sexta-feira, 29 de novembro de 2013

...'Nos momentos felizes, Ruben queria ter um comando e fazer “pausa” '...



Quando há onze anos, o Ruben nasceu, ninguém imaginaria que trazia consigo uma doença que o incapacitaria de ter uma vida normal, de ir à escola ou de até brincar com outras crianças. Apesar das dificuldades é esta criança que mais forças dá à mãe, que pelas circunstâncias da doença do filho teve que deixar de trabalhar, o que, neste momento, representa algumas dificuldades financeiras. O Jornal da Mealhada visitou o Ruben e conversou com a sua mãe, Madalena Costa. Assistimos ao “ritual” diário desta família e apesar do choque que, à primeira vista, possamos sentir, ele perde-se quando o Ruben, apesar de triste, esboça um sorriso e fala no Nuno Gomes.
O jovem, natural do Luso, sofre de displasia óssea, uma das imunodeficiências mais raras. “Em Portugal, não conhecem nenhum caso tão grave como o dele”, explicou-nos a mãe sobre esta doença em que “as células quando nascem, morrem e não se reproduzem”. “Como ele mamou o primeiro ano de vida, não detetámos nada. A partir de ano e meio começámos a detetar, começou a perder peso e a ficar muito magro. Deixou de comer e deixou de crescer”, acrescentou Madalena Costa.
A doença que vai afetando os órgãos vitais, atingiu no Ruben os pulmões, que faz há seis anos oxigénio durante vinte e quatro horas e à noite também ventilação. “Depois estendeu-se a outros órgãos. Deixamos de conseguir nutri-lo porque a parte intestinal não assimila e por isso ele tem uma sonda ligada ao estômago onde colocamos o leite”.
E o leite, que é especial, é a única coisa que o Ruben consegue absorver no corpo neste momento. “Até há pouco fazia alimentação parenteral, que é uma alimentação feita no hospital através de um cateter. Mas há pouco tempo os médicos decidiram que só vale a pena o leite porque o organismo não assimila nada e já estava a fazer mal ao fígado”, explica Madalena Costa, que nos últimos anos passou maior parte do seu tempo no Hospital Pediátrico em Coimbra, junto do filho.
Mas este “medicamento com aminoácidos”, o leite da Nutricia Neocate, que custa cada lata cerca de quarenta euros, dura apenas para dois dias. “Neste momento, apenas queremos mantê-lo com este peso e ele está a reagir bem a este leite, pelo menos não está a perder peso”, afirma, com os olhos em lágrimas Madalena Costa, que tem tido a ajuda da Farmácia Ruivo, no Luso, “que me deixa ir pagando conforme posso”. “Ele sempre gastou muito dinheiro na Farmácia devido aos problemas que tem”, acrescenta.

Dificuldades financeiras começam a ser muitas

Quando chegámos a sua casa, encontrámos o Ruben, deitado no sofá. Um menino de onze anos, que apenas pesa onze quilogramas e quatrocentas gramas.
“Como o Ruben está sempre em casa tive que abdicar do trabalho para estar com ele”, declara Madalena Costa, que em fevereiro deixou de receber a baixa de assistência à família. “Estou só com o abono do Ruben, o subsídio complementar e o subsídio de terceira pessoa, que ronda os cento e cinquenta euros. No passado a Segurança Social dava-me quatrocentos euros por ano com a apresentação dos comprovativos da Farmácia”, explica a mãe da criança, que como também paga uma renda mensal de 280 euros, “neste momento, não está a conseguir fazer face às despesas”. “Faço também muitas despesas para o Hospital, onde tenho que ir dia sim, dia não. Os médicos não querem que ele vá de ambulância por causa dos vírus e das bactérias”, acrescenta.

