilo não fosse da instituição, a ASAE já tinha
fechado o espaço”, começou por dizer João Peres, provedor da SCMM, que
acrescentou: “Apontamos que naquele local seja construído um Lar e agradecemos
(elementos da mesa administrativa) que nos façam chegar outras ideias,
obviamente de âmbito social”. Esta será uma obra só possível depois de
formalizada uma candidatura ao novo quadro comunitário e que seja aprovada.
No valor de perto de quatrocentos mil euros
estão a ampliação e remodelação da Cozinha do Prolongamento do Lar, que faz
face às refeições dos Lares, do Hospital, dos funcionários e ainda presta
serviços para a Guarda Nacional Republicana e Cantina Social. “Esta obra vai
ter que se executar haja ou não haja fundos comunitários, porque se assim não
for teremos que diminuir o número de refeições. Estamos lotados e a ultrapassar
a nossa capacidade de produção”, explicou Bruno Peres, membro da mesa da
assembleia geral.
Já na área da saúde está previsto um
investimento, superior a três milhões de euros, para ampliação do Hospital da
Misericórdia da Mealhada, que só acontecerá também se houver comparticipação
dos fundos comunitários. Por outro lado, haverá um investimento, de cento e
trinta mil euros, em equipamentos de otorrinolaringologia, gastroenterologia,
ginecologia, urologia, cardiologia, Núcleo de Desenvolvimento da Criança, do
Núcleo de Medicina do Tráfego e da Acupuntura. “Muitos equipamentos têm que se
renovar porque estão a funcionar desde o início da abertura do Hospital”,
declarou Bruno Peres, que prevê que “nesta área não haja grande volume de
faturação, no próximo ano”. “Em primeiro lugar porque estamos no limite da
nossa capacidade e oferta; e em segundo lugar porque os acordos com o Serviço
Nacional de Saúde vão baixar em vinte por cento, isto é, os mesmos serviços vão
ser pagos por menos dinheiro”, acrescentou.
Neste ponto, também João Peres, provedor da
SCMM, declarou: “Fomos procurados pelas Termas da Curia e estamos a elaborar
alguns protocolos na área da saúde termal. Queremos que os utentes
internacionais venham tratar-se à Mealhada e vamos também apostar na Medicina
Desportiva para atletas de alta competição”.
Antes do término da reunião, João Peres ainda
declarou que “nos Idosos, é público que as reformas cada vez são mais baixas e
as famílias têm cada vez menos dinheiro” e que “na Infância há cada vez menos
miúdos, o que nos levou a despedir duas educadoras”.
Também Jacinto Silva, presidente da mesa da
assembleia geral, proferiu algumas palavras, comparando a instituição a uma
“autoestrada, que vai no bom sentido”. “Dou um grande elogio a todos os
funcionários e membros da direção da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada”,
concluiu.
Instituição adquire património
Aprovadas por unanimidade e em minuta foram
também as compras de dois terrenos: Um junto às Atividades de Tempos Livres da
instituição, por quarenta mil euros, na Póvoa da Mealhada; e o outro, um prédio
junto à sede da Misericórdia da Mealhada, no centro da cidade, por cento e dez
mil euros. “São edifícios que, por estarem pegados a nós, serão nos úteis
certamente”, declarou João Peres.
Nas mesmas condições de aprovação ficou também a
venda de uma casa junto ao estabelecimento comercial “Ponto 3” , na Póvoa da Mealhada, por
doze mil e quinhentos euros. Neste ponto, o provedor da SCMM informou ainda:
“Há uns contactos feitos com o proprietário do terreno junto ao Hospital da
Misericórdia da Mealhada, que está disposto a vendê-lo, mas ainda não sabemos
por quanto”.
Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 936, de 7 de janeiro de 2015.
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