Eficiência nos consumos de
matérias primas e subsidiárias, aumento da faturação do Hospital face ao
orçamentado e gestão cuidada dos gastos com pessoal são os principais motivos
para que a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada tenha transitado de ano com
um resultado positivo acima de um milhão de euros. A “boa nova” foi dada a
conhecer aos “irmãos” na reunião de assembleia geral, que se realizou na manhã
do passado dia 7 de abril, onde foi discutido e aprovado, por unanimidade, o
relatório de contas referentes ao ano de 2012.
“Devemos estar todos orgulhosos
pelo momento que a instituição vive. O relatório de contas é esclarecedor e
deve-se a uma equipa perfeita. Esta gestão é muito cuidada, tem muita dedicação
e só assim se consegue levar uma instituição destas para a frente. Vivemos um
momento feliz porque conciliámos aquilo em que acreditámos e todos os nossos
funcionários acreditaram em nós”, começou por dizer João Peres, provedor da
SCMM, que acrescentou: “Há seis anos a instituição estava num momento de
falência, hoje estamos estabilizados e o futuro indica que estamos bem
financeiramente. Quando Deus ajuda e o homem quer, a obra aparece! O concelho e
a região podem contar connosco”.
“Os resultados são bons, mas
relembro que um milhão de euros para quem tem um orçamento de milhões e com
créditos na banca, não é bom, nem é mau. É o que tem que ser”, declarou Bruno
Peres, gestor da instituição, que acrescentou: “Não nos podemos esquecer que
daqui a dois, três anos temos que fazer investimento em novos equipamentos e é
importante criar estas reservas. Basta que o Estado não nos pague dois ou três
meses para que tenhamos que ir às reservas”.
“Na área dos Idosos continuou-se
o esforço de contenção e otimização de recursos e os resultados cifraram-se em
40.210 euros. Este valor é bastante positivo na medida em que se esperava que
esta área de atividade apresentasse um resultado negativo”, lê-se no relatório
apresentado na assembleia, onde se pode também ver que, no que respeita à
Educação, o resultado foi negativo, no valor de 15.458 euros. “Devido às dificuldades
das famílias, cada vez há menos filhos. E muitos dos que têm, não os conseguem
colocar nas creches”, declarou João Peres, que garantiu: “O futuro é que a valência
dos Idosos cresça e a da Infância diminua”.
“No que toca à Saúde, os Hospital
da Misericórdia da Mealhada superou as expetativas e apresentou um resultado
líquido positivo que ascendeu a 996.185 euros”, lê-se no Relatório de Gestão e
Contas da Gerência. “Esta valência cresceu muito mais do que aquilo que
prevíamos. Cada vez temos mais afluência do ‘privado’, o que é muito bom. Os
nossos ‘utentes’ são a maior publicidade que temos”, declarou o provedor da
SCMM, que acrescentou: “Temos uma equipa de excelência. As pessoas saem
encantados com o atendimento que recebem por parte de todos os funcionários.
Hoje vive-se um espírito solidário e humano. Fazemos muito mais, com muito
menos dinheiro”. Ainda em relação ao Hospital, João Peres declarou: “É o
segundo ano consecutivo que temos resultados positivos. Isto é bom para
podermos criar outras valências em prol da sociedade”.
Aproveitando a presença do
“irmão” Rui Marqueiro, candidato à Câmara da Mealhada pelo Partido Socialista,
Carlos Jaime, elemento da direção da instituição, alertou para a necessidade
“de se abrir as Urgências do Hospital da meia noite às 8 horas”.
Também Aloísio Leão, diretor
clínico do HMM, deu a conhecer as novas consultas, como por exemplo, Acupuntura,
Nutrição, Viajante, Psicólogo, Medicina Geral e Familiar, Podologia e
Osteopatia.
Com quinhentos funcionários e
setecentos utentes, a instituição pretende desenvolver mais valências, estando
já na calha, a do setor cultural. “Queremos envolver todos os funcionários,
utentes, famílias, etc. no Teatro, nas artes…”, enfatizou João Peres.
Sobre o prémio monetário, no
valor de quinhentos euros, dado a mais de duas centenas de funcionários – com
mais de um ano de casa -, no final do mês de março, João Peres referiu que a
instituição dispôs de cento e cinquenta mil euros e que “espera continuar a
dá-lo”. “Os funcionários foram fundamentais no combate ao desperdício, que nos
levou à poupança. Por isto, e pelo esforço feito nos últimos seis anos, em que
não houve aumentos, resolvemos dar este prémio”.
Texto de Mónica Sofia Lopes publicado no quinzenário Jornal da Mealhada de 17 de abril de 2013.
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