Ruben nunca foi à escola

O Ruben nunca foi à escola, são as professoras que vão a sua casa. “No Ensino Básico 1, para além de virem cá as professoras, ele tinha teleescola. No ano passado quando passou para o Ciclo, a escola não estava preparada para a teleassistência e como também teve muitos internamentos, este ano, está a repetir o quinto ano. Ele tem um horário e todos os dias vem uma, duas professoras cá a casa. E quando ele está internado, elas vão ao hospital”, afirma Madalena, que acrescenta: “Ele agora anda muito desmotivado, mas sempre foi muito bom nos computadores”.

“Qualquer pessoa que o tenha conhecido, aprendeu muito com ele”

Por nunca ter ido à escola, todos os seus amigos são adultos. “Ele sempre teve muita vida. Fez anos a 10 de setembro e quis uma festa onde estiveram mais de cinquenta pessoas. Até médicos e enfermeiros vieram. Qualquer pessoa que o tenha conhecido, aprendeu muito com ele. O Ruben sempre teve muita vontade de viver e gosta de aproveitar a vida ao minuto. Sempre que está a viver um bom momento, diz que queria ter um comando e colocar em pausa”, afirma a mãe Madalena, que acrescenta: “Sempre teve a cabeça sã, mas agora está extremamente debilitado. Tem muitas dores”.

Nuno Gomes telefona e visita Ruben

Mas esta criança de onze anos, Benfiquista ferrenho, já concretizou os dois sonhos que tinha: Ir ao Estádio da Luz e conhecer o jogador Nuno Gomes. “Nos momentos difíceis o Nuno Gomes está sempre presente. Já o conheceu (uma vez no Estádio da Académica quando jogava pelo Braga) e telefona-lhe muitas vezes para saber como está (no dia de anos, por exemplo). É um grande ser humano e tem-nos ajudado a ultrapassar as fases difíceis. Este ano, em junho, foi visitá-lo ao Hospital”, declara a mãe Madalena.
E foi desta forma que terminámos esta entrevista, carregada de emoção. Quando nos despedimos, quisemos também ouvir o Ruben, que esteve sempre deitado a ver televisão, mas, segundo a mãe, a ouvir tudo o que dizíamos. Quando lhe perguntámos se gostava do Nuno Gomes, esboçou um sorriso e ainda nos disse que gostou muito de ir ao Estádio da Luz.

Reportagem de Mónica Sofia Lopes, publicada no quinzenário Jornal da Mealhada, de 27 de novembro de 2013.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

...agradecer a TODOS (e são cada vez mais) os que estão ajudar o Rúben....

ESTOU EMOCIONADA!

Publiquei, na hora de almoço da passada terça feira, um "desabafo" neste sitio sobre o que senti ao conhecer o Rúben....
Os comentários publicados, os emails recebidos, bem como os telefonemas e mensagens... fazem com que eu esteja aqui novamente a falar no assunto....
O POVO PORTUGUÊS é de facto fantástico. Que solidariedade! Que gente humana!


Obrigada por tudo o que estão a conseguir fazer pelo Rúben e pela sua mãe Madalena....

O Nuno Gomes também tem feito muito e, por isso, partilho esta fotografia....

terça-feira, 26 de novembro de 2013

...não conseguir tirar o RUBEN da cabeça...



