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domingo, 25 de agosto de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
...Saldanha “culpa” Câmara da Mealhada por prejuízo no Carnaval de Verão...
O Relatório de Contas relativo à
gerência de 2012/2013 da Associação de Carnaval da Bairrada foi aprovado, por
unanimidade, na noite do passado dia 1 de agosto. Apesar do evento em 2013 –
Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada – ter dado prejuízo, a associação transita
de ano com saldo positivo num valor de perto de dezasseis mil euros. A reunião,
onde estiveram apenas três elementos das escolas de samba Amigos da Tijuca e da
Real Imperatriz, ficou marcada pelo facto de Fernando Saldanha, presidente da
direção da ACB, “culpar” a Câmara da Mealhada pelo prejuízo do ultimo Carnaval
de Verão, uma vez que não financiou as vedações, a casa de banho e a energia
elétrica; e ainda pela intenção de se terminar com a Tenda Gigante, onde
decorrem as festas noturnas por altura do Carnaval, uma vez que a despesa é
maior que a receita obtida.
“Em minha opinião este é o melhor
relatório de contas que esta associação já teve. Louvo todos os intervenientes
deste documento, bem como a direção”, começou por dizer João Peres, presidente
da mesa da assembleia-geral, que acrescentou: “O Carnaval este ano só se
realizou um dia e deu mais ou menos quinze mil euros negativos, mas do ano
anterior havia trinta mil positivos, portanto, neste momento, o saldo é
positivo em quinze mil euros. O prejuízo no Carnaval de 2013 deve-se ao facto
de só ter havido um dia de desfile e com chuva, por isso julgo que houve uma
gestão bastante cuidada para que se passe para 2014 com saldo positivo”.
Antes da aprovação do relatório,
Hugo Rodrigues leu o parecer do conselho fiscal. “Examinámos o relatório e
Contas da direção da Associação de Carnaval da Bairrada, as quais incluem o
balanço em 31 de maio de 2013 (que evidencia um total de balanço de 50.463,70
euros e um total dos Fundos Patrimoniais de 50.431,08 euros, incluindo um
Resultado Liquido Negativo de 15.863,77 euros, (…)”, lê-se no documento, que
conclui: “Somos de Parecer que o Relatório e Contas da direção e as
Demonstrações Financeiras referidas apresentam de forma verdadeira e
apropriada, em todos os aspetos materialmente relevantes, a posição financeira
da Associação do Carnaval da Bairrada em 31 de maio de 2013 e o resultado das
suas operações no exercício findo naquela data, em conformidade com os
princípios contabilísticos geralmente aceites”.
“Não estraguem dinheiro com o
Carnaval de Verão”, apelou João Peres
Rui Frias, vice-presidente da
mesa da assembleia-geral, quis saber como correu, financeiramente, o Carnaval
de Verão, que se realizou no primeiro fim-de-semana do passado mês de junho.
Fernando Castela, contabilista da associação, respondeu que “o relatório
reflete as contas até ao dia 31 de maio de 2013. Como o Carnaval de Verão
aconteceu a 1 e 2 de junho as contas só serão debatidas no documento que finda
a 31 de maio de 2014”.
Fernando Saldanha, presidente da
direção, garantiu: “O Carnaval de Verão deu prejuízo, mas as contas ainda não
estão feitas por diversas situações, contudo, prevejo mais de mil e quinhentos
euros de prejuízo”.
Hugo Rodrigues, presidente do
conselho fiscal e o promotor do relatório que foi apresentado na assembleia,
explicou: “Em maio já tínhamos gasto aproximadamente setecentos euros com o
Carnaval de Verão, em licenças na Câmara da Mealhada e com a Sociedade
Portuguesa de Autores”.
João Peres, dirigindo-se ao
presidente da direção da ACB, afirmou: “Não voltes a fazer o Carnaval de Verão,
apenas porque entendes que o deves fazer! Podes fazer cinquenta Carnavais de
Verão que vais sempre ter prejuízo”. “Espero que vos sirva de exemplo e que não
voltem a estragar dinheiro neste evento. Não resulta e difama o ‘nosso
Carnaval’ de fevereiro”, acrescentou.
“No último domingo, em fevereiro,
que se tentou fazer o desfile de Carnaval, as escolas de samba junto dos órgãos
sociais da ACB falaram logo de que queriam um Carnaval de Verão”, garantiu Hugo
Rodrigues. Rui Frias também afirmou: “Independentemente do prejuízo, eu não
acho que tenha sido um evento mal apostado. As escolas de samba gostaram de
atuar!”.
Mas para Fernando Saldanha o
problema passou pela não colaboração da Câmara da Mealhada no evento. “Eu não
contava que a Câmara não cedesse as vedações, a casa de banho e não pagasse a
luz. Se tivessem ajudado nisto, o Carnaval de Verão não tinha dado prejuízo”,
declarou o dirigente, que ainda acrescentou: “O Carnaval de Verão dá prejuízo,
mas o Festival de Samba também!”.
Mas para João Peres “o início do
Carnaval do ano seguinte é sempre o Festival de Samba”. “Se não fizeres este
evento, não tens Carnaval no ano seguinte!”, garantiu.
“A Tenda existe para dar lucro,
não para dar prejuízo”
No ponto seguinte, o do Plano de
Atividades e Orçamento para a gerência de 2013/2014, os elementos da direção prevêem,
nas receitas, receber um subsidio da Câmara da Mealhada no valor de oitenta e
um mil euros e de bilheteiras trinta e cinco mil. Em relação à animação noturna
da Tenda Gigante prevê-se receitas no valor de dezanove mil euros; mais quatro
mil referentes a patrocínios e publicidade sonora e estática; e no Carnaval de
Verão seis mil euros.
