O passado fim-de-semana “recebeu”
mais uma edição do Festival de Samba da Mealhada. A edição de 2014, uma
co-produção da Associação do Carnaval da Bairrada (ACB) com as escolas de samba
que desfilam no Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada, realizou-se nos Estaleiros
Municipais, junto da Zona Desportiva da cidade, uma nova localização que terá
beneficiado o espetáculo, segundo garante fonte da direção da ACB.
Muitas centenas de pessoas terão
passado pelos Estaleiros Municipais da Mealhada na passada sexta-feira e no
sábado, estimam os organizadores, uma vez que as entradas gratuitas não puderam
ser controladas.
No primeiro dia a animação contou
com a atuação do grupo Forrobodó e a dupla de “Disc Jockey” “Meninas da
Favela”. No sábado, durante a tarde, estava prevista a realização de um
conjunto de ateliês e oficinas, destinado ao público em geral, e dinamizados
pelos carnavalescos que, no entanto, não alcançaram a adesão desejada e vão ser
alvo de “avaliação” com as associações intervenientes no Festival.
A noite de sábado, o ponto alto
dos dois dias, foi de grande enchente, com a atuação das escolas de samba do
Carnaval da Mealhada e um conjunto de quatro escolas convidadas. Para além do
Grupo Recreativo Escola de Samba Real Imperatriz, de Casal Comba, do Grémio
Recreativo Escola de Samba Amigos da Tijuca, de Enxofães, e ainda do GRES
Batuque e dos Sócios da Mangueira, da Mealhada, subiram ao palco quatro escolas
de Estarreja, Sesimbra e Figueira da Foz. Especificamente escola de samba
Rainha, de Buarcos – Figueira da Foz, Trepa no Coqueiro e Independentes da
Vila, ambas de Estarreja, e Bota no Rego, de Sesimbra.
No festival foi assinalado o
décimo aniversário dos Amigos da Tijuca e entregue a Xandinho, dos Sócios da
Mangueira, um prémio pela autoria do “Samba mais popular de 2014”, numa escolha que
envolveu sambistas portugueses e brasileiros. A noite ficou ainda marcada pelos
aniversários da escola de samba Batuque (vinte seis anos de existência e mentor
do Festival de Samba da Mealhada há duas décadas) e dos Independentes da Vila,
que convidaram o público para a sua festa de aniversário no primeiro fim-de-semana
de outubro.
A noite não terminou sem a animação
do grupo de pagode Samba Lelê e a atuação espontânea de baterias com elementos
de todas as escolas de samba que resultou “em grande, num espetáculo muito
interessante”.
Durante os dois dias de festa, no
recinto, as escolas de samba exploraram os bares de bebidas, a ACB montou um
espaço de comidas e a Associação 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada apresentou-se
com uma tenda, onde não faltou “a água, o pão, o vinho e o leitão”.
“O espaço do festival – uma
solução para evitar a hipótese de mau tempo – revelou-se uma aposta ganha sobre
a qual interessa refletir na medida da sua continuidade”, garante fonte da
direção da ACB, que enfatiza que “aos níveis acústico e de conforto das pessoas
funcionou muito bem”. “Foi um voto de confiança que o senhor presidente da
Câmara deu ao Carnaval da Mealhada e à sua estrutura organizativa, que vai ter
de ser avaliado, mas que neste momento nos parece ter-se constituído como uma
grande inovação!”, acrescenta o documento.
“O tecido empresarial mealhadense
mostrou-se bastante solidário e é significativo o número de empresas e
instituições às quais temos de agradecer”, assegurou a ACB, que agradece “penhoradamente,
à Câmara Municipal da Mealhada, à Escola Profissional Vasconcellos Lebre, à
Adriventosa, a Gilberto Nogueira, ao Restaurante Hilário, ao Restaurante Rei
dos Leitões, à Churrasqueira Rocha, aos Talhos Ernesto, às Caves Messias, à
Adega Cooperativa da Mealhada, à Adega Rama & Selas, à Certoma, ao Carlos
Lopes & Comp. Lda., à Padaria Manaia e à Sociedade das Aguas de Luso.
Tivemos também a imprescindível ajuda de antigos foliões que deram o seu
contributo, destacamos ‘Quim Padiola, Ti’ Arlindo, Eduardo ‘Popeye’, Emerson,
Né e Marla”.
“As
escolas de samba não estavam habituadas a trabalhar em conjunto”
A mesma
fonte garantiu, ao Jornal da Mealhada, estar já a organizar a edição de 2015 do
Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada, que se realiza a 15 e 17 de fevereiro. “A
organização deste Festival preparou-nos para identificar o que são as nossas
fraquezas e pontos fortes com que contar no Carnaval. Procurámos, por exemplo,
testar o modelo, que já havíamos defendido no programa eleitoral, de
negociarmos e fazermos as compras em conjunto. Percebemos
que as escolas de samba não estavam habituadas a trabalhar assim”, afirmou
fonte da ACB, exemplificando que “o modelo organizativo, que a nova direção da
ACB defendeu no programa eleitoral, foi testado, vai ser avaliado e
aperfeiçoado, nesta e noutras áreas”.
Depois
de o Jornal da Mealhada já ter noticiado um percurso diferente para o Carnaval
de 2015, que será feito numa avenida improvisada no Sambódromo Luís Marques,
sabe-se agora que os festejos terão início no chamado Domingo Magro e só
terminam na Quarta feira de Cinzas, onde se destaca o Carnaval da Criança e um
desfile popular no centro da cidade, lembrando os corsos de outras décadas.
Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada na edição impressa do quinzenário Jornal da Mealhada, número 928, de 17 de setembro de 2014.