Quando uma mãe tem um filho (pelo menos é o que ouço de todas as mães à minha volta) sente-se algo inexplicável… é deixar de pensar no “eu” e pensar num “nós”, num “tu”, num somente “tu”.
Ninguém nunca pensará que ao ter um filho, ele poderá vir a sofrer de asma, de diabetes, de simples gripes sazonais… Nenhuma mãe está preparada para um filho doente…. Julgava eu…. Mas, na passada sexta-feira, conheci a Madalena, a mãe do Ruben….
O Ruben sofre de displasia óssea desde que nasceu… à primeira vista o nome da doença não diz grande coisa, mas, e segundo declarações da mãe, ele será o caso mais grave que existe em Portugal…. Mas isto também não diz nada a quem possa ler estas linhas…
E eu digo que nada diz, porque só quem conhece o Ruben e o vê deitado num cantinho do sofá, cheio de máquinas à sua volta, pode de facto sentir a gravidade desta doença…
O Ruben tem onze anos (onze longos anos passados, praticamente, no Pediátrico em Coimbra) e pesa dez quilos. Quando digo que o encontrei num cantinho do sofá, podem imaginar pelo seu peso que foi mesmo num cantinho do sofá, pequenino, indefeso…. Simpático (porque a educação que teve, “obriga-o” a que seja), mas cansado…. Cansado de sofrer.
Nunca tinha visto o Ruben antes da tarde da passada sexta feira, mas acredito que o olhar que me mostrou seja bem diferente do que teve em outros tempos…. Senti-lhe o cansaço de lutar há onze anos pela vida….
O Ruben nunca foi à escola, nunca brincou com crianças… os seus amigos são pessoas grandes… a sua grande amiga, a sua mãe. Que mulher! Que mãe!
Esta Grande Mãe que “escondeu” do mundo o que sempre viveu e só agora “acedeu” à exposição porque precisa! Porque precisa da ajuda de todos. Precisa alimentar o Ruben, precisa pagar a renda de casa, as contas (imensas) na Farmácia. Precisa da nossa ajuda…
O Ruben só assimila (e através de uma sonda, porque há meses que não ingere nenhum alimento) um leite especial, comprado na Farmácia… Cada lata dura dois dias e custa cerca de quarenta euros. QUARENTA EUROS. Nos dias de hoje, ninguém suportaria essa despesa, quanto mais a mãe do Ruben, que está desempregada….
Vamos ajudar o Ruben! Vamos dar um pouquinho que seja cada um…. Uma lata é uma muito cara… mas uma lata dividida por dez amigos, não é nada! E o Ruben precisa… Os que podem mais, ajudem monetariamente, ajudem esta mãe a poder pagar uma renda de casa, onde o filho (quando não está internado) passa 24 horas, 24 longas horas, ligado a máquinas para poder VIVER!

Sou jornalista há dez anos e habituei-me a ter contacto com muitas histórias… A minha profissão é de facto contar historias…. Recordo a prostituta ucraniana que entrevistei à beira da estrada, que depois das horas de trabalho, ao frio e à chuva, só queria chegar a casa e poder dar o jantar à filha (que julgava que a mãe passava o dia numa fábrica); Recordo a Sónia que doou um rim ao primo Kau, que lhe agradece até ao fim, a VIDA que lhe deu. Que gesto bonito. Que pessoas incríveis!; Lembro-me da idosa de BarrÔ que viveu até aos 104 anos (penso eu que a idade está certa), que sempre que fazia aniversário, esperava os jornalistas da imprensa local à janela e acordava bem cedo para que a filha lhe arranjasse as unhas e o cabelo….
São histórias reais que nos deixam marcas e que por isso me lembro delas sempre…. Mas a do Ruben, a do Ruben de facto, tocou-me…. Entrevistei-o na sexta-feira e até hoje não consigo tirar a imagem desta criança, bem como da sua mãe, da minha cabeça…. Não consigo…
E resolvi partilhar o que sinto, talvez de forma egoísta, por achar que a partilhando, pensarei menos nela….

VAMOS AJUDAR O RUBEN! VAMOS TODOS PENSAR NA VIDA DO RUBEN E DA SUA MÃE MADALENA!


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

...Prazo de 30 dias para Associação de Carnaval da Bairrada se mudar...