Ao nível de despesas o Orçamento
refere que serão gastos cerca de vinte e sete mil euros com carros alegóricos; treze
mil e quinhentos com o Rei e Rainha; trinta e dois mil euros em subsídios às
escolas de samba; dezanove mil e quinhentos euros com a logística necessária à
realização do corso; cinco mil euros com o Festival de Samba; doze mil e
quinhentos euros no Festival de Samba; vinte e três mil euros com a Tenda
Gigante; três mil setecentos e oitenta euros com custos administrativos; sete
mil e quinhentos euros no Carnaval de Verão; e ainda o valor de mil e duzentos
euros estipulados para qualquer eventualidade.
Neste ponto da ordem de
trabalhos, o valor mais discutido foi o da Tenda Gigante, uma vez que se prevê
uma receita de dezanove mil euros e um gasto de vinte e três mil euros, onde só
o seu aluguer custa oito mil e seiscentos euros. “A Tenda Gigante não dá lucro,
tem que se acabar com ela. A Tenda existe para dar lucro, não para dar
prejuízo”, afirmou João Peres, que acrescentou: “A Câmara da Mealhada dá
dinheiro para os corsos, não é para festas noturnas”. Também Fernando Saldanha
se mostrou “contra a existência da Tenda Gigante”. “Só é importante para a
apresentação das escolas de samba na noite de sexta-feira”, garantiu.
Levado a votação, o Orçamento do
próximo ano foi aprovado por maioria, com três abstenções e o voto contra do
presidente da mesa da assembleia-geral. Na sua Declaração de Voto, João Peres
afirmou: “Voto contra por não ter sido apresentado o Plano de Atividades e
também porque não concordo com este Orçamento. Há aqui despesas que devem ser
revistas. A Tenda Gigante foi feita para ajudar nas receitas e não para
contribuir para as despesas. Lamento ainda que os elementos que elaboraram o
Orçamento terem sido os únicos a aprovar o documento. No mínimo deveriam
abster-se”.
Lamentando apenas estarem dois
sócios dos Amigos da Tijuca e um da Real Imperatriz (nem Sócios da Mangueira,
nem Batuque se fizeram representar), João Peres afirmou: “Amanhã não se podem
queixar deste orçamento ter sido aprovado”.
Fernando Saldanha, no final, agradeceu
“todo o trabalho que o Hugo Rodrigues teve”, lamentou “não estarem na
assembleia elementos das escolas de samba” e informou de que o Festival de
Samba se vai realizar nos dias 13 e 14 de setembro.
Reportagem de Mónica Sofia Lopes publicada no quinzenário Jornal da Mealhada de 31 de julho de 2013.
Fotografia de Inês Tafula
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segunda-feira, 12 de agosto de 2013
...António Jorge Franco quer que Bussaco seja Património da Humanidade...
Pensada há anos, António Jorge
Franco, presidente da Fundação Mata do Bussaco, que já tornou pública a sua
decisão de deixar de o ser antes do fim do ano, não tem dúvidas que esta é a
melhor altura para “a constituição de uma equipa de trabalho, promovida pelo
Estado português, para se começar a preparar a candidatura da Mata do Bussaco a
Património da Humanidade”. Mas segundo o presidente da Câmara da Mealhada,
Carlos Cabral, em declarações à Lusa, o processo poderá ser “travado”, uma vez
que a lei dos compromissos aliada à lei das fundações "impede as entidades
públicas de apoiarem" a Mata do Bussaco.
“Penso que está na hora do estado
português se envolver na constituição de uma equipa para se candidatar o
Bussaco a Património da Humanidade”, afirmou, ao Jornal da Mealhada, António
Jorge Franco, que acrescentou: “Já temos a Fundação, temos projetos feitos,
tudo indica que seremos certificados a nível mundial e era importante
começar-se a trabalhar uma equipa multidisciplinar, o mais rapidamente
possível. O processo é muito complexo, mas temos condições para avançar com
isso. Temos é que ter várias entidades unidas para que seja possível”.
Em contactos há ano e meio, o
responsável pela Fundação Bussaco garante que “depois da Universidade de
Coimbra, faz sentido pensar-se no Bussaco”. “A Mata do Bussaco tem condições
para ser Património da Humanidade, haja vontade!”, garantiu ainda António Jorge
Franco.
Mas para Carlos Cabral o processo
poderá ser travado antes de começar. "A câmara pode ir bem longe no apoio.
A Mata do Bussaco é a nossa jóia da coroa e temos capacidade para apoiar
fortemente na recuperação de anos e anos de abandono. Foi feito mais nos
últimos três ou quatros anos (desde a criação da Fundação Mata do Bussaco) do
que nos anteriores vinte anos, foi restituída a dignidade à mata. A
administração central, que foi incapaz de gerir a Mata do Bussaco, impede agora
que esta seja apoiada por entidades municipais", disse à Lusa o edil, que
acrescentou: “A Fundação Mata do Bussaco não pode ser apoiada por entidades
públicas. Sei agora que existe um parecer da Secretaria de Estado da
Administração Pública que diz que essa determinação não se aplica às câmaras.
Das duas, uma: ou as câmaras não são entidades públicas e já foram privatizadas
ou então há algo que esta mal. Esse parecer já foi recebido pela Fundação, mas
a Câmara já insistiu no sentido de nos esclarecerem e nada dizem. Se nos
enviarem parecer semelhante, serve perfeitamente”.
Texto de Mónica Sofia Lopes, publicado no quinzenário Jornal da Mealhada de 31 de julho de 2013.
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