segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

....Há definição para o amor?...

Há apenas duas coisas que me provocam dificuldades na escrita: ter muito que dizer e não ter nada. E, na construção deste texto, deparei-me com as duas. Tenho tudo a dizer sobre o amor e não tenho absolutamente nada a dizer sobre ele. Nem sequer faço ideia do que seja. Mas conheço-o na perfeição.

E é precisamente aqui que caio no erro mais comum de quem pretende definir o amor. O amor é isto e aquilo, é quente e frio, é alto e baixo, é tudo e nada. Vem descrito em poemas, em cartas, em filmes, em canções, em atitudes, em conversas. Vem em todo o lado. E, quando assim é, torna-se difícil encontrar uma explicação exacta. Camões diz que "é fogo que arde sem se ver", Platão diz que "é uma perigosa doença mental" e o dicionário da Língua Portuguesa diz que "é uma inclinação da alma e do coração". Qual a definição correcta? Aliás, será que há uma definição correcta? Ou melhor, há definição para o amor?

Na minha modesta (e amadora) opinião… sei lá. Para ser sincero, nem penso nisso. Eu amo e ponto final. O amor existe, isso é certo. Não faço perguntas nem invento respostas. Não vale a pena. "Ninguém que tenta racionalizar o amor conhecerá verdadeiramente o amor."

É o que sinto por ela, por ele e por eles, pelo meu cão, pelas palavras e pelos sons, pelo sol e pela chuva, pelo cheiro da terra molhada, pela noite e pelo frio, pelo choro e pelo riso, pelo bom humor, pelas estrelas e pelo Benfica.

O amor não é. Se o fosse, perderia o todo que abarca. Termino este texto da mesma forma que iniciei, com dificuldades na escrita. E exactamente pelas mesmas razões. Sinto que disse tudo e que não disse absolutamente nada.

André Pereira
No Tempo dos Assassinos - http://www.andrefilipereira.blogspot.com/
Amor and Psyche - Antonio Canova

...ondas...

...ser o nosso dia...

domingo, 13 de fevereiro de 2011