Fernando Saldanha, presidente da direção da Associação de Carnaval da Bairrada (ACB), teve conhecimento, no dia 4 de novembro, de que tem trinta dias para sair da sua sede, no centro da cidade da Mealhada, “arrastando” consigo também a escola de samba Batuque. Se por um lado, a “decisão” acaba por não ser uma novidade, uma vez que a demolição da infra-estrutura, junto ao Jardim Municipal, já estava prevista nas obras de requalificação iniciadas há uns meses, por outro, a solução de se mudarem para uma parte das instalações do antigo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) poderá ser provisória, depois de em reunião camarária se ter chegado à conclusão de que o barulho dos ensaios poderia tornar-se num grave problema.
“Tenho o maior respeito pela ACB, mas sendo a Câmara Municipal detentora de um espaço onde sabe que vai violar a lei do ruído, penso que é necessário fazer qualquer coisa para acautelar isso. Temos a experiência das pessoas que, neste momento, vivem nas imediações das escolas de samba”, declarou Gonçalo Louzada, vereador eleito pela coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”, relembrando que “quando existia o Bar 35, na Avenida Dr.º Manuel Lousada, havia alguns problemas”.
Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada e mentor da ideia de a ACB se mudar para o IVV, também confessou: “Quando há a animação na Tenda do Carnaval, durante quatro dias, eu, na Antes, também não durmo. Já cheguei a ir para um hotel”.
Neste ponto da ordem de trabalhos ficou estabelecido que o IVV será cedido à ACB provisoriamente, “comprometendo-se a Câmara a arranjar uma alternativa”, que poderá passar por “juntar” todas as escolas e ACB no mesmo espaço, do género do que acontece em Ovar com a inauguração recente da “Aldeia do Carnaval”, numa “Zona Industrial do concelho da Mealhada”.
Após a reunião, o executivo camarário “levou” os jornalistas a conhecerem o espaço, que apesar de ter condições físicas para o efeito, está bastante degradado, necessita de obras, nomeadamente no telhado, e de uma profunda limpeza.
Contactado pelo Jornal da Mealhada, Fernando Saldanha não quis prestar declarações até “que os elementos da direção reúnam”. Já Filipe Cruz, porta-voz da comissão administrativa do Batuque, garantiu “não ter conhecimento de nenhum prazo”.
Recorde-se que a cedência, por parte da Câmara, de parte das instalações do IVV para as associações ligadas ao Carnaval, foi tornada pública na festa dos vinte e cinco anos do Batuque. Na altura, contudo, Filipe Cruz garantiu que a mudança efetiva só poderia acontecer “depois do Carnaval de 2014”.

Texto de Mónica Sofia Lopes publicado no quinzenário Jornal da Mealhada, número 906, de 13 de novembro de 2013.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

...Maria Ivone “é uma lição de vida”...



Tem oitenta anos, é natural da Lameira de São Pedro (Luso) e, apesar de uma vida com condicionantes ao nível da saúde onde sobressaem alguns AVC (Acidentes Vasculares Cerebrais), Maria Ivone Ferreira Pedro Mendes vai expor cerca de trinta quadros, todos pintados por si, na Escola Primária da sua “terra natal”, com o apoio da Associação Recreativa, Desportiva e Cultural da localidade. O certame, intitulado “A Magia das Mãos”, estará aberto ao público no domingo, dia 17 de novembro, das 14h às 18 horas.


Maria Ivone nasceu na Lameira de São Pedro a 9 de março de 1933. Quando casou, aos dezoito anos, foi para o Porto “acompanhar” o marido na sua vida profissional, cidade que os acolheu até à reforma. “Enquanto o meu pai trabalhava, a minha mãe, que estava em casa, dedicou-se às rendas e bordada espectacularmente bem”, explicou a filha da idosa, que já se encontra na Santa Casa da Misericórdia da Mealhada há cerca de dois anos, primeiro no Hospital – onde passou pelo Internamento e Cuidados Continuados – e agora no Prolongamento do Lar.

Como entra a pintura na sua vida?, quisemos saber. “Comecei a pintar quando o meu marido faleceu”, recorda Maria Ivone, que apesar da dificuldade em falar, quis sempre ser a própria a dar-nos todas as respostas. “Tive uma funcionária que me aliciou a vir à Mealhada, uma hora por semana, para ter aulas de pintura”, acrescentou.

Mas com o passar do tempo, a apenas “uma hora” traduziu-se em duas e três tardes por semana. “Vinha na camioneta e quando não conseguia vir neste transporte, vinha de táxi, mas tinha que vir!”, contou Maria da Luz, proprietária de uma loja de artes decorativas na cidade da Mealhada e formadora na área. “Ganhei uma grande amizade pela Maria da Luz”, interrompeu Maria Ivone que, percebemos no local, onde agora reside, ser muito acarinhada por todos.

“Quando chegou à minha loja já tinha tido um AVC há dezasseis anos, em 1995, mas estava muito bem, sem lesões. O pior foi quando teve um no final de 2011”, explicou a formadora. “Fiquei uma desgraça. Fiquei sem andar e sem falar. Tive que fazer muita fisioterapia, mas mesmo assim, neste momento, não ando”, lamentou Maria Ivone, que apesar de tudo manteve “sempre a cabeça muito sã”. “O médico, o doutor Nelson (do Hospital da Misericórdia da Mealhada), disse para eu pintar, depois de ver os riscos que eu fazia nos papéis que me davam. Ele é que me fez pintar pois dizia que eu não era igual a muitas pessoas que têm AVC e param as suas vidas por completo! Foi também ele que sugeriu a exposição”, confessou-nos a “artista”.

“A dona Maria Ivone é caso quase único. É uma lição de vida constantemente e maravilhosa. Luta muito pelo que quer. Tem uma extraordinária garra e luta interior e uma generosidade enorme. Dedica-se muito aos outros”, elogiou a formadora Maria da Luz. A filha, Maria Odete, confirmou que sempre foi assim, “o que nem sempre foi bom”. “Houve alturas em que precisou estar quieta, devido aos problemas de saúde, e ninguém a conseguia parar!”, explicou.

Quando falámos com Maria Ivone, fomos encontrá-la a pintar caixinhas, que gosta de oferecer, contudo, a sua exposição incidirá sobre quadros que pinta com um dedo e a palma da mão esquerda, uma vez que a direita está imobilizada. “Não estou nada ansiosa”, afiançou Maria Ivone, depois de questionada sobre a exposição, e ainda afirmou: “Depois quero ler esta notícia no Jornal da Mealhada. Eu sou assinante e leio todas as suas notícias, apesar de me custar virar páginas, leio todinho!”. 

Texto de Mónica Sofia Lopes publicado no quinzenário Jornal da Mealhada, número 906, de 13 de novembro de 2013.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

domingo, 10 de novembro de 2013

domingo, 3 de novembro de 2013

...Marqueiro começa mandato com 9 milhões de euros deixados por Cabral...



Os autarcas do novo executivo da Câmara da Mealhada e os deputados da Assembleia Municipal tomaram posse na manhã do passado dia 14 de outubro, numa cerimónia realizada nos Paços do Concelho, que foi pequeno para tantos autarcas, deputados e munícipes. Marqueiro, o novo presidente da autarquia, iniciou no mesmo dia funções, tendo visitado todos os equipamentos municipais, e Cabral, o presidente cessante, garantiu deixar “nos cofres da Câmara da Mealhada nove milhões de euros”.
“Espero não desiludir ninguém”, declarou Rui Marqueiro, que catorze anos depois voltou a tomar posse, agradecendo a todos os autarcas eleitos e uma palavra de incentivo “para que continuem a lutar pela causa do poder local”.
Na cerimónia, e sem grandes discursos, por garantir “não sentir-se à vontade com sessões formais”, Marqueiro começou logo por enumerar o que pretende fazer nos próximos anos. “Vamos dar continuidade à gestão de rigor e fazer aquilo que for possível; queremos investir tendo sempre em vista o custo – beneficio; temos que oferecer as melhores condições possíveis aos nossos investidores; temos que apostar na Educação porque é a riqueza de um povo; temos que apoiar o Desporto e a Cultura e aqui contar sempre com as associações; na área social queremos aumentar as valências das IPSS – Instituições Particulares de Solidariedade Social – e criar um Fundo de Emergência Social; temos que abrir os espaços municipais; temos que ajudar as empresas de construção; vamos tentar recuperar as habitações degradadas das nossas aldeias; temos que criar novas zonas de localização económica para minorar os custos das instalações de empresas; teremos que ter transparência nos nossos impostos e taxas para que a Mealhada não seja um inferno fiscal; e queremos gestão participativa, sempre que os assuntos tenham condições para isso”, enumerou o novo presidente da Câmara da Mealhada, que garantiu: “Queremos um Município onde todos sejam felizes!”.
Para terminar, Rui Marqueiro convidou “as oposições a estarem presente nas reuniões mais importantes, porque é importante não nos fecharmos em Regime de Autarquia” e dirigiu uma palavra aos funcionários municipais: “Da parte do executivo nada será feito contra eles!”.

“Compete à equipa do doutor Marqueiro fazer mais do que aquilo que fizemos!”

Carlos Cabral, presidente cessante, começou por regozijar o trabalho da sua equipa nos últimos anos e agradecer “aos ex colegas de anteriores executivos, aos autarcas das oposições e aos funcionários municipais”. “Se forem tão entusiastas, como até aqui, o futuro do Município continuará ao mesmo nível”, enalteceu o autarca, que esteve trinta e quatro anos na Câmara da Mealhada. Felicitando Rui Marqueiro “pela sua eleição”, agradeceu a Gonçalo Louzada o seu contributo para a Democracia. “Só quem sabe perder, sabe ganhar!”.
“Desejo que as coisas vos corram como desejaria se fosse eu que aqui estivesse!”, disse ainda Cabral, que não quis terminar sem dizer que “deixa a Câmara da Mealhada com obras importantes a decorrer, concursos em curso e mais de nove milhões de euros nos cofres, o que permitirá uma situação confortável nos próximos anos”. “Compete agora à equipa do doutor Marqueiro fazer mais do que aquilo que fizemos!”, concluiu.

“Não esqueçam a Medalha de Mérito a Carlos Cabral”

Miguel Felgueiras, presidente cessante da Assembleia Municipal da Mealhada, também proferiu algumas palavras. “Estou no meio de dois dos principais autarcas deste Município, que tão reconhecido é no país. Por curiosidade, digo-vos que, quando na Administração Local temos dúvidas em alguma coisa, é para a Câmara da Mealhada que se telefona”, declarou o autarca cessante, que enalteceu o trabalho dos funcionários municipais.
Antes de terminar, Miguel Felgueiras apelou para que “a Medalha de Mérito, aprovada na última Assembleia Municipal, a Carlos Cabral, não seja esquecida!”. “Façam o favor de fazer justiça!”, garantiu.

Primeira Assembleia Municipal, presidida por Daniela Esteves, já se realizou

Depois da tomada de posse, também nos Paços do Concelho decorreu a primeira Assembleia Municipal com os novos autarcas, para eleição dos elementos da mesa. A lista sugerida pela bancada do Partido Socialista foi aprovada por maioria. Daniela Esteves, a primeira mulher a presidir este órgão concelhio, terá ao seu lado António Ribeiro e Maria Bastos.
Outro ponto votado, e que não estava agendado, foi o da eleição de um representante para o Congresso da Associação Nacional de Municípios, que se realiza no máximo quatro meses depois das eleições. “Ao votarmos hoje estamos a fazer poupança de se marcar uma assembleia extraordinária para este efeito. Para além disso, só temos Assembleia Municipal em dezembro e o Congresso pode acontecer antes”, explicou Daniela Esteves, presidente da Assembleia Municipal da Mealhada.
João Santos, presidente da União das Freguesias da Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes, foi o eleito para representar o Município no congresso e Claudemiro Semedo, presidente da Junta do Luso, o suplente. Uma proposta do PS, que contou com a abstenção de António Neves, da CDU, por não concordar que este ponto tenha sido votado.

Texto de Mónica Sofia Lopes publicado no quinzenário Jornal da Mealhada, número 905, de 30 de outubro de 